A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quinta-feira, 2 de julho de 2009

PLANÍCIE & PLANALTO

Prom Gown 3, Tom Chambers, 2005

PLANÍCIE

A planície estende-se com um sobro acaçapado,
Um dólmen, uma cruz num monte,
De muitos modos a terra
Sangra a luz. São uma haste onde
O deserto nadifica. Secura entre sarças de fogo.
Onde as searas ficam em sangue. É tudo branco menos
A alma. A solidão é um ofício da pedra
E os olhos uma cal levantada. Água,
Água. Funda, funda piedade para o homem.

Intranscendentes desdobram-se as terras, o vórtice.
As mulheres sentam-se na imensidade, fitando
As coisas passantes e não sei que ermo
Porque à terra pertencem. Os vedores aceitam o desafio.
Aceitam o deserto com uma prece de luz,
O nada cegante, o pó, o exílio. Passam invisíveis
Nas planícies do coração. Abrem-se ao deserto
No fogo sem fim. Repetem as onomatopeias da água,
Proferem as palavras, os sacramentos dos rios subterrâneos
Aos ouvidos do tempo: «Não esqueças estas mulheres,
Estas árvores torcidas, estes cães secos.»
As árvores prostam-se – também os cães.
As mulheres sentam-se com os olhos devorados
Como Moisés diante da terra prometida.


PLANALTO

Trabalha no escuro e cresce no silêncio
A árvore dobrada para as águas. Alta,
Nas profundezas da alma.
Ergue-se, esquálida, entre escuras fragas.
O céu do que se move em fundas águas.

Sombra que escuta o abismo.
Nada a liga a nada; o vazio mais puro,
Guarda uma pureza de talha. É um poço onde
A morte frutifica. As raízes suspensas;
Devorada pela luz.

Fosse a vida esta altura.


Jesus Carlos

3 comentários:

Renato Epifânio disse...

"Fosse a vida esta altura". E fosse toda a poesia assim. Pelo menos aqui...

Ruela disse...

Do melhor que tenho lido nos últimos tempos...

SAM disse...

Uma belíssima poesia....Uma espetacular postagem. Adorei.