A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Argonautas (homenagem aos detratores das descobertas e inventores das invasões...)

Meu coração atravessou o oceano aos prantos, ante a gravação indelével no fundo do mar. Escrita com as lágrimas de muitas moças solteiras, porque seus noivos não retornaram do mar; com os gritos abafados dos marinheiros, que se perderam e não puderam voltar para casa; com as penas dolorosas das mães, que viram seus filhos partirem para nunca mais os ver; mas é preciso navegar, porque “navegar é preciso, viver não é preciso”. É preciso viajar, é preciso descobrir o que além do mar novos olhos possam ver ainda que à custa de tantas lágrimas, que até ao mar ajudaram a encher!
Também meus ossos milenares ainda choram; também minhas células do sangue reclamam; também minha carne sofre ainda agora as dores do navegar arcaico; mas não por ser velho e ultrapassado o argonáutico navegar das caravelas, que o não é! Mas arcaico pelas lágrimas derramadas pelos quatro reinos vertidas dos velhos olhos ancestrais, que ainda habitam as mesmas rotas muito saudosos e tão enaltecidos em minha alma honrada, pois sou eu sim descendente desse povo e dessa gente, antiga!
Valeu a pena? Sim, valeu e vale ainda por ter se feito maior para nunca ser pequena a arcaica alma e a ousadia.
Meu coração ainda aos prantos retornou à rota e retumbou o som e se juntou a mim, dando-me notícias do que viu escrito; lamentoso por nem todos reconhecerem o feito, e dos que vêem alguns ainda hoje só enxergam uma caótica viagem pelo olhar estrábico e despreparo mental... Ou seria um coração rançoso?
Apesar de alguns filhos das terras aonde a alma navegante as suas lágrimas levou tragam às suas bocas e às suas cabeças ainda acorrentadas as idéias tacanhas do leste, e é, ainda, seu desejo desejar o que não é seu... E a inveja mata tanto e tanto amarga a boca do proletário mental sem oriente! Mas ainda assim segue engajado e envenenado pelo falso líder que elegeu e elege!
Mas o meu coração chora-lhe também a falta de berço; chora-lhe também a falta de olhos; chora-lhe também a falta de eixo... E não ser um ser social que não se encaixe na faixa do meio e nada trazer nem dizer o que faz nem ao que veio.
Meus pés cansados de tanto andar a dizer o que ninguém ouve, quedam-se sujeitos aos calos de tanto andarem em vão a caminhar; mas minha alma acredita no novo que há de chegar com o Encoberto, que já chegou. Apesar do Estado, apesar do conto que em seu nome já foi aplicado, apesar do tolo hoje falando alto, falando grosso e causando dolo.
Porque não ouça a voz antiga do sangue Árabe e incluso nele o Negro; porque não ouça o cavalgar dos Celtas; porque não ouça o pulsar do Luso sangue e tantos outros elementos de sangue e feitos... No mais só fazem discursos pobres de colar de miçangas, onde penduram rodas de carrinho de brinquedo e colheres de plástico em forma corrupta de palavras cultas da moda, usadas e mal penduradas ao pescoço com seus mal ditos períodos e de seus infundados projetos a despejarem com raiva nos ouvidos de meu coração gerúndios e verborragias vazias.
Aos prantos, porque não haveria de ser o meu pranto? Ainda no fundo do mar há sangue; ainda no fundo do mar há ossos; ainda no fundo do mar há lágrimas das filhas sem casar; ainda no fundo do mar há feitos que a outros mares já fosse levar...
Aos prantos atravessei mil vezes e mil vezes aos prantos hei de chorar as lágrimas de quem não pode ver... Nem ouvir a voz no balanço das ondas do mar. Que dirá um feito que a morte não ceifa ainda que alguns o andem com ódio a conjurar? Mas na batida solene dos tambores africanos há tanto a nos ensinar! Mas até isso alguns nos querem mentir!
Aos prantos não atravesso mais o oceano de água salgada; só o oceano de minha desilusão pela aula que alguns não compreenderam e vão sem eixo, porque a cartilha fora escrita em vermelho e turvara-lhe fatalmente a vista de um coração já muito corrompido e amargurado sem cor.
Mas também eles são vítimas de sua própria e insana desventurada ideologia... Ainda que alçado algum ao mais alto posto do país do Encoberto vá voando.

3 comentários:

Arnaldo dos Santos Norton disse...

Júlio ! Quem é o autor dessa prosa fabulosa? No Brasil, muita gente precisava de a ler. Espero que o Judsonline a leia.
A propósito, gostaria que lesse a resposta que dei a Judsonline no texto "Portugal dobra a espinha".
Um abraço e premeie-nos mais vezes com jóias dessas.

julio disse...

Já li, meu amigo Arnaldo! E adorei.
Precisamos mesmo marcar a nosso território.

Não somos figuras de retórica, nem personagens de discursos demagógicos e vagos.

O Brasil passa por esse momento de vazio mental...

Mas o povo é bom; e se pecado existe é o da ingenuidade,
coisa que no fundo esse rapaz não deixa de ser.

Essa prosa nem sei se a minha, mas do meu coração indignado certamente é.

Vamos sim, juntar forças para combater a ignorância e a inveja, que a Lusofonia é uma nação construída com muita dor, sangue e sacrifício, sim, muita força e vontade de um povo digamos diferente, para não provocar ciumeira nas viuvas dos falsos heróis, e são tantos!

Sabe, amigo Arnaldo, nós não precisa ser eruditos, mas precisamos ser portugueses e reagir.

E isso desperta ciúmes nos que precisam de muletas e artifícios
para se projetarem...
Mas que há aí uma tremenda injustiça há.
"Orra"! "Falando mal e depressa", o que precisamos fazer para demontrar os feitos, e a certeza de uma língua maravilhosa, grandes construtores de obras sem igual em outras línguas?

julio disse...

Precisamos