
Conforme se pôde ler ontem no jornal Público, a respeito de um grande estudo efectuado ("Representação política - O caso português em perspectiva comparada", organizado pelos politólogos André Freire e José Manuel Leite Viegas, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE), “A Democracia bateu no fundo”.
A maior razão apontada para tal tem a ver com o “monopólio dos partidos” – ou seja, como já mil vezes foi dito, com o facto da Democracia se ter tornado numa Partidocracia. E de nada vale a pena esperar pela regeneração dos partidos: só com candidaturas independentes à Assembleia da República, como defende o MIL, os partidos começarão a sentir-se ameaçados. E aí então, talvez, começarão a regenerar-se. Ninguém abdica a priori do poder que tem – ninguém se regenera espontaneamente…
Também por isso a candidatura do Doutor Fernando, apoiada pelo MIL, pode ser importante. O seu intransigente discurso supra-partidário (próprio de um Presidente-Rei…) é uma lufada de ar fresco e pode ser o princípio de uma real mudança do status quo. Obviamente, já começou a gerar reacções bem adversas. Igualmente ontem – julgo que ainda no mesmo jornal – alguém verberarava o Doutor Fernando Nobre por isso, defendendo antes a perspectiva da carneirada, tão cara à partidocracia (escusado será explicar porquê…). Assim, quem era de esquerda só poderia votar em Manuel Alegre (pois que ele passa a vida a dizer que é de esquerda…) e quem é de direita só pode votar em Cavaco Silva (apesar deste nunca se ter assumido de direita…).
Quando é que esta gente percebe que esse discurso está morto e enterrado? Não percebem. O futuro, a haver futuro, só poderá estar para além desses sectarismos…
Publicado no MILhafre:
http://mil-hafre.blogspot.com/2010/03/democracia-bateu-no-fundo-mas-eles.html