A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
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Donde vimos, para onde vamos...

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Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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sábado, 8 de agosto de 2009

Sobre o protocolo de cooperação entre os presidentes da Junta da Galiza e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte de Portugal

Foi assinado na cidade do Porto um protocolo de cooperação entre os presidentes da Junta da Galiza e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte de Portugal (CCDR-N). Segundo este protocolo, as duas regiões poderão passar a negociar diretamente a atribuição de fundos comunitários, entre 2014 e 2020, sem que tal processo passe por Lisboa ou Madrid.

O protocolo contêm uma alínea de extrema importância ao definir que a "Comunidade de Trabalho Galiza-Norte de Portugal" a função de se assumir como órgão político com a poderes de interlocução diretos para com a União Europeia.

O protocolo foi celebrado entre o presidente do governo galego, Alberto Nuñes Feijóo e o presidente da CCDR-N, Carlos Lage que no ato referiram a longa história comum entre as duas regiões, assim como os laços linguísticos que unem a Galiza a Portugal. Enfim, Feijóo referiu o "norte de Portugal", porque sendo um centralista do PPdG (Partido Popular da Galiza) não é propriamente um galeguista autonómico e como a todos os Espanholistas (que acreditam que a Galiza só pode existir como parte subalterna de Espanha), nunca poderia digerir a aproximação entre a Galiza e Portugal, mas apenas com uma região de Portugal...

Carlos Lage, pela CCDR-N, sublinhou as vantagens competitivas desta integração regional, no campo cientifico e económico, no que foi coadjuvado pelo representante da Junta galega. Em suma, ambos concordaram em que os agentes económicos, culturais e científicos deviam encarar a Euro-região como "um espaço unificado, com iniciativas e oportunidades conjuntas".

O presidente da Junta da Galiza acrescentou ainda que: "Juntos, o Norte de Portugal e a Galiza representam bem mais que a soma das partes, e isso significa que devemos olhar em conjunto para o que se passa com as mudanças nos mercados internacionais". Acrescentou no final - no Porto, note-se - uma frase que talvez não queira tornar a repetir na Galiza: "a Euro-região tem uma natural vantagem competitiva que ainda não soubemos rentabilizar devidamente". Sublinhe-se neste contexto que Feijóo é o presidente galego mais espanholista e menos favorável a uma política de defesa da língua portuguesa da Galiza (a "língua galega" dos espanholistas que a classificam erradamente como um "dialeto do castelhano"). Assim, é muito irónico ver Feijóo referir as vantagens competitivas da integração da Galiza no espaço lusófono, já que a tese oficial da Junta é que a Galiza não faz parte deste espaço! Ou já faz quando se trata de abrir aos empresários galegos os mercados dos países da CPLP, mas não quanto se trata de admitir a evidência de que português e "galego" são duas faces da mesma língua?

Fonte:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1390811

12 comentários:

Renato Epifânio disse...

Muito irónico mesmo...

Sebastião disse...

Exemplo das acções de bastidores, de âmbito meramente político. Nada disto é transparente, tal como o Eixo-Atlântico que não é mais do que um catálogo de municípios do norte e da Galiza... Movimentos anti democráticos que agem sem supervisão dos cidadãos portugueses. Alie-se a isto os "reintegracionistas" que se aproveitam e sempre muito bem destas acções irresponsáveis.

Rui Martins disse...

São democráticos, desde logo porque vão ao encontro dos sentires das gentes das duas raias.
entre reinegracionistas, isolacionistas e espanholistas, não há quem não veja vantagens nesta integração. Ninguém mesmo.

Renato Epifânio disse...

Exemplo de políticas que correspondem às mais fundas aspirações dos respectivos povos. Nada mais democrático, portanto.

ZeCarlos disse...

Realmente o acordo trará vantagens econômicas as partes e espero que seja extendida aos demais países da CPLP.
Quem sabe, também mostrará ao nobre Feijó a óbvia vantagem do reintegracionismo linguistico, que ele (e tantos outros) insistem em negar.

Sebastião disse...

Acho interessante a utilização do termo "raya"... Como se se pudesse utilizar sem limites. Esse espaço é uma estreita franja que acompanha a fronteira, umas vezes fluvial ou terrestre. É o que acontece entre Portugal e Espanha e com outros países da Europa. A integração é europeia com respeito aos estados e com respeito à nossa constituição. O estado é unitário! E não é um simples capricho, efectivamente estamos consolidados. O que estes protocolos promovem de um modo artificial é a cisão ou a divisão entre os portugueses. É um péssimo serviço a Portugal, uma vergonha para a Lusofonia.

Renato Epifânio disse...

Caro

A aproximação à Galiza não põe em causa em Portugal. A Galiza não é o Cavalo de Tróia do Iberismo. Se fosse, o Saramago seria o maior galeguista de todos. O que não acontece: quando há tempos lá foi, fez questão de falar em castelhano...

Sebastião disse...

O nacionalismo galego não é menos perigoso que o nacionalismo espanhol. O "reintegracionismo" galego tem entre os seus seguidores inúmeras pessoas que não respeitam a portugalidade, os seus valores. Quem é quem afinal nesse movimento? Este artigo será aproveitada para a sua propaganda, assim como outros! Eu leio e tiro as minhas próprias conclusões... Quem financia a nível particular estes movimentos? Como eles próprios dizem são ONG's. Não têm representatividade democrática na Galiza. Este é um daqueles casos que importa seguir e democraticamente reprovar. Haverá outros... Não me incomoda nada que Saramago se expresse em Castelhano na Galiza, uma das línguas maternas do povo Galego, estranharia era que em Portugal não falasse Português.

Paulo Borges disse...

Não sejamos ingénuos. Já de há muito que são conhecidas as manobras de sedução do Partido Popular Galego que visa aproximar-se do norte de Portugal para o captar para a esfera de influência do centralismo galego... Conheci Fraga Iribarne em Santiago de Compostela, no primeiro Colóquio Luso-Galaico sobre a Saudade e constatei que, enquanto entoava loas à irmandade luso-galaica, ao mesmo tempo expulsava e perseguia os professores galegos que insistiam em ensinar o português.

Mal de quem achar que a aproximação económica serve algo ou alguém a não ser a ganância das grandes empresas...

Rogério Maciel disse...

Concordo com Paulo Borges .
Isto trás água no bico ... e não é pouca !
Manobras de tubarões em águas turvas ...

Renato Epifânio disse...

Óbvio que o discurso do Partido Popular Galego é hipócrita. Mas o mesmo não se pode dizer do "nacionalismo galego". Nem equipará-lo ao "nacionalismo castelhano". O primeiro visa afirmar uma realidade linguístico-cultural, sem que essa essa afirmação implique qualquer negação. Já do "nacionalismo castelhano" não se pode dizer o mesmo...

António José Borges disse...

Caros e caras,

há vários ramos da democracia, que deveriam ser colocados horizontalmente. Neste caso deste acordo, uma possível democracia económica não significa necessariamente democracia política, cultural...