a tua sombra é doce, na obscuridade.
mas a palavra que leio,
nas cicatrizes do teu rosto,
é uma palavra em guerra com o tempo.
decifrarás, do mesmo modo,
decifrarás, do mesmo modo,
a mensagem cinzelada nos meus olhos.
o tecto pesa, o medo pesa, o frio pesa,
neste quarto de paredes negras,
sem janelas.
lá fora, adivinho uma lua que brilha,
com a sua luz prateada iluminando
labirintos de árvores.
uma criança rompe em pranto e,
quase em simultâneo,
há um vulto que se ajoelha,
de repente.
de repente.
uma voz entoa um cântico
que pode ser uma prece.
um dia, tu bem sabes,
havemos de transpor o limiar
daquela porta.
a nossa voz, desde o primeiro respirar,
com as estrelas está comprometida.
dedicado ao lord of erehwon - e aos que comigo se irmanam, no sangue vivo das palavras.
dedicado ao lord of erehwon - e aos que comigo se irmanam, no sangue vivo das palavras.
8 comentários:
Muito bonito, um beijo.
"a nossa voz, desde o primeiro respirar,
com as estrelas está comprometida."
Daqui me resolvi a colocar o texto que está em cima, como que se sentindo invocado pelo seu poema.
Abraço-Irmão
que lindo!
:)
beijo*
Aquilária, como sempre: "antes da apresentação das coisas"
Muito obrigado, querida amiga.
Dark kiss... ;)
Lindo!
Um poema.
" É uma palavra em guerra com o tempo", é o ponto central do texto que expressa toda a sua luta dentro do espírito universalista.
Parabéns, realmente muito bonito.
Abraço
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