.
Lisboa, 17 Jun (Lusa) - O ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, defendeu hoje a criação de um academia dedicada à Língua Portuguesa porque o modelo da actual Academia das Ciências de Lisboa está "esgotado".
Pinto Ribeiro falava na Comissão Parlamentar Sociedade, Ética e Cultura, naquela que é a sua última intervenção na actual legislatura parlamentar, onde advogou que a futura academia "tenha competência normativa".
O ministro deu como exemplo a Real Academia da Língua Espanhola que "tem como função preservar a unidade da língua e o seu objectivo é tratar da Língua Espanhola com o objectivo de a fixar, a limpar, dar brilho, de preservar a sua unidade".
Em Portugal "não temos nenhum instrumento" para cumprir esse objectivo, disse Pinto Ribeiro.
"Não temos dicionário da Academia, não temos vocabulário, técnico e científico, não temos um conjunto de instrumentos de Língua. Não fazemos aquilo que a Real Academia Espanhola faz que é em cada 48 horas responder a todas as perguntas de língua que lhe são feitas".
Perante os deputados o ministro incluiu a criação desta Academia de Língua Portuguesa num conjunto de instrumentos de defesa da Língua Portuguesa, aos quais se juntam ainda a refundação do Instituto Camões, a criação do Fundo da Língua Portuguesa e o Novo Acordo Ortográfico.
SS.
Lusa/Fim
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
9 comentários:
Cá está o problema de fundo. Deve, ou, alguém ter 'competência normativa' sobre a língua?
Explico o que isto significa: numa linha 'dura', a normatividade é jurídica: a língua consta de um Decreto-Lei (Deve ou não ser ILEGAL escrever "óptimo"?).
Numa linha 'soft', a normatividade é "social": há um conjunto de pessoas 'chiques', 'urbanas', 'civilizadas', que conhecem as regras (curiosamente, também as fazem e alteram); há os outros, que têm muito que aprender.
Errata, 2.ª linha acima. "Deve, ou não...".
Sobre a língua claro que não, mas sobre a ortografia sim. Isto, porque, não se trata de falar, mas de escrever com correspondência à fala e, para isso, têm de existir normas e quem proponha as normas; dicionaristas, gramáticos, linguistas etc. Nesse sentido, a criação de uma academia compreende-se mais que nunca, hoje Portugal já não domina a ortografia, precisa portanto de se precaver.
Sobre a questão de dever ser ilegal ou não escrever óptimo, acho que não. As novas normas vão entrando aos poucos e com o tempo nos hábitos dos escreventes, sempre foi assim e o contrário seria um absurdo. (é claro que no caso do ensino, o português deve ser ensinado com a normativa actual, assim como o Estado o deve também aplicar de imediato)
Caríssimo:
A fala de quem? Em metade de Portugal "vaca" DIZ-SE com "b".
Correspondência à fala? Vale a pena ler o primeiro número da "Águia", logo a seguir a 1910: "OJE O OMEM...", propunha um dos autores. E vale a pena meditar no texto de Pascoaes sobre isso, já que dele tanto se fala aqui.
A fronteira entre 'propor uma norma' e 'impô-la socialmente' é muito ténue. Se eu lhe aparecer para um almoço com uma gravata com o Pai Natal, o meu amigo ainda que inconscientemente reterá 'uma boa ideia', ou 'um horror a evitar'... Somos amigos, somos iguais. Se eu for um professor e chamar 'mal vestidos' a alguns alunos, a situação é levemente diferente... e por aí fora.
Note a curiosíssima palavra "estória" (eu detesto-a, mas isso não vem ao caso) que nasceu num romance, não foi aprovada por nenhuma lei e espalhou-se completamente. Isso acho aceitável, acho bom, goste ou não, siga ou não siga...
Quanto ao 'ilegal', tecnicamente é isso que acontece (em rigor, 'ilícito', mas esta palavra é já calão de jurista). Não significa prender ou multar quem a violar. Mas é um comportamento 'contrário a uma lei', e não adianta fingir que não...
Abraço!
E, claro - que comportamentos não serão aceites "se educarmos as criancinhas desde pequeninas para isso"?
Casimiro,
Eu continuo a escrever História e o meu tio lá no norte vai continuar a dizer baca. E depois, alguém vai preso por isso?
Mais a sério:
Se tivermos em atenção a combinatória de uma imagem acústica com um significante e, na definição, tivermos em conta a língua escrita, concluiremos que, o significante não intervém só na imagem acústica mas também na imagem gráfica, depois, a ortografia é artificial porque resulta de um conjunto de regras político-administrativas convencionadas e não de séculos de interacção entre fala e escrita, não é uma coisa natural. O resultado, pese embora a quem com honestidade intelectual é contra o Acordo defendendo razões culturais e históricas da grafia (graphia) de cada palavra, tem sido o de não existir qualquer estratégia para se escrever correctamente que não passe pela memorização do léxico e também pela interiorização das regras devido à experiência que vamos adquirindo.
Quanto à fronteira, não sou tão pessimista. Eu, por exemplo, acho difícil adaptar-me, mas entendo que a língua, é um organismo vivo que muda e se adapta aos tempos e costumes, logo a grafia tem de a seguir, não fosse isso e ainda escreveríamos monarchia como o fazia Fernando Pessoa depois da reforma de 1911.
Portugal, enquanto Pátria da lusófonia, só tem a ganhar, pois, para além de simplificar a escrita ao retirar parte das consoantes sem valor fonético e que só existem por tradição ortográfica e similaridade do português com outras línguas românicas, simplifica também o processo de escrita e o de aprendizagem, já que, não altera a sintaxe, não cria ou elimina qualquer palavra, nem existe a intenção de acompanhar no extremo a naturalidade com que se fala, nem tão-pouco interfere com a coexistência ou regras linguísticas regionais, depois, é também essencial para a unificação institucional e plural da língua nos países da CPLP que, unificada, ganhará poder de afirmação nas instâncias internacionais e é, uma medida fulcral para que a língua dos lusofalantes continue bem de saúde, não siga rumos diferentes.
Forte abraço, Casimiro.
PS: Eu acredito que muitos dos opositores, são-no por uma forte componente da dimensão afectiva, mas acredito que acabarão por concluir que as alterações contribuem para um valor mais alto que é a unificação, tendo o nacional objectivo de manter viva uma das línguas mais faladas no mundo, projectando-a internacionalmente.
Isto para mim sim, é importante.
Caro: com certeza. A 'afirmação internacional', etc. Já ouço os canhões a marchar.
Quando a ONU fizer uma resolução dizendo que 'buses must not pollute', a versão lusófona vai falar de bondes ou de autocarros?
Enviar um comentário