Depois das suas teses de “Pensamento Único”, anteriormente defendidas com sanha total e absolutos graus de certeza, os Liberais sofreram um rude golpe quando as consequências de todas as desregulações se abateram sobre o planeta naquela que é já a maior recessão económica dos últimos setenta anos.
Apesar disso, continuam a existir e procurarem influenciar o curso das sociedades e das economias. Representados no Parlamento Europeu com um grupo próprio, os Liberais tentam sair do pântano atual - comparável aquele em que se viram imersos os comunistas após a queda do Muro de Berlim - advogando a defesa da Economia de Mercado e a “promoção dos direitos individuais”. Estes serão os dois motes da sua campanha eleitoral para as eleições europeias de junho.
Apesar do grosso da sua agenda merecer o nosso mais veemente repúdio, pelo menos num ponto estamos de acordo com os deputados do Partido Democrata Liberal Europeu… Na sua oposição ao federalismo, e na sua defesa da independência dos Estados nacionais. Federalismo - na leitura bruxeliana do termo - é concentrar em órgãos não eleitos uma quantidade e qualidade de Poder crescente e com isso, nunca poderemos estar de acordo… Federar - na leitura dos federalistas europeus - é centralizar em instituições e em locais remotos, sitos algures na Europa do Norte, a gestão da coisa pública (Res Publica) e tentar federar e congregar povos, culturas e línguas que nada têm em comum além dos fátuos interesses economicistas de curto prazo. Antes de se forjar uma “Europa económica” haveria de ser forjar uma “nação europeia”, e isso nunca se procurou fazer, não passando a Europa de hoje de um feixe de interesses diversos, coligados frouxamente e apenas na mira de recompensas materiais de curto prazo, sem que haja qualquer sentimento de pátria comum unindo letões, cipriotas e portugueses… Tal construção artificial nunca pode assumir a forma de uma verdadeira federação, apenas a de um “império” imposto a partir de fora, por economistas, tecnocratas bruxelianos e por uma linguagem e discurso economeses que nada têm a ver com as construções mentais e culturais que estão sempre - necessariamente - por detrás de qualquer sentimento nacional e, decorrentemente, federal.
Fonte:
Euronews, 2008
2 comentários:
Essa "união europeia" está em derrocada...
lenta... como Roma, que levou trezentos anos a tombar...
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