A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Nau Nossa Senhora da Vida

«XVI
Sonhei, que estava sonhando,
Que passados cem Janeiros
Os Portugueses primeiros
Se levantarão em bando.

XVII
Ergue-se a águia Imperial
Com os seus filhos ao rabo;
E com as unhas no cabo
Faz o ninho em Portugal.»
Bandarra, Trovas

«E dado que o graal significa vaso (grasale) e livro (gradale) e que este representa a Tradição lembremos o lugar eminente, no seu centro, e nas mãos do Santo, que ocupa o livro nos Painéis de Nuno Gonçalves [de S. Vicente]: a significação que aí teria o seu gesto: primeiro, ele o deterá aberto, depois fechado, como em dois momentos ou períodos nos tempos dos homens e do seu reino por que ele se revela, que guarda e zela como desvendamento e ocultamento sucessivos da Tradição como profecia e promessa que o Santo deterá e mostrará a seu reino.

(...) Fernando Pessoa, como o iniciado e eleito do reino, vem nele e por ele, revelá-lo, comunicá-lo, finalmente, como segredo que ele próprio na sua vida terrestre, ainda quis doar-lhe e aos seus homens, segredo a que significativamente deu o nome de Mensagem.
Vejamos assim nessa sua obra como a explosão primeira da revelação desta verdade, tão longamente mantida fechada. Ou como o início da sua segunda vinda sobre a terra.
(...) é um novo mundo o que a Mensagem, com seu criador, partilhadamente anuncia com os poetas profetas da Renascença Portuguesa.
Agora, uma geração passada depois desse portentoso surto da voz pátria (...) incumbiria a estes tempos a obra de desvendar o que nela ficou impresso e confiado (...)

«O pequeno povo ergue o mundo na mão como um Deus-Menino, dele fazendo a sua dádiva à ânsia indagadora, à infinita sede da humanidade» (Jaime Cortesão).

«Vós que à custa de vossas várias mortes
A lei da vida eterna dilataste» [Camões]

(...) ela dirá que a paixão e a morte é a prova necessária para que o grão ressuscite.

Oh amargos palácios reais
(entre altas oliveiras de prata)

Talhas e mendicantes
Secretos tesouros, abri-vos.

Já intruso fruto
de polpa cerrada.
Comer vosso coração
de chama esbrazeada.

Rubro fruto, de mistério carregado.
Rosto de pálpebras cerradas
a que se segue silêncio intacto.

(A história duma Pátria)»
Dalila Pereira da Costa

O Homem semeia a Planta que o sustenta - a Semente;
Deus semeia a Alma que o sustenta - o Homem, a Semente do Amor Infinito.

«(...) a Lua e o Sol, como a prata e o ouro preparados para a fase final, como conclusão da Grande Obra: onde então eles surgirão apresentados cada um em cada palma das mãos do iniciado. Como os dois metais perfeitos, incorruptíveis que, tomados e unidos em casamento vivo, como matérias vivas que são - engendram a transmutação: do homem e da Natureza. Porque o homem é o regenerador do cosmos. Ele, a matéria sobre que é feita a operação espiritual, da alquimia. Como obtenção da carne regenerada, sem passar pela morte. Esse homem, erguendo-se do graal, terá já o corpo do ressuscitado celeste, ou dos Santos, os que habitam as Ilhas encobertas, em demanda das quais partiam as caravelas lusíadas.
É pela mesma aproximação dos dois metais nobres e perenes, como nesta matriz de Vila do Conde, o ouro e a prata, ou pelos dois astros, o Sol e a Lua, o masculino e o feminino, corpos humanos terrestres ou cósmicos celestes, que se atinge a integração aqui, dita nesta frase pictográfica: ou na mesma pátria, quatro séculos mais tarde, através dum poema, O Último Sortilégio, de Pessoa.
Em Portugal, poetas e navegantes, terão trabalhado sempre para o mesmo fim, a redenção da Natureza. Aqui nesta nação, a Grande Obra, como poesia e alquimia, se encontrará identificada. Por isso, a Portugal se poderá chamar terra de poetas: mas não por qualquer razão ou perspectiva destes, sentimental: porque o seu lirismo ultrapassará os limites e significado subjectivo que porventura eles mesmos lhe viram, onde eles o limitaram, porque tudo, por eles, foi feito nesse instante de dar voz à natureza, à terra, - manifestá-la, trazê-la à luz, à sua verdade, desocultá-la e redimi-la - tal como na obra dos navegantes.»
Dalila Pereira da Costa, A Nau e o Graal

«(...)
Tu, porém, Sol, cujo ouro me foi presa,
Tu, Lua, cuja prata converti,
Se já não podeis dar-me essa beleza
Que tantas vezes tive por querer,
Ao menos meu ser findo dividi -
­Meu ser essencial se perca em si,
Só meu corpo sem mim fique alma e ser!

Converta-me a minha última magia
Numa estátua de mim em corpo vivo!
Morra quem sou, mas quem me fiz e havia,
Anónima presença que se beija,
Carne do meu abstracto amor cativo,
Seja a morte de mim em que revivo;
E tal qual fui, não sendo nada, eu seja!»
Fernando Pessoa, O Último Sortilégio

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