meus caros e minhas caras,
para que não se nos aplique, em execício de subversão, o trocadilho japonês dos macacos sábios. Portanto, ouçamos, vejamos e, por fim, falemos. Aqui convosco partilho:
««Notado IDP no Dia Mundial da Água, 22 de Março
Água corrente não mata gente. (Ditado popular)
Vem o Instituto da Democracia Portuguesa alertar para as incongruências e riscos decorrentes dos actuais diplomas nacionais sobre a Água os quais, ao não salvaguardar a água como direito humano, abrem caminho para o seu tratamento como mercadoria por parte de grandes empresas como a EDP, detentoras de barragens. Contrariando aliás, de forma perversa, o espírito da Directiva Quadro da Água. Há uns 30 anos atrás, ninguém usava garrafas plásticas com água e estávamos vivos a beber água da torneira; consumir águas minerais podia ser um símbolo de status ou uma necessidade de saúde. Entretanto, a publicidade das empresas do sector convenceram as pessoas que estão incompletas como seres humanos a menos que sejam portadores de uma garrafa de água plástica (fonte de poluição); não há assembleia onde, não obstante a disponibilidade de água próxima, não surja aágua engarrafada e há quem carregue uma embalagem de água como mais preciosa doque o oxigénio. As empresas passaram a vender um produto com"calorias-zero, cor-zero e gosto-zero" como se tivesse existido uma mudança repentina na biologia humana. No 5ª Forum Global da Água, em 12-15 de Marçode 2009, os 23.000 representantes de 193 países concordaram que a água potável é uma necessidade humana.
Mas E.U.A, China, Brasil, Canadá, e Egipto e outros recusaram reconhecer o "direito à água". Países como a China gastarão dezenas de biliões de euros em projectos de água para cobrir as suas necessidades. A tecnologia já existe para purificar a água de várias origens, nomeadamente por desalinização da água do mar, mas é ainda muito cara. É um sector em que Portugal devia apostar com urgência. E é nesta crise que as empresas multinacionais pretendem gerir a água como um recurso mineral como os outros.
Em simultâneo com o 5º Fórum, ocorreu a Exposição das indústrias do sector com centenas de empresas. É verdade que no nosso "planeta azul", assim chamado pelas massas de água oceânicas que ocupam a maior parte da superfície,a água disponível para o consumo, é apenas 0,01% dos recursos hídricos! Entretanto um bilião de pessoas continuam sem acesso à água potável, o que provoca uma morte a cada 8 segundos devido a água contaminada. Além deste problema gravíssimo, há questões de mudança climática e o desperdício de água em muitos sectores - agrário, industrial, comercial e residencial - que torna aágua mais escassa e cara e uma oportunidade de negócio. Tal como o petróleo foi fonte de competição económica, conflito diplomático e guerras no século XX, está escrito em todo o lado que a água será fonte de conflitos no século XXI. As exigênciasambientais e de desenvolvimento sustentado levam muitos países a exigir uma regulação internacional da água. Como o Norte tem maiores recursos hídricos, a questão da água segue a velha partilha norte-sul que a ONU e outros fóruns debateram durante décadas sem chegar a soluções construtivas. A água é certamente uma necessidade humana primária. Alguma ideologia supôs que bastaria o mercado para determinar a disponibilidade, preço, uso, e conservação da água. Entretanto, cresceu a devastação do ambiente, o custo da água e o despovoamento. A poluição industrial é muito responsável pela disponibilidade diminuída de água potável. Em vários países, existem grandes empresas (mineração, petróleo, agro-alimentares) a comprarem "direitos de água". Mas se o mercado serve melhor o crescimento económico vertical, não serve as necessidades sociais.
Em muitos países, as empresas poluidoras industriais que fazem um grande uso de água e servem mercados estrangeiros, forçam as pessoas apagar mais pela água. Os diplomas nacionais sobre a Água, ao transporem a Directiva 2000/60/CE do Parlamento Europeu (DirectivaQuadro da Água) de forma suspeita, criaram fragilidades e abriram caminho para gerir a água como mercadoria e não como um direito, com dano para os bens do domínio hídrico como os leitos, margens, e zonas adjacentes. E tal facto temimplicações imediatas, bem como a longo prazo, na qualidade deste recursovital. Diz um ditado transmontano que "água corrente não mata gente". E é do senso comum que água parada fica estagnada.Da Directiva foi aproveitado o que pareceu inócuo numa análisesuperficial, no sentido de abrir as portas à alienação da água aosprivados. Além disso, os especialistas e o próprio Conselho Nacional daÁgua são unânimes em considerar que foi desvirtuado o princípio da Gestãopor Bacia Hidrográfica, com a criação de 5 Administrações de RegiãoHidrográficas, aglomerando uma delas 2 bacias internacionais com 4nacionais. Em particular, o artº 72, nº 93, alínea b) permite que sejam os concessionários privados de infra-estruturas hidráulicas, a EDP sobretudo, a licenciar actividades e a fiscalizar o domínio público hídrico emrelação a terceiros.
Estamos perante o espectro da privatização da águadas barragens e de bens do domínio público hídrico. A todos os títulos inaceitável.
Lisboa, 22 de Março de 2009
Água_TitularidadeRecursos Hídricos_Lei 54-2005. pdf
Água_Regimeda utilização dos recursos híd ricos_DL 226-A-2007.pdfÁgua_Leida_Lei 58-2005.pdf
Instituto da Democracia Portuguesa»»
Pois, meus caros e minhas caras, recordam-se de há uns dias termos visto e ouvido na televisão que já se vendem vários tipos de água, sendo que alguns chegam a custar cerca de 100 euros, ou mais, a garrafa?
Só há uma palavra para isto: estupidez.
Dizer rídiculo é óbvio.
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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3 comentários:
De facto, está tudo dito...
Abraço MIL
Isto é muito importante.
Cumprimentos
Cumprimentos, Casimiro.
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