A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Para uma visão não maniqueísta do Estado Novo: nove breves notas

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1. Nunca gostei do Salazar ou do Estado Novo. Sobretudo, por duas razões:
- pela censura e pela perseguição política (a que sou radicalmente avesso: sou contra a criminalização de qualquer opinião política)
- pelo conservadorismo social e beatismo religioso (como também já devem ter percebido…).

2. Dito isto, a lenga-lenga maniqueísta que, em geral, o PC (Politicamente Correcto) produz sobre o Estado Novo é algo que me irrita, desde logo pela ignorância histórica que denota…

3. Assim, antes de mais, importa situar o regime no seu quadro histórico: a instauração da Ditadura Militar, a que se seguiu o Estado Novo, foi uma resposta aos caos (político e financeiro) a que nos levou a I República. Resposta, de resto, saudada por grande parte da população, bem como por grande parte dos intelectuais da época, incluindo o Pessoa…

4. Mesmo os aspectos mais negativos do regime (acima referidos) eram relativamente comuns na época. E não falo apenas dos regimes fascistas (que o Estado Novo não foi), nem dos regimes ditos “democráticos de leste”. Falo, igualmente, dos regimes “democráticos ocidentais”, ainda que em menor escala: o conservadorismo social, por exemplo, era mais ou menos igual em todo o lado…

5. No final da década de quarenta, com o final da Guerra, as coisas, de facto, começaram a mudar. E aí o regime beneficiou da clivagem gerada pela Guerra Fria…

6. No início da década de sessenta começou a guerra colonial. E isso, numa primeira fase, fortaleceu o regime: houve até bastantes republicanos da velha guarda que calaram as suas críticas ao regime em nome da defesa do Império (para quem não saiba, o regime republicano era fortemente “colonialista”).

7. A guerra, contudo, jamais poderia ser ganha militarmente, como se verificou no terreno. Mas a situação era muito delicada, como depois se demonstrou com a descolonização: em (quase) todos os locais, ocorreram guerras civis, particulamente sangrentas…

8. A “tragédia”, que eu acho que o Marcello Caetano intimamente sentia, era essa: qualquer que fosse o caminho, o resultado seria mau… Para além do peso de quinhentos anos de Império que ele sentia sobre os seus ombros (é favor não se rirem…).

9. E isso bloqueou tudo, inclusive uma transição democrática por via pacífica, como aconteceu em Espanha…

9 comentários:

Estudo Geral disse...

Depois da publicação da foto e do elogio a Marcelo Caetano, impunha-se, de facto, um esclarecimento que clarificasse o acto. Até para se perceber melhor quem está na coordenação do MIL. E fiquemos por aqui...

Renato Epifânio disse...

Caro Luís

Quem lê com atenção este blogue sabe muito bem, desde há muito, o que eu penso...

Abraço MIL

Flávio Gonçalves disse...

Até certo ponto creio que a solução do Spínola (a criação de uma espécie de Commonwealth lusófona) poderia ter funcionado...

De resto, as personalidades desses tempo que estimo eram todas anti-regime e eu próprio certamente estaria numa qualquer prisão (ou no Tarrafal) vivêssemos sob a alçada de tal regime.

Apenas um acrescento, até o próprio PCP na clandestinidade apoiava o colonialismo... outros tempos, outras vontades.

Casimiro Ceivães disse...

Pois eu quero dizer duas coisas. A primeira é que, quando a Ana Margarida Esteves se acalmar (o que não sei se já fez ou é capaz) eu estou disponível para falar do tenebroso Estado Novo. Com ou sem fotografias. E sim, quero mesmo saber quem é que está na coordenação do MIL. E de quem mais não pode haver aqui fotografias, ou referências. Ou há Nau para todos, ou por favor tenham juízo.

A segunda: o Professor Marcelo, primeiro do nome, era uma personagem patusca e pouco mais do que isso. Tudo fez para abrir caminho ao regime que depois veio, e foi com enorme surpresa (pela ingratidão dos amigos) que se viu recambiado para o Brasil. O caos em que o país foi lançado começou minuciosamente preparado em 68. O resto foi apenas (com a ressalva do igualmente patusco general Spínola) a ocupação de Portugal pela dupla ianque-soviética.

Era o que mais faltava que se não pudesse falar disto aqui, seja no tom que for.

Estudo Geral disse...

Caro Casimiro,proponho-lhe um exercício virtual: Experimente pôr-se de joelhos e de mãos postas perante a tal fotografia. Sem falar, em silêncio. E então?

Luis Santos

Casimiro Ceivães disse...

Provavelmente adormeço. Pelo menos foi o que me aconteceu numa sessão de yoga a que fui quando era catraio.

Mas vou experimentar, e lhe direi. Quanto tempo acha que será preciso para dar o clique? Não tenho lido os últimos livros da neuro-ciência californiana...

Renato Epifânio disse...

Caro Luís

Aqui ninguém se pôs de joelhos perante a "tal fotografia". Nem sequer virtualmente (aliás, eu sou daqueles que não se ajoelha perante nada nem ninguém...).

Tudo o que propus foi que desenvolvêssemos uma visão não maniqueísta sobre o Estado Novo. Achas a proposta "chocante"? Um dia destes, reproduzirei aqui a "teoria da perna partida e do gesso" do Agostinho...

Já agora pergunto-te se estás de acordo com visão da Ana sobre o Estado Novo: "regime fascista ainda mais eficaz do que o nazismo". Essa sim, parece-me uma teoria bem inovadora...

Estudo Geral disse...

"No momento em que chegou ao poder, todos os ventos da História sopravam já contra ele. Resistiu sem resistir, porque, talvez, dada a sua inteligência, se sabia, à partida, condenado à derrota…

Sempre tive um fraco por personagens trágicas. Por isso, no silêncio da noite, envio um abraço fraterno a um homem que morreu amargo…"

Caro Renato, relembro aqui as tuas palavras finais no texto que vem abaixo da tal fotografia.

O que senti foi que as tuas palavras eram dúbias e não percebi bem o que querias salientar. Por isso, reagi para tentar perceber melhor. Por isso, depois comentei o teu segundo texto como indispensável.

Claro que se pode (e deve) con-versar sobre tudo, desde que os meios sejam aceitáveis. O Casimiro fez uma péssima interpretação com o "então não se pode conversar", tal como a agressão verbal que fez, com a "falta de juízo", também foi abusiva. Mas, na altura, no contexto, não lhe dei muita importância e achei que seria bom contornar a questão e, por isso, ele depois me contará dos resultados do exercício...

Disseste ainda que, "Tudo o que propus foi que desenvolvêssemos uma visão não maniqueísta sobre o Estado Novo. Achas a proposta "chocante"? Um dia destes, reproduzirei aqui a "teoria da perna partida e do gesso" do Agostinho...

Claro que não acho a tua proposta chocante, bem pelo contrário. Mas reservo-me o direito de não participar em debates, quando não me apetece. Ou por achar o lugar impróprio. Mas aguardarei pela "teoria da perna partida e do gesso" do Agostinho... Aprecio muito as ideias do Agostinho, como sabes.

Quanto ao axioma da Ana não vou comentar. Porém, achei a sua reacção ao teu texto muito oportuna e, por isso, lhe dei continuidade.

Abraço Grande,

Luis Santos

Renato Epifânio disse...

OK

Abraço MIL