Querer ter como fim o que nasce apenas como meio é a tola esperança de qualquer ser humano...
De que me vale ter como fim o que está condenado ao fim? O mero meio - o trabalho, o dinheiro, o saber, a vitória efé-mera.
Só me faz sentido querer ter como fim o que não tem em si o fim: o meio que é o próprio fim sem fim, o tempo que é eterno, o lugar que é infinito, o ser que É.
Quem vive pelo amor não tem por que se decepcionar, visto a fonte da sua vida ser a única constante independente que há: a rendição ao Amor. Nascer é render-se a existir, pois sem rendição não é possível deixar de ser o que se É para se estar a ser... o que se é, porque só se rendendo efectivamente se é.
Neste mundo actual, a mulher apenas se iguala perfeitamente ao homem ao ser diferente, repetindo-se o mesmo para os outros fenómenos, como por exemplo relativamente aos momentos, este preciso momento é sucedido por outro que a este se encadeie como igual, estando implicado que seja diferente. O caminhar da Terra até ao seu centro leva a que mesmo o diferente se apresente como igual...
A mulher espelhará então inteiramente o homem (e/ou o seu inverso), e só assim a igualdade se pode dar na vida... pois o outro modo de igualdade implicaria sobreposição num só ser-corpo, e disso já Adão o soube quão aborrecido é.
(Foto do Google: "Campos de Trigo com Corvos", Vincent Van Gogh)
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5 comentários:
"Todo o objecto amado é o centro de um Paraíso."
Novalis
Gostei deste estilo mais contido, conciso e sóbrio. Destaco:
"Querer ter como fim o que nasce apenas como meio é a tola esperança de qualquer ser humano..."
Pensamento fundamental cuja meditação não pode deixar de ter enormes consequências.
A serpente vai se contorcendo até que o caminho do meio que ela sabe que é Único regresse ao que é...
;)**
(emplumando-se: Ave!)
Oshh lá se foi o sóbrio e contido. :)
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