A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 29 de março de 2009

Os africanos descobrem o Brasil

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Humberto França
Escritor

Nos próximos decênios, o Brasil terá que se preparar para acolher uma notável massa de imigrantes oriundos da África Ocidental. Embora o nosso país seja desconhecido da quase totalidade dos africanos, exceto pelos falantes de Língua Portuguesa, o Brasil, em vista do seu acelerado processo de desenvolvimento social e do gigantismo de sua economia, inevitavelmente, atrairá os jovens africanos que já começam a olhar com avidez para a nossa imensa costa Atlântica. E, aqui desembarcarão. Ao conhecerem melhor a nossa cultura de acolhimento aos estrangeiros e perceberem que poderão se adaptar aos costumes dos brasileiros africanizados, os imigrantes da África dirigirão seus barcos para nossas praias.

África também é aqui. A cultura afro-brasileira, a cor da pele de grande parte de nossa população e o nosso modo de ser e viver poderão inspirar a vinda de grande massa de africanos. Igualmente, o nosso clima tropical, semelhante ao dos países da África Central e Ocidental, as línguas neolatinas, Francês, Português e Espanhol, faladas por parte da população nos 21 países daquelas regiões, que somam aproximadamente duzentos e trinta milhões, facilitarão bastante uma adaptação desses imigrantes à sociedade brasileira. Adicionem-se, ainda, os outros que poderão vir da Nigéria, país de língua oficial inglesa, de mais de cento e quarenta milhões de habitantes.

Outro fator que poderá impulsionar essas levas de africanos é a terrível pressão da pobreza no continente, a explosão populacional e o altíssimo contingente de jovens naqueles países. Ademais, o crescimento do comércio bilateral Brasil – África e a expansão das comunicações e a presença dos produtos culturais brasileiros, logo despertarão um maior interesse dos africanos jovens, em busca de melhores condições de vida, pelo Brasil. É também possível que tal êxodo venha a ser incentivado pelos países europeus que colonizaram a África e que, atualmente, se recusam a acolher imigrantes africanos.

Se bem regulamentada, a presença desses africanos no Brasil não deverá ser considerada uma desvantagem para o nosso país. No entanto, devemos re-elaborar a nossa tendência de tolerância excessiva para com o estrangeiro, pois a presença africana, sobretudo nos estados do Nordeste poderá gerar uma ácida disputa de empregos com os trabalhadores nordestinos não-qualificados. E, portanto, tensões que poderão ser transformar em ódio racial. É verdade que os brasileiros se sentem devedores da contribuição dos africanos ao país. Teremos sim, de acolhê-los, mas necessitamos, desde já, preparar o país para este desafio. Antes, no entanto, para conter um possível excesso migratório, seria melhor que o Brasil construísse um projeto multilateral de desenvolvimento, principalmente agrícola, para os países africanos, sobretudo para Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e a Guiné.

Um recente sinal que aponta para a chegada de africanos aqui, foi a presença de um jovem imigrante clandestino da Guiné, que ao chegar a Bahia, logo trocou passes de bola com um Juiz da Vara da Infância e Juventude de Salvador, e, de pronto, integrou-se num jogo de futebol. Possivelmente, em nenhum país onde o Estado de Direito seja realmente levado a sério, um magistrado brincaria com um estrangeiro que houvesse burlado a lei, sem que o episódio provocasse uma repulsa da sociedade. O fato demonstra que o Brasil, seu povo e suas autoridades precisam, o quanto antes, estar mais bem preparados para lidarem com a grande imigração africana que já vem vindo.

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