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Os homens em geral – e, dir-se-ia, os portugueses em particular –, são dados a antíteses. Para cada questão, parece sempre haver uma fronteira intransponível, uma fractura insanável. Face a ela, ou estamos de um lado ou do outro.
Eis a lógica do pensamento sectário, que emerge, em particular, nos momentos revolucionários: ver tudo, como se costuma dizer, “a preto e branco”. Se formos dos “brancos”, nada dos “pretos” se aproveita. Se formos dos “pretos”, tudo dos “brancos” é para renegar. Fácil é de ver que, por via dessa lógica, nunca poderá haver sustentado progresso. Mais cedo ou mais tarde, temos que recomeçar tudo de novo.
Essa nostalgia por uma origem absoluta a partir da qual se pudesse recomeçar tudo de novo, como se isso fosse realmente possível é, de resto, por si, inibidora de progresso. Sem capacidade de aceitar o que está para trás, nunca será realmente possível seguir em frente…
A “fractura” entre os movimentos da Renascença Portuguesa e da Seara Nova é uma das que mais se cimentou na nossa memória histórico-cultural. Na nossa comunicação, procuraremos, sem escamotear as diferenças, desconstruir essa “fractura”, salientando, desde logo, a complexidade de alguns percursos pessoais – como os de Agostinho da Silva e de Jaime Cortesão, e mesmo o de António Sérgio –, os quais, devidamente considerados, transcendem algumas dessas fronteiras.
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
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3 comentários:
Aguardamos, com o mais vivo interesse, o prosseguimento deste momentoso "ensaio", fundamental para a exacta compreensão do actual pensamento lusíada. De que lado nos encontramos? Onde há lugar para nós, o comum dos mortais... dados à inevitabilidade de "cogitar"? Que permanece vivo dos dois movimentos em confronto? Será a "Nova Águia" o porta-voz dessa dessa mensagem... renovada ou renovadora? Precisamos de definições... neste momento de incertezas e perplexidades. Com que bagagem nos fazemos ao caminho? Acaso precisaremos dela ou será preferível... irmos de mãos a abanar, inteitamente despojados de uma herança que parece incomodar-nos? Perguntas, estas e outras do mesmo género, que necessitam de esclarecidas e esclarecedoras respostas. Para seguirmos adiante, confortavelmente.
JCN
JAIME CORTESÃO
Ao Doutor Renato Epifânio
Porte distinto, um pouco avantajado,
figura anteriana, a barba loura,
sorriso aberto que a realça e doura,
assim era o escritor... escorraçado
por Salazar do seu país natal
que tanto amava e conhecia a fundo,
o português mais português do mundo
e desde logo o mais universal.
Em terras brasileiras acolhido,
brilhou nas suas universidades
pelas suas excelsas qualidades.
Padrão de Portugal que o maltratou
foi no Brasil que se celebrizou,
por todo o mundo culto enaltecido!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Caro João de Castro Nunes
Irei partilhando aqui a minha reflexão, e desde já lhe agradeço as sugestões que fez que a ir desenvolvendo...
Agradeço-lhe também o poema dedicado.
Abraço MIL
Renato (sem Doutor)
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