LUÍS DE CAMÕES
Camões, alone, of all the lyric race,
Born in the black aurora of disaster,
Can look a common soldier in the face:
I find a comrade where I sought a master:
For daily, while the stinking crocodiles
Glide from the mangroves on the swampy shore,
He shares my awning on the dhow, he smiles,
And tells me that he lived it all before.
Through fire and shipwreck, pestilence and loss,
Led by the ignis fatuus of duty
To a dog’s death – yet of his sorrows king –
He shouldered high his voluntary Cross,
Wrestled his hardships into forms of beauty,
And taught his gorgon destinies to sing.
LUÍS DE CAMÕES
Camões, somente, de toda a raça lírica,
Nascido em escura alba de desastre,
Pode olhar um soldado raso face a face:
Encontro um camarada onde supus um mestre:
Dia a dia, enquanto fedorentos crocodilos
Deslizam dos manguezais na margem pantanosa,
Ele partilha o toldo do meu dhow, e sorri,
E diz-me que viveu tudo isto muito antes.
Por fogo e naufrágio, pestilência e perda,
Arrastado pelo fogo-fátuo do dever
A uma morte de cão – porém de seus males rei –
Ergueu altaneira a sua voluntária Cruz,
Amassou os seus penares em formas de beleza,
E a sua Górgona domou para cantar destinos.
Roy Campbell (Durban, 1901 - Setúbal, 1957)
Tradução de Lord of Erewhon
1 comentário:
Obrigado pela partilha, Renato. Camões é eterno.
Abraço.
Enviar um comentário