A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cadernos de Agostinho da Silva (excertos e notas): 11ª série

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No primeiro Caderno desta série, WILLIAM MORRIS, reconstitui, Agostinho da Silva, a vida deste artista e escritor britânico, salientando o seu empenhamento social: “tomara o gosto da acção pública, das confe­rências, das reuniões de protesto, das comissões e das sociedades, e parecia-lhe que era aquele o meio de melhor exercer uma acção educativa, de fazer que os homens atingissem um nível mais elevado de cultura e de vida; o seu ideal era que se restabelecesse o amor da existência e a plenitude de existência que lhe pare­cia ter havido na Idade Média, que todos os homens pudessem dar à medida das suas possibilidades, no que tinham de mais elevado, sem que as circunstâncias sociais, quer no aspecto político, quer no aspecto eco­nómico, quer no aspecto cultural, que de resto não separava por barreiras artificiais, a impedissem de atin­gir o desenvolvimento desejável; era seguro que se teria de lutar como que em dois planos, dando por um lado atenção ao quotidiano, interessando-se por todos os acidentes políticos, mas pondo, por outro lado, e talvez como mais importante, o problema da elevação do próprio espírito do homem; era um edu­cador que, para o ser por completo, se via obrigado a interessar-se pela política: não o fazia com íntimo gosto, mas o trabalho da firma dera-lhe o sentido do possível, o hábito de tratar com homens, a resigna­ção ante o inevitável limitado das realizações”[1].
No segundo, PLATÃO, analisa detalhadamente, Agostinho da Silva, as várias facetas do pensamento platónico, inclusive a sua faceta política, salvaguardando os seus limites: “A humanidade tinha que fazer experiências que iam para além da experiência de Platão; no fim de tudo, e quaisquer que sejam os acidentes de marcha, a metafísica do futuro será meta­física platónica, a ciência será ciência platónica; mas haverá, no conteúdo propriamente humano, um enri­quecimento que fará derrubar todos os limites que a Platão pareceram indestrutíveis e eternos.”[2].
No terceiro, A ARTE EGÍPCIA, procura, Agostinho da Silva, desconstruir o mito da “imobilidade egípcia”:
[3]“Durante muito tempo se apresentou o Egipto como o país da imobilidade; julgava‑se que, por dezenas de séculos, não tinham variado no país a que o Nilo dava fertilidade e que o deserto defendia dos povos estrangeiros, nem as instituições sociais, nem as concepções artísticas, nem o tipo geral de mentalidade; sem se explicar bem como, tinha sur­gido uma certa atitude perante a vida e as suas linhas gerais haviam-se fixado para sempre; era, noutro plano, mas de uma forma ainda mais misteriosa, a repetição da ideia do «milagre grego»: uma cultura que aparecia sem origens vi­síveis e como que parada no tempo; mas diferentemente do que sucedia com a Grécia, em que o período de esplendor tinha durado um escasso século, o Egipto mantivera-se du­rante milhares de anos com as características que atingira logo de início; em face dos outros o povo do Egipto era o da eternidade: as criações humanas, fugazes no tempo, apa­reciam à luz da história, brilhavam um momento com mais viva chama, depois desapareciam para que outras surgissem; mas os grandes templos maciços, as estátuas colossais de deuses, os faraós eternizados no seu sorriso convencional, toda a estatuária de massas poderosas, permaneciam na imobilidade de uma vida que logo na mente do autor fora o desprezo dos planos terrestres, o fixar de uma vida de eterna duração; não havia nenhuma revolução na história do Egipto, nenhuma essencial modificação na sua economia e, do mesmo modo, nenhuma tentativa dos artistas para se li­bertarem do que fora fixado de uma vez para sempre.”[3] (p. 3)
No quarto e último Caderno publicado desta série, igualmente a última, BACH, exalta, Agostinho da Silva, este génio da música*: “Com Bach fica inteiramente posta de parte a ideia vulgar do génio como um ser doentio, incapaz das regras dos outros homens, insociável e estranho: ninguém foi mais tranquilo, mais cuidadoso, mais operário do que Bach; e ninguém foi mais alto do que ele na escala das verdadeiras grandezas”[4].

[1]William Morris, Lisboa, Edição do Autor, 1944., p. 17.
[2]Platão, Lisboa, Edição do Autor, 1946, pp. 26-27. Cf., igualmente, ibid., p. 20: “Em Platão, nunca houve esperanças na possibili­dade de uma redenção total dos homens; só foi até ao ponto de ter confiança no aparecimento de um gover­nante que pudesse realizar o sonho da República e estabelecer um governo de filósofos”.
[3]A Arte Egípcia, Lisboa, Edição do Autor, 1947, p. 3.
[4]Bach, Lisboa, Edição do Autor, 1947, p. 16. Assinale-se, aqui, a concepção agostiniana de génio*.

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