A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 8 de fevereiro de 2009

Outro texto que nos chegou...

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Consulado Geral de Frankfurt despromovido em breve
António Justo

Frankfurt é o entroncamento global de passageiros, mercadorias, dados electrónicos e dinheiro. Daí o seu carácter e interesse logístico a nível internacional reconhecido mundialmente.

Frankfurt é sede de 102 representações diplomáticas. O maior consulado de Frankfurt é o da USA com 900 empregados. Se Berlim é o centro político Frankfurt é o centro financeiro. A atracção de Frankfurt deve-se à sua situação de entroncamento internacional e ao facto de ser o centro internacional das finanças e de Serviços internacionais. Frankfurt tem também a fama de ser um centro importante da diplomacia.

Numa altura em que se verifica uma aposta acrescida em Frankfurt por outros países como EUA com as suas novas instalações ,a Rússia com a abertura do seu Consulado e o Japão transferindo os seus interesses económicos de Düsseldorf para Frankfurt, não esquecendo a deliberação também da Espanha da abertura do Cervantes, a decisão de Portugal de despromover o Consulado-Geral de Frankfurt a vice-consulado e depois talvez a Escritório Consular, em benefício doutras cidades alemãs, não parece racional nem estratégicamente compatível com os interesses nacionais.

O Governo afirma que os Consulados não existem só para servir as Comunidades. Naturalmente que um posto de Cônsul é realmente demasiado caro e só se justificará com base na sua rentabilidade traduzida em iniciativas económicas e culturais. Frequentemente representações diplomáticas têm sido espaços livres para o caruncho partidário. É verdade que no passado quem tem aguentado o consulado tem sido a senhora Vice-cônsul. A presença ou ausência de cônsules que por lá têm passado talvez tenha sido notada quase exclusivamente nas despesas de estado.

Está prevista para breve a aposentação da senhora Vice-Cônsul. Oxalá os critérios de escolha sejam baseados num perfil de pessoa produtiva e rentável e não em mais uma ocupação partidária tecida entre sindicatos e secretarias de estado. Se ainda não houver um perfil novo para chefes de postos diplomáticos seria realmente melhor reduzi-los ao que têm sido: meros centros de documentação, não precisando para isso de altas personalidades sorvedouras dos dinheiros públicos. Observa-se uma incoerência do governo nas suas decisões.

O que não se descortina é um conceito de reorganização base. Surge tudo como medidas ad hoc para reduzir gastos. Necessitam-se estratégias que aproveitem os recursos económicos e humanos disponíveis e os façam render a 150%.

Os interesses económicos de Portugal defendem-se com diplomatas preparados e interessados e com meios financeiros, mas acima de tudo com fantasia. Num centro diplomático é prioritária a criação duma rede de relações pessoais. Criar laços de amizade, em particular com as autoridades alemãs para potenciar daí as suas acções.

A aposta do Governo apenas na burocracia administrativa cada vez mais longe do cidadão cidadão é testemunhável no Consulado de Frankfurt. Primeiro deitou os professores e as comissões de pais ao abandono discriminando-os e por fim na maneira injusta e desumana como tratou o Dr. Silvério Marques, chefe dos serviços de financeiros e de ensino, depois de 27 anos de serviço,cuja competência reconhecida por todos e em particular pelas autoridades escolares alemãs com quem sempre teve um relacionamento exemplar , não prolongando o seu destacamento e arrumando o ensino para a dependência de Düsseldorf. Que o Governo português trate mal os emigrantes é compreensível atendendo à mentalidade dominante em Lisboa. Que trate da maneira que tratou o Dr. Silvério Marques, um servidor puramente empenhado nos interesses da administração e do governo português, é que não dá para entender, atendendo à filosofia centralista administrativa. Precisamente, numa fase em que a sua situação de saúde familiar exigia maior estabilidade, é-lhe negada uma tarefa na Alemanha, e, para mais, numa altura em que se aumenta o pessoal administrativo na rede do ensino. Um Estado que trata assim os seus mais devotos multiplicadores desacredita-se a si mesmo.

Durante a década de 80 era visível a colaboração activa entre professores, assistentes sociais, associações, repartições do ensino e dos serviços sociais, então sob a responsabilidade directa do Dr. Madeira e do Dr. Matos. A desvinculação do Dr. Madeira e a transferência do Dr. Matos marca uma viragem radical na condução dos negócios públicos no estrangeiro, instalando-se a frieza, o desinteresse e o cinismo duma administração cada vez mais fechada nela mesma.

Sou dos tempos em que os professores se dirigiam ao Consulado Geral de Frankfurt para, em conjunto, programarem as aulas e trocarem experiências profissionais e estratégias de apoio às associações. Outros, como eu, a duzentos e mais quilómetros de distância faziam-no com entusiasmo apesar da deslocação e alimentação serem à própria custa. Isto era possível devido à colaboração e espírito de serviço e confiança que reinava então entre professores, administração e comunidades. Naquela época trabalhavam todos com entusiasmo para o mesmo fim. As cúpulas da administração passaram a desprezar os funcionários que andam com as mãos na massa. A nomenclatura acentua-se e com ela uma classe que se serve a pretexto de servir. Sei que isto tem a ver com o espírito burocrático centralista da União Europeia mas em desabono das comunidades locais.

Chega a ter-se a impressão da vontade política querer afastar da memória e do serviço aquelas pessoas que trabalharam entusiasticamente para o bem de Portugal e dos emigrantes, optando-se pela colocação de pessoas inocentes, mais apropriadas para uma administração maleável e carente, versada para o interesse político ocasional.

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