A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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terça-feira, 14 de julho de 2009

Ainda sobre António Quadros*

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(...)
Nessa medida, defendemos pois aqui a relativa verdade de todas as filosofias. E isto sem defendermos, propriamente, a relativização da Verdade. A este respeito, fazemos questão de transcrever as seguintes palavras de António Quadros, que subscrevemos na íntegra: “A verdade é só uma? Talvez. Mas cada homem – e mais largamente cada país, está colocado em situação diferente em relação à verdade, relação da parte para o todo, entenda-se. A verdade é só uma, mas desabrocha em infinita variedade e plasticidade. Reduzir todos os planos da paisagem a uma só, ontem o plano de Florença ou Roma, hoje o plano de Paris, amanhã o plano de qualquer outra cultura igualmente totalitária e exigente, é empobrecer as possibilidades de alargamento de compreensão universal. Pelo contrário, possibilitar o desenvolvimento de tantas estéticas quantos os países, de tantos prismas de observação e de conhecimento quantas as resultantes de um determinado circunstancialismo geográfico, étnico, psicológico, político, social e filosófico, é aumentar em número proporcional as ‘tomadas de contacto’ com a verdade.”[2].

E por isso acompanhamos ainda António Quadros quando este defende que “ainda bem que os caminhos e os caminhantes são múltiplos e diferentes”. Se o não fossem, como nos diz ainda, “teríamos todos um único horizonte, um único modo de ver e de contemplar – marcharíamos todos como carneiros, quem sabe se para o abismo?”. Eis porque, com efeito, ainda bem que os caminhos e os caminhantes são múltiplos e diferentes, eis porque, efectivamente, ainda bem que múltiplas e diferentes são as culturas e as filosofias – ainda nas palavras de António Quadros: “A multiplicação das culturas, a heterogeneidade dos pensadores, pelo contrário, aumenta proporcionalmente as tomadas de contacto com o Ser. A existência das filosofias nacionais garante o enriquecimento e a vivacidade das possibilidades de conhecimento dos humanos.”[3]. Isto, como é óbvio, na premissa de que cada “filosofia nacional”, de que cada “filosofia situada”, traz, efectivamente, algo de novo, de único, isto, como é óbvio, na premissa de que cada cultura, de que cada comunidade, de que cada homem, traz, de facto, algo de singular. Mas essa é, explicitamente, a premissa de que parte António Quadros – daí ainda, a título de exemplo, estas suas palavras: “Pede-se à criatura – humana ou artística – que não se restrinja a repetir, que não aliene a sua singularidade e, mais do que isso, que acrescente à ordem de que herdou a vida: que traga mais verdade, mais justiça, mais beleza – que invente, numa palavra.”[4]. É, aliás, por isso, precisamente, que, para este pensador, a própria “identidade portuguesa” está, ainda e sempre, em aberto – à espera que cada um de nós contribua para o seu “acabamento”[5].

[2] Introdução a uma estética existencial, ed. cit., p. 13. Ao invés, “a posse total e absoluta da verdade suporia uma só língua” [cf. “Da Língua Portuguesa à Filosofia Portuguesa”, in AA.VV., Seminário de Literatura e Filosofia Portuguesas (actas), ed. cit., p. 89].
[3] A Angústia do nosso tempo e a Crise da Universidade, ed. cit., p. 35.
[4] Crítica e Verdade: introdução à actual literatura portuguesa, ed. cit., p. 269.
[5] Como ele próprio o afirmou, supomos que na sua última entrevista, publicada no Diário de Notícias de 11 de Março de 1993, “a identidade portuguesa não é, quanto a mim, qualquer coisa de estático, mas qualquer coisa a construir”.

* In Fundamentos e Firmamentos do pensamento português contemporâneo (no prelo)

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