A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 4 de outubro de 2008

Um diagnóstico particulamente lúcido sobre o estado da Educação em Portugal

[Excerto de um comentário a um texto de Luís Santos ("Ir à Escola"]

A nossa escola não reflecte de modo algum o "espírito de organização, etc" que diz. Nada neste país o reflecte ainda, a não ser a Alta Banca. Se o fizesse (a Escola), manter-se-iam certamente as críticas que você e eu e tantos outros lhe fazemos: faltar-lhe-ia, como lhe falta, a atenção à pessoa do aluno, seria uma "cadeia de montagem" da máquina capitalista". Mas ensinaria a ler, escrever e fazer contas, como ainda fazem as escolas inglesas, norte-americanas, japonesas ou alemãs. Produziria "peças" semi-robotizadas: mas essas peças seriam engenheiros capazes de escrever duas frases, economistas capazes de entender uma simples regra legal escrita, ou um contrato ou um relatório, um jornalista capaz de escrever uma noticia sem dar erros pasmosos de todo o género e, já agora (porque é a minha área) juristas capazes de redigir uma lei, ou uma sentença, de forma gramaticalmente correcta e, com sorte, capazes de distinguir - de relance! - um coelho de uma equação de segundo grau.

Nada disso se passa na escola portuguesa, pela razão simples de que desde há 34 anos (na verdade desde 1971, com a reforma Veiga Simão) que está cerceada, manietada e sabotada por um Ministério da Educação atafulhado de gente com imenso amor pelos "novos métodos" e pelos velhos socialismos e sem qualquer interesse (altruísta ou egoísta) em cumprir minimamente a sua função.

Não duvido de que seja difícil ser um bom professor (eu já o fui durante uns 15 anos - professor - e não sei se fui bom): foi esse o sentido do meu primeiro parágrafo.

Não duvido de que a difusão desse tipo de ideias que defende fora de um modelo absolutamente voluntário e autónomo como o de Sumerhill de que falámos acima é um desastre em cima de um desastre.

Não faço ideia se experiências como a de Sumerhill podem ou não resultar; o mesmo digo para colégios da Opus Dei, para colégios de nazis arianos, para colégios de magia negra. Uma vantagem da sociedade liberal é a de que permite que as pessoas experimentem coisas - embora as aplicações práticas desse princípio sejam complexas, e por isso muito discutíveis e discutidas, quando envolvem crianças. Muito recentemente alguns cientistas de renome norte-americanos, ou alguém por eles, propuseram a proibição total de qualquer ensino religioso (inclusive o paterno/materno) em nome da "distorção" que a convicção religiosa pode causar numa mente que se quer "racional" e certamente "democrática".

Com tudo isto, se por acaso o meu caro Luís estiver ligado a experiências educativas "alternativas" (não em interessa em que sentido) em escolas que assumidamente levantem essa bandeira e for perseguido pelos esbirros do politicamente correcto, da ASAE ou do Ministério da Educação, conte com o meu apoio. Não conte com o meu apoio financeiro, e peço-lhe para não induzir os políticos a usar os meus impostos para financiar as suas experiências pedagógicas.

Quanto aos meus filhos, e enquanto o Estado e os utopistas me permitirem tomar decisões por eles em vez de as deixar a "especialistas", tentarei (sei que com minúscula perspectiva de sucesso) encontrar professores como os que qualquer rapaz da geração do Agostinho (desde que estudasse, o que não era acessível à maioria, mas isso é outra história) encontraria amiúde: gente que gostava do que fazia, que sabia do que falava e que educava e entusiasmava os seus estudantes.

Casimiro Ceivães

4 comentários:

Estudo Geral disse...

Caro Casimiro, agradeço-lhe a atenção que deu ao meu textinho. Não disponho de tempo suficiente para comentar as suas palavras com a atenção devida. Ainda assim, tentarei, o mais atenciosamente possível, retribuir-lhe com duas ou três ideias.

1- A apologia que faz aos professores e aos métodos de ensino que atravessaram também a 2ª República são métodos que se centram numa metodologia tradicional de ensino, onde sobressai a figura autoritária do professor, a retórica, a repressão, filhos no fundo de um sistema político fascista que perseguia quem ousava penasar. Era em muitos casos a filosofia da ponteirada e da reguada que subordinava aos velhos hábitos os espíritos mais libertários. É evidente que também haviam bons professores...

2- Quanto à organização capitalista e neo-liberal das nossas escolas que o Casimiro recusa, e à qual opõe com as "novas metodologias" e "velhos socialismos" usadas pelas gentes do Ministério da Educação, direi que o bloco central que tem gerido este país nos últimos trinta anos é um defensor acérrimo de uma economia de mercado, capitalista, que monta os seus alicerces nos liberalismos produzidos pelos homens das luzes, naturalmente à maneira dos dias de hoje, onde uma cidadania democrática, mais participativa, tem vindo a dar uma nova dimensão a uma cidadania liberal pura e dura.
Quanto aos socialismos eles não são assim tão velhos como diz e, relembro-lhe só o exemplo da China com o seu bilião e meio de pessoas. E ainda muito o Socialismo terá para dar, quer se goste ou não... mas não vou alargar o meu comentário a questões mais do domínio da política que deixarei para outra altura. Nisso terei no Renato Epifânio um interlocutor mais directo e mais acessível, decerto, com maiores oportunidades de tempo para conversar, por motivos óbvios.

3- Quanto ao amor, o seu silogismo de que as instituições não amam parece-me pobre demais. As instituições são constituídas por pessoas e as pessoas podem-se muito bem amar, ou não. E o que seria de nós sem esse Amor que tenta contrariar a nossa competitiva natureza. É por aí que eu vou, é esse o meu horizonte.

E, pronto meu caro, por aqui ficarei. Tive muito gosto. Obrigado.

Luis Santos

P.S.: Pedia ao Renato Epifânio para esclarecer se a designação de comentário particularmente lúcido é seu, ou é de toda a direcção da Nova Águia. Digo isto, porque o Renato muitas vezes confunde as suas posições pessoais com as posições da direcção, seja da Nova Águia ou do MIL, conforme tive oportunidade de lhe dizer da últimas vez que estivémos reunidos.

Renato Epifânio disse...

A expressão "particulamente lúcido" é da minha inteira responsabilidade...

Abraço MIL

Estudo Geral disse...

Obrigado pelo esclarecimento.

Maria disse...

Subscrevo quase tudo, aplaudindo de pé! E digo "quase" porque acho que "o Estado e os utopistas" já não nos deixam tomar decisões neste campo - a autonomia das escolas privadas é relativa, e estas escolas só são acessíveis a quem, depois de pagar com os seus impostos as escolas públicas, lhe sobra dinheiro para pagar a escolha que faz para os seus filhos! Quando tiver filhos vai perceber que, se não for rico, só por sorte - e muita! - vai "encontrar professores como os que qualquer rapaz da geração do Agostinho (...) encontraria amiúde: gente que gostava do que fazia, que sabia do que falava e que educava e entusiasmava os seus estudantes".