Na percepção do ponto vernal da transmutação,
o mergulho iniciático às profundezas de mim,
purificando-me a alma de ancestrais mágoas sofridas,
frustrada de límpidas e abundantes colheitas.
Sobrevivendo ainda o medo da tristeza
e da traição no escuro,
personificado por forças fantasmagóricas,
na tentação de imergir-me
ao esquecimento das memórias,
que me despertam as passadas ao destino.
Corre-me nas veias
o sangue divino da esperança,
sagrado de escarlate fé.
Sinto o carrego do madeiro da reconquista
dos iluminados e infinitos céus,
que cegam as mentes de cartesiano sustento,
de bitolas de ignorância,
ao entendimento do Uno.
E das pedras germinaram
templos de conveniência,
habitáculos de mentiras e omissões,
covis de mortandade à embrionária
pureza do desígnio Primo.
Sou mais um lírio no campo
sob a espera de uma nuvem de paz,
que me ensope
de palavras e sorrisos,
que me mate a sede
matando-me a morte,
e me ilumine de vida
na pluralidade do Amor.
joão m jacinto
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
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quinta-feira, 16 de outubro de 2008
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