VIDA DE PESTALOZZI[1]
- (...) acima de tudo punha a pátria, de que o seu último ideal era conseguir o bem do povo, salvá-lo do atoleiro em que mais e mais se ia afundando. Pelo povo sacrificaria a sua vida e, se preciso fosse, a vida dos seus; e não seria a acção rápida e brilhante que tortura num minuto e no minuto seguinte traz a quem a praticou a palma dos heróis; seria a batalha de todos os instantes, a pobreza e a fome, o desconforto e, quantas vezes, o desespero mais profundo, ilimitado.
- Só um caminho lhe restava: o de se dirigir às minorias, aos que voluntariamente se tinham separado dos conjuntos e, possuidores de verdadeira cultura e de clara inteligência, meditavam, longe do comum, os meios que atalhariam o mal que aumenta cada hora.
- Cria também que as revoluções, se devem gerar o forte executivo que inutiliza o adversário e limita os excessos dos amigos, mais têm de formar ambiente para que surjam os governos paternais, educadores, capazes de dar ao povo as bases de cultura indispensáveis a uma verdadeira Humanidade.
- A política, no entanto, não deixava de interessá-lo; entendia as profundas relações que existem entre a actividade pedagógica e a actividade de reforma social (...).
[1] In Seara Nova, Lisboa, nºs 546 a 552, 29 de Janeiro de 1938 a 12 de Março de 1938; Lisboa, Seara Nova, 1938.
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