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A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
Humberto França
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa foi criada na reunião dos Chefes de Estado de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné, Moçambique, Portugal e São Tomé, em São Luís do Maranhão, no ano de 1983. Um dos seus inspiradores foi o embaixador brasileiro José Aparecido de Oliveira. Os países membros da CPLP totalizam uma população de mais duzentos e cinqüenta milhões de habitantes. A soma do PIB dos seus países alcança um valor aproximado de dois trilhões e cento e oitenta bilhões de dólares, considerando-se a destacada participação do Brasil. A importância da CPLP deve-se também ao fato de que o Português é a quinta língua mais falada no mundo. Da sede CPLP em Lisboa, o seu Secretário-Executivo, Domingos Simões Pereira, da Guiné Bissau, tem empreendido uma louvável atuação, visando aproximar os países que integram a comunidade. O chefe da Missão do Brasil junto à CPLP, o embaixador Lauro Moreira, tem se destacado pelo seu empenho em ampliar o diálogo do Brasil com o mundo lusófono.
Considerando-se a indiscutível importância da CPLP, o Brasil precisa fortalecer os seus laços culturais, diplomáticos, econômicos e estratégicos com os seus membros. O enorme potencial econômico e geo-estratégico daqueles países, principalmente de Angola, está vinculado ao patrimônio humano, natural e econômico que possuem, destacando-se as reservas de gás e petróleo no Atlântico Sul, esse “rio” que une os países de língua portuguesa da África e com o Brasil. Portanto, o nosso país, em parceria com as nações da CPLP, tem de engenhar projetos de desenvolvimento na área educação, agricultura, saúde, ciência e tecnologia. O papel da região Nordeste, neste empreendimento é indiscutível. As empresas de Pernambuco que já mantem presença em Angola, poderão aumentar seus empreendimentos na África Lusófona. A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco – FIEP, bem que poderia lançar um projeto para fomentar os negócios com aqueles países. Igualmente, o plano de estratégia militar brasileiro necessita estabelecer uma aliança mais estreita com os membros da CPLP, para garantir a segurança do Atlântico Sul, visto que as nossas reservas petrolíferas do chamado “pré-sal”, possivelmente, integram uma região que compreende São Tomé, Angola e a Guiné. No campo da educação, a instalação da Universidade Lusófona, no Ceará, precisa ser acelerada.
Compartilhamos com os povos da CPLP, uma herança comum. O diálogo cultural Brasil-África fluirá com facilidade porque estamos mais identificamos com os africanos do que com os nossos vizinhos hispânicos. Porém, o fortalecimento das nossas relações com os países da CPLP não resultará em nenhum desvio de nossa vocação de aproximação com os latino-americanos. Pelo contrário, o nosso esforço consolidará o papel de líder que o Brasil já exerce na América do Sul e substanciará uma política diplomática multilateral, inerente a um país com a importância do Brasil. Devemos também promover a consolidação da democracia no âmbito da CPLP. O fortalecimento dos laços com os países da CPLP poderá gerar projetos estratégicos e econômicos em Angola e em Moçambique, para assegurar nossa presença no Oceano Índico, no Timor, na Oceania e também com a Índia, em Goa, onde se encontram fortes resquícios da presença da Língua Portuguesa.
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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terça-feira, 14 de abril de 2009
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