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No canto eloquente da tua voz amargurada,
há um desencantado chilrear enlouquecido,
um pássaro branco que voa esquecido de pousar
ansioso por romper a velha madrugada.
Um forte sopro místico e forjadas magias,
sons em melódico vibrato, inebriados de dor,
transmutando o sofrer num arco-íris de amor,
preenchendo de luz, almas tristes de vazias.
Soltam-se palavras proibidas, ousadas,
providas de tempestades forçadas,
carentes de temperança,
ecoando o eterno resgatar da esperança,
ao breu infinito dos céus…
Arrepiantemente sentidas.
Nesta guerra pela paz
coroada de inolvidável sabedoria
giras em danças sem tempo,
desritmado em tufão,
na força desse teu vento
varres o escroto desta nação.
Erigida na fé e por muitos amada,
restando o pó da heresia…
Por ela ergueram-se espadas
e correm pelas veias a vaidade,
o orgulho Lusitano,
calos nas mão semeados
por suadas glórias.
Que não se esvazie as lembranças,
as narradas páginas das memórias,
nem seja fado de sumidas guitarras
em dor maior, sem saudade.
No canto da tua voz
há o timbre do desejo
num compasso solitário,
o fogo da raiva,
o grito da Terra,
o instinto do poeta sem gaguez,
o símbolo aguerrido da viril identidade
de ser nobre e português,
em traje de alvo linho,
in petto o caminho
de cavaleiro Templário.
Que sejas eterno
E Deus te proteja.
joão m jacinto
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