PONTÍFICE
O reles viver de um homem, durante uma vida inteira, levou-o ao caos do ânimo.
O pior de tudo, entretanto, é que esse homem não está sozinho.
No fundo do abismo social, como não poderia ser diferente, vive uma maioria silenciosa, como eu que procuro no horizonte alguma coisa, ou alguém, mas não encontro nada.
Procuro no fundo de mim um objetivo claro e possível de encontrar para mudar meu estado, mas também aí que nem sei bem onde fica encontro qualquer coisa. Diante disto, vale perguntar: a razão de existir consiste mesmo em quê?
Na juventude acalentei sonhos, e até os sonhei belos, mas o tempo passa e num belo dia um tropeção nos acorda, e aí nossos antigos desejos já se tornaram inúteis, cheirando a mofo, ainda que sem saber alguém ou alguma coisa nova nos espere lá na frente, quando já se faz tarde para qualquer ânimo novo...
Evidentemente existe uma mensagem espiritual a correr paralela ao tempo, mas como é metafísica, não se sabe o real valor; ou se tem mesmo valor real, após ruírem todas as verdades físicas. E não ruíram porque morrera a ilusão, senão porque não exista qualquer certeza...
Situadas todas as certezas no plano mental e por serem concretas não durarem mais que breves dias e às vezes poucas horas... e por estarem sujeitas ao apagar das luzes de qualquer fórmula intelectual e não haver nada mais precário do que construir conceitos de universos definitivos mentais... pois não há nada mais impreciso do que a razão metida a formular abstrações, onde está a verdade eterna?
A ciência, muito aplaudida pelas últimas conquistas, não é senhora de nenhuma verdade permanente, nem existe qualquer lei derradeira que não sofra o inevitável desgaste, no encontro com o novo.
É neste sentido que descreio de verdades e certezas eternas, não obstante algo previsto às vezes aconteça, de acordo com os cálculos, e no plano relativo os objetos transformáveis e planejados vão sendo costurados; e o mundo edificando-se até apresenta os contornos e relevos passageiros, que lhe dá o homem.
Entretanto, em definitivo a nada esse mesmo homem edificará por fora... Mas poderá fazê-lo por dentro, indelevelmente como a expansão da consciência, ao longo do tempo; e na maior de todas as conquistas e construções tecerá o seu corpo Causal, verdadeiro pontífice entre o homem terreno – mortal - e o homem celeste – universal -.
Tudo em hipótese, naturalmente, porém esotérica ou metafísica para fugir definitivamente do campo da especulação mental. Mas convém lembrar do tempo em que não era o homem sequer portador da razão. Digamos então que ele cresceu um pouco e se distanciou algumas jardas da espécie anterior...
Todavia, e nisto reside talvez a única verdade, nenhum mortal é pontífice para o ser imortal de outrem, e nem mesmo Deus poderá revelar, caso exista, o Eu de ninguém.
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286.
Donde vimos, para onde vamos...
Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)
Albufeira, Alcáçovas, Alcochete, Alcoutim, Alhos Vedros, Aljezur, Aljustrel, Allariz (Galiza), Almada, Almodôvar, Alverca, Amadora, Amarante, Angra do Heroísmo, Arraiolos, Assomada (Cabo Verde), Aveiro, Azeitão, Baía (Brasil), Bairro Português de Malaca (Malásia), Barcelos, Batalha, Beja, Belmonte, Belo Horizonte (Brasil), Bissau (Guiné), Bombarral, Braga, Bragança, Brasília (Brasil), Cacém, Caldas da Rainha, Caneças, Campinas (Brasil), Carnide, Cascais, Castro Marim, Castro Verde, Chaves, Cidade Velha (Cabo Verde), Coimbra, Coruche, Díli (Timor), Elvas, Ericeira, Espinho, Estremoz, Évora, Faial, Famalicão, Faro, Felgueiras, Figueira da Foz, Freixo de Espada à Cinta, Fortaleza (Brasil), Guarda, Guimarães, Idanha-a-Nova, João Pessoa (Brasil), Juiz de Fora (Brasil), Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Loures, Luanda (Angola), Mafra, Mangualde, Marco de Canavezes, Mem Martins, Messines, Mindelo (Cabo Verde), Mira, Mirandela, Montargil, Montijo, Murtosa, Nazaré, Nova Iorque (EUA), Odivelas, Oeiras, Olhão, Ourense (Galiza), Ovar, Pangim (Goa), Pinhel, Pisa (Itália), Ponte de Sor, Pontevedra (Galiza), Portalegre, Portimão, Porto, Praia (Cabo Verde), Queluz, Recife (Brasil), Redondo, Régua, Rio de Janeiro (Brasil), Rio Maior, Sabugal, Sacavém, Sagres, Santarém, Santiago de Compostela (Galiza), São Brás de Alportel, São João da Madeira, São João d’El Rei (Brasil), São Paulo (Brasil), Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sintra, Tavira, Teresina (Brasil), Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Trofa, Turim (Itália), Viana do Castelo, Vigo (Galiza), Vila do Bispo, Vila Meã, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de São Bento, Vila Real, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Caro Julio
Parabéns pelos seus textos. Têm conteúdo.
Abraço MIL
Prezada Coalvorecer,
muito obrigado.
Procuro ser útil e fugir do fútil.
Saudações fraternais MIL
e um Ano Novo também MIL
Enviar um comentário