A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
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Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

'Ficheiros Secretos da Descolonização de Angola'

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Livro relata abandono de portugueses presos pelo MPLA

Muitos portugueses raptados e presos pela MPLA em 1975 foram abandonados por Portugal, que sabia destas operações, sustenta o livro "Ficheiros Secretos da Descolonização de Angola" da jornalista Leonor Figueiredo a lançar na sexta-feira.

"Angola foi abandonada com muitos portugueses, que ficaram numa situação incrível. Muitos meses antes da independência, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) já governava à sua vontade, raptava e prendia portugueses pelos seus próprios motivos políticos", declarou Leonor Figueiredo.

A independência de Angola ocorreu em 11 de Novembro de 1975.

"Descobri que as vítimas da descolonização em Angola têm nomes e perfazem um número e, mesmo assim, só dei conta da ponta do iceberg", disse a autora.

Leonor Figueiredo, 52 anos, encontrou uma relação oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal com 263 portugueses desaparecidos e outras dezenas de pessoas presas em Angola e anexou a lista ao seu livro.

'Ficheiros Secretos da Descolonização de Angola', publicado pela Alêtheia Editores, traz depoimentos de pessoas raptadas e presas pelo MPLA em prisões clandestinas e relatos de familiares de portugueses desaparecidos no período pré e pós-independência do país africano.

Segundo a autora, "estes portugueses ficaram presos dois ou três anos sem acusação", acrescentando que as autoridades, os militares e os vários governos portugueses estavam ao corrente mas nada denunciavam à comunidade internacional.

"Isso é uma das coisas que me choca. Quem não denuncia, está com...", referiu a jornalista.

Leonor Figueiredo pesquisou os arquivos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Militar, da Assembleia da República e do Centro 25 de Abril da Universidade de Coimbra, buscando informação sobre o seu pai, João Cândido Figueiredo, desaparecido em Angola em 1975.

"Até agora, os livros têm sido escritos por políticos e militares no terreno neste período. A minha preocupação foi ouvir o cidadão anónimo que estava lá. Há um outro olhar, que não é o das cúpulas", acrescentou a autora.

Leonor Figueiredo comentou que o poder político e as Forças Armadas portuguesas fizeram tudo para que o poder em Angola ficasse com o MPLA, após a descolonização.

"Neste jogo, os portugueses afectados por esta opção política foram completamente desprezados", referiu ainda a escritora, que nasceu e viveu em Angola até 1975.

Muitas das pessoas presas naquele período "não querem falar, para silenciar alguma dor que tenham de reviver e, por outro lado, muitas foram ameaçadas", afirmou a autora.

Leonor Figueiredo declarou que as conversas com estas pessoas ajudaram-na a fazer o luto do pai, "porque é muito complicado quando não se tem um corpo para se fazer a despedida".

"Fiquei aliviada de um peso, quando temos ao lado um outro que passou por sofrimentos semelhantes, gera-se uma empatia que vem limpar a dor que temos ainda em algum cantinho da nossa alma", finalizou.

Lusa

Fonte: http://www.dnoticias.pt/default.aspx?file_id=dn01013204050809

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