A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 1 de novembro de 2008

SOBRE O INQUÉRITO AOS MEMBROS DO MIL

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Como é sabido, foi recentemente enviado aos Membros do MIL um Inquérito. Os resultados são públicos, todos os podem analisar. E deles retirarem as ilações que considerem mais adequadas. Eis o que aqui, pela minha parte, farei.


I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS.

1. É certo que, nas duas semanas em que decorreu a votação, participaram menos de 300 pessoas, ou seja, menos de metade daquele que é, neste momento, o universo MIL (cerca de 700 pessoas).

2. Ainda assim, desde o terceiro dia de votação, ou seja, desde o momento em que passou a haver uma amostra significativa, as percentagens comparativas das diversas respostas mantiveram-se quase que inalteradas.

3. Infelizmente, o grau de efectiva participação nos movimentos associativos nunca é muito elevado. Nas Assembleias Gerais da Associação Agostinho da Silva (sede do MIL), por exemplo, nem 10% das pessoas costumam participar.

4. Ainda assim, acho que devemos valorizar quem efectivamente participa. Valorizar, ao invés, aqueles que se abstêm, por mais que maioritários, seria, a meu ver, por inteiro anti-pedagógico.

5. Excluindo os casos em que a diferença é menor (abaixo dos 10%, ou pouco acima disso, entre as respostas a uma determinada pergunta), apresento pois aqui as conclusões que, a meu ver, mais clara e inequivocamente se podem extrair deste Inquérito.


II - RESPOSTAS AO INQUÉRITO.

1. Cerca de 3 quartos aderiram ao MIL por se reconheceram na nossa “Declaração de Princípios e Objectivos”.

2. Uma enorme maioria (cerca de 90%) acha que se pode falar de uma “vocação histórico-cultural da comunidade lusófona”.

3. Uma enorme maioria (cerca de 90%) acha que o reforço dos laços entre os países lusófonos se deve realizar “não só no plano cultural mas também social, económico e político”.

4. Cerca de 3 quartos acham que o âmbito de actuação do MIL deve ser “não só no plano cultural mas também social, económico e político”.

5. Cerca de 3 quartos concordam com a criação do cargo de “Presidente da CPLP”.

6. Apenas metade concorda com o nome de José Ramos-Horta (nas sugestões de outros nomes, não há, contudo, nenhum outro que sobressaia).

7. Um pouco mais de metade concorda que o aprofundamento da CPLP deve evoluir no sentido de um modelo de integração política como a actual União Europeia.

8. Das petições lançadas pelo MIL, a mais controversa foi a petição sobre o Acordo Ortográfico.

9. Cerca de 3 quartos consideram a Revista NOVA ÁGUIA “boa ou muita boa”.

10. Cerca de dois terços consideram a Pátria “um valor da maior importância”.

11. Cerca de 3 quartos consideram o Blogue NOVA ÁGUIA “bom ou muito bom”.

12. Mais de metade considera o site do MIL “bom”.

13. Apenas um quinto está disposto a empenhar-se mais neste projecto, nomeadamente dinamizando um Núcleo MIL.


III - PRINCIPAIS ILAÇÕES & UM REPTO FINAL.

1. Em geral, as pessoas que aderiram ao MIL fizeram-no de forma consciente, ou seja, tendo lido previamente a nossa “Declaração de Princípios e Objectivos”.

2. Nessa medida, consideram não apenas que se pode falar de uma “vocação histórico-cultural da comunidade lusófona”, como, coerentemente, defendem o reforço dos laços entre os países lusófonos – a todos os níveis: não só no plano cultural mas também social, económico e político. Afirmando ainda que esse deve ser o âmbito de actuação do MIL.

3. Concordando, em geral, com a proposta da criação do cargo de Presidente da CPLP, dividem-se mais quanto ao nome proposto, o de José Ramos Horta (o que não surpreende: os nomes dividem sempre mais), e são mais cautelosos quanto a uma integração política entre os países da CPLP, pelo menos a exemplo do que acontece na União Europeia (o que também não surpreende).

4. A defesa do Acordo Ortográfico continua a ser a “bandeira” do MIL que mais nos divide. Mas não de forma grave, dado que todos, em geral, percebem que o Acordo que o MIL reclama para a CPLP está muito para além do plano ortográfico – podendo mesmo realizar-se, em tese, sem este.

5. Em geral, as pessoas gostaram da Revista NOVA ÁGUIA, o que confirma a percepção daqueles que costumam ir aos muitos lançamentos que têm decorrido. A apreciação que mais tenho ouvido a respeito do segundo número tem sido, de resto, a seguinte: “está ainda melhor do que o primeiro”.

6. Consideraram igualmente oportuno o tema do primeiro número da Revista: “actualidade da ideia de Pátria”. Atendendo aos resultados, este não é apenas, aliás, um “tema actual” como um “valor da maior importância”.

7. Na sua grande maioria, as pessoas gostam também do nosso Blogue, ainda que este suscite também algumas opiniões bem adversas. Já o site do MIL não desperta tantas paixões (positivas ou negativas).

8. Apesar de só uma minoria estar disposta a empenhar-se mais neste projecto, nomeadamente dinamizando um Núcleo MIL, desde já lhes reiteramos esse repto: organizem encontros, quer para lançamentos da NOVA ÁGUIA, como tem acontecido, quer para discutirem qualquer questão que nos diga mais directamente respeito (à imagem do que a Comissão Coordenadora do MIL está neste momento a fazer: em breve, anunciaremos a data da nossa primeira Conferência Pública, sobre o tema “Caminhos para a CPLP”). Podem ainda, inclusive, constituir o vosso próprio Blogue, à imagem do que fez, recentemente, o Núcleo MIL de Barcelos. A Comissão Coordenadora do MIL está, como sempre, ao vosso dispor.

10 comentários:

Paulo Borges disse...

Duas observações:
1 - De acordo com as próprias considerações que fazemos nos nossos manifestos sobre o significado da abstenção eleitoral como sintoma de descontentamento, creio que não se pode ignorar que a maioria dos aderentes ao MIL ignorou este inquérito.
2 - Do mesmo modo que destacas que a maioria considerou a pátria um valor da maior importância, deverias destacar que a maioria declarou que a sua pátria é a trans-lusofonia, a seguir que era a lusofonia e só uma minoria afirmou que a pátria era o seu país.
Apesar da ambiguidade da questão, creio que este resultado é o mais surpreendente e significativo e estranho que pareças querer escamoteá-lo.

Renato Epifânio disse...

Não escamoteio nada:

A Pátria é para si:
- um valor da maior importância: 63%
- um valor de importância média: 25%
- um valor de importância menor: 12%

Em que frase se reconhece mais?
- A minha Pátria é o meu País: 21%
- A minha Pátria é a Lusofonia: 38%
- A minha Pátria é trans-lusófona: 41%

Aqui estão os dados.

Não o referi porque, como escrevi:
"Excluindo os casos em que a diferença é menor (abaixo dos 10%, ou pouco acima disso, entre as respostas a uma determinada pergunta), apresento pois aqui as conclusões que, a meu ver, mais clara e inequivocamente se podem extrair deste Inquérito."

Paulo Borges disse...

A questão é que se impõe interpretar porque é que, ao mesmo tempo que 63% consideram a pátria "um valor da máxima importância", há uma diferença de 17% (não é pouco mais de 10%) dos que identificam a pátria não com o seu país, mas com a lusofonia, e de 20% que a identificam como trans-lusófona. Ou seja, a pátria que é "da maior importância" para 63% não é o seu país para 79%!
A meu ver é um claro e significativo sinal de que entre os aderentes ao MIL que responderam predomina não um patriotismo nacionalista, mas antes lusófono e universalista. Sem querer puxar a brasa à minha sardinha, não deixa de ser convergente com aquilo que interpreto, na linha de Camões, Vieira, Pessoa e Agostinho da Silva, como um patriotismo trans-patriótico e universalista e que está aliás bem expresso nos nossos manifestos.

Já a pouca disponibilidade das pessoas para se envolverem mais neste projecto não deixa de me decepcionar, na linha aliás da falta de discussão ampla e aprofundada dos mesmos manifestos. É mais fácil dar o nome para uma adesão formal e virtual do que assumir efectivamente responsabilidades pelas ideias que se presumem defender... Noto também que, embora aumente o número de visitas ao blogue, o número de páginas vistas diminui e o debate também, se é que alguma vez existiu regularmente, fora da troca de insultos e elogios do passado.
Por isso insisto em não termos uma atitude triunfalista, de modo a não perdermos o sentido da realidade. Os portugueses e lusófonos continuam passivos, à espera que alguém faça alguma coisa por eles... Revistas, blogues, movimentos, partidos... Mas quem os poderá salvar da sua inércia senão eles próprios!?...

Renato Epifânio disse...

Paulo

Apenas sobre o Inquérito:

1. Que cerca de um quinto se reconheça na frase “a minha Pátria é o meu país” acho um valor até demasiado alto para o universo de um movimento que se assume como “internacional lusófono”.

2. Assumindo-se como “internacional lusófono”, o MIL, obviamente, só pode privilegiar um patriotismo trans-nacionalista.

3. Se bem que aí houvesse que fazer mais algumas perguntas: se quem optou pela segunda resposta se está a vincular a um determinado conceito – o de Lusofonia (ainda um conceito muito pouco popular, como é sabido) -, na terceira estão certamente misturadas muitas “tribos”: nomeadamente, a dos “cidadãos do mundo”, avessos a todas as fronteiras, e a dos “crentes”, para quem a verdadeira Pátria é a Jerusalém Celeste…

Paulo Borges disse...

Renato,

Tudo bem, mas, se queremos estar atentos ao inquérito - e eu fui, como sabes, um dos mais reservados a seu respeito - , temos de admitir que essas duas "tribos" podem estar largamente representadas no MIL - o que acho óptimo - , a par de uma terceira: a dos patriotas universalistas, que não são propriamente apenas "cidadãos do mundo" ou cidadãos do Céu, alheios à sua pátria terrena e mais imediata, nem apenas patriotas do seu país, mas que prezam acima de tudo na sua pátria a sua vocação e valores universalistas. Nestes me incluo.

Abraço

Quasímodo disse...

Caros Paulo, Renato;
Se houver a possibilidade de identificar e quantificar a origem geográfica dos 21% que responderam que " a minha Pátria é o meu País" talvez seja possível também interpretar melhor suas motivações.

Sem querer me antecipar, acredito que a grande maioria desses votos estarão fora de Portugal.

Abraço.

Renato Epifânio disse...

Infelizmente, isso não é possível...

Abraço MIL

Paulo Borges disse...

Caro Quasímodo, posso perguntar-lhe a razão dessa interpretação, que me parece interessante?

Abraço

Quasímodo disse...

Caro Paulo:
Formo um pequeno grupo de discussões, informalmente constituído, em cujo seio abordamos temas diversos, dentre os quais, (por sugestão minha) o MIL e a Lusofonia. Navegamos pelo blogue da Nova Águia e discutimos alguns textos publicados.
Esse grupo informal é constituído, na sua maioria, por pessoas esclarecidas e que se esforçam para não se deixarem enredar por pré-conceitos.
Questiona-se muito, que a visão de Lusofonia, até agora posta, parte de um mirante português (do País Portugal) como se fora uma tentativa saudosista de submeter as velhas (e outras não tão velhas) colônias à um antigo império dominador e saqueador. E verdadeiramente, alguns textos postados no blogue levam a esse entendimento se analisados individualmente e fora do contexto global da discussão.
Os Países oriundos dos grandes feitos marítimos portugueses, com o passar do tempo, mesclaram-se também, e criaram a sua própria identidade cultural, sem negar, no todo, sua origem e suas raízes lusas. E ostentam orgulhosamente sua autonomia que, por vezes, lhes custou tão caro.
Conheço bem o sul do Brasil e sua história e que ainda guarda rancores passados. Não só resquícios dos enfrentamentos entre portugueses e castelhanos, ainda antes do Tratado de Tordesilhas, mas também dos sobreviventes guaraníticos que ainda fazem parte dessa mescla. Sem contar as levas de imigrantes italianos, alemães, poloneses, japoneses e outros, que compõem esse universo a que chamam Pátria – a sua nova Pátria definitiva.
Por isso, caro Paulo, o questionamento no meu comentário. Há que se ater, também, a essas variantes. É preciso olhar a Lusofonia também a partir da visão que têm os povos que formaram essas novas Nações.
Não tenho medo de errar. Se o Renato tivesse condições de verificar esses votos, aparentemente contraditórios, se confirmaria esta tese e lançaria novas luzes sobre o futuro da Lusofonia.
A língua nos une, e muito. Mas não é só ela.
Perdoe-me se me alonguei em demasia para um comentário.
Abraços MIL.

Paulo Borges disse...

Caro Quasímodo, agradeço o seu esclarecimento e reflexão, cuja preocupação subscrevo. De facto, há que descentrar o MIL de Portugal e de uma visão predominantemente portuguesa da Lusofonia, mas isso só poderá acontecer quando os núcleos MIL dos países lusófonos se tornarem mais activos... Não podemos senão exortá-los a isso, enquanto tentamos relativizar a nossa visão lusitana-portuguesa da Lusofonia.

Abraço