Para a Ariana
1. Em Portugal, o “nacionalismo” é dos conceitos mais estigmatizados pelo PC (Politicamente Correcto).
2. Isto, obviamente, para uso doméstico, porque para fora as coisas tendem a inverter-se. Historicamente, sempre se valorizaram os “nacionalismo africanos”, na sua luta pela independência, o “nacionalismo timorense”, antes e depois da descolonização, e, actualmente, o PC não esconde a sua simpatia pelos nacionalismos hispânicos: catalão e basco, sobretudo (o galego é demasiado suspeito de lusofilia…).
3. Na sua luta contra a anexação indonésia, por exemplo, Xanana Gusmão era apresentado, nos media, como o “líder dos nacionalistas timorenses”. Pelos mesmos media, tenho ouvido e lido que o “líder dos nacionalistas portugueses” é o Mário Machado…
4. Outro exemplo curioso: quando o Fidel Castro diz (dizia) “Pátria ou Morte!”, o PC acha(va) bem. Mas as mesmas palavras noutra boca…
5. Como sou instintivamente anti-PC, seria levado a assumir-se como nacionalista por isso, mas a verdade é que nem por isso me assumo. Seria uma razão demasiado curta…
6. A meu ver, só faz sentido ser-se “nacionalista” quando a nação está ainda por se concretizar – nomeadamente, enquanto Estado. Nessa medida, decerto, se fosse da Catalunha, seria nacionalista catalão, se fosse do País Basco, seria nacionalista basco (ainda que não necessariamente terrorista…), se fosse da Galiza, seria nacionalista galego, defendendo ou não a (re)união com Portugal (ponto a desenvolver).
7. Em Portugal, contudo, por ser uma nação (quase) perfeita – no plano do Estado, território, população, etc. –, a questão não se põe, de todo, com a mesma pertinência. Portugal, como aqui tenho defendido, só faz (mais) sentido dentro do espaço lusófono e, nessa medida, é sobretudo a essa luz que deve ser (re)pensado. Ora, a essa luz, sob esse enfoque, ser-se nacionalista é demasiado pouco, demasiado curto… A meu ver, importa pois ser “não nacionalista” por excesso. Importa ser, como já aqui em tempos me assumi (em boa companhia, de resto) minho-timorense…
A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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4 comentários:
Eu, sendo açoriano, ainda tenho uma nação sem Estado... mas não sei 'in this day and age' a palavra nacionalista não funciona mais como um insulto do que outra coisa.
Tenho as maiores dúvidas sobre a "concretização" da Nação como Estado... mas isso levava a discutir a legitimidade de "dar leis" - a grande tentação de todos os poderes. Para outra vez fica.
E era bom que as coisas fossem assim tão simples. Eu, por exemplo, que sou "português", sinto que não fui "para fora" em Santiago ou na Corunha; mas vejo Beja ou Faro como amáveis e exóticas cidades.
Os franceses antigos falavam de "pays" a propósito disto: o "país bretão", o "país da Lorena", e não se sentiam menos ligados ao rei de França. Nós tivemos vagamente a palavra "província", só, que foi insuficiente.
Aliás, foi um drama a extensão da palavra "Portucale" a todas as terras reunidas à coroa portuguesa a Sul (menos, até ao séc. XIX, o Algarve); tinha sido preferivel que os reis fizessem como os castelhanos, que se designavam também "Reis de Sevilha, de Murcia e de Valencia", por exemplo, sem que essas terras passassem a se "castelhanas"... Se Afonso Henriques se tivesse intitulado Rei de Portugal, de Coimbra e de Lisboa talvez algumas coisas curiosas tivessem sido diferentes.
Enfim, nisso já se não pode voltar atrás...
Quando estava a falar "do fora", não me estava a referir à Galiza. Também me sinto em casa lá. Em particular em Santiago. Seria capaz de lá viver...
Quanto ao Sul, talvez seja outro "país", mas é também Portugal...
Quanto aos Açores, ó heresia das heresias!, nunca lá fui...
Concordo quanto ao nacionalismo, não estamos no contexto histórico adequado, mas estaremos nas próximas décadas, porque o caos vai agravar-se.
É dever dos nacionalistas, ou diga patriotas ou cidadãos que se preocupam com o país enquanto identidade, pensar o futuro, principalmente os nacionalistas que aceitariam um estado mais interventivo, "musculado" se quiser, mas não privando os cidadãos de direitos de liberdade.
Resumindo: os que defendem uma política revolucionária como solução para os males do país, mas que ainda pensam na liberdade como um valor importante.
Estou com pouco tempo, como o senhor de cima. Agradeço.
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