A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 20 de setembro de 2008

Cadernos de Agostinho da Silva (excertos)

GUIZOT

Guizot nasceu em Nimes a 4 de Outubro de 1787 e, feitos alguns estudos em Genebra, voltou a França e cursou em Paris a Faculdade de Direito, em que se doutorou. Em 1812, Fontanes nomeou-o professor de his­tória na Sorbonne, mas não conseguiu que o seu protegido, na lição de abertura, fizesse qualquer referência elogiosa a Napoleão, como era costume; Guizot mostrava ao mesmo tempo que já estava formado o seu corpo essen­cial de doutrina e que por nenhum motivo se curvaria a qualquer influência que tentasse desviá-lo do que pensara; parecia a Guizot que Napoleão, se realizara bom trabalho dominando os excessos revolucionários, trazendo à França s ordem que a burguesia julgara haver-se quebrado para sempre, fora também longe de mais e enveredara por uma tirania e por uma politica de expansão que não podiam deixar de trazer consequências desastrosas; enten­dia que o único governo possível para a França era um governo moderado que pusesse em prática o que a revolução trouxera de bom, isto é, que dei­xasse a classe média exercer o poder político e enriquecer à sua sombra, tra­vando, se fosse necessário pela violência, todo o ataque dos reaccionários ou dos desordeiros que pretendiam não ser a burguesia a classe que tinha direito às vantagens da revolução; repugnava-lhe qualquer extremismo, e a sua política havia de ser sempre a do burguês mediano, liberal, na medida em que a liberdade o não pusesse em perigo, respeitador das ideias estabele­cidas, da magistratura, da força armada, das universidades e das academias; era, segundo ele, uma política de bom senso, de «justo-meio», e nada o irritava mais do que tudo o que saia do nível ordenado de rebanho, do que tudo o que representava uma explosão de originalidade e de individualismo; era dos cristãos que teriam condenado Cristo, dos liberais que teriam elimi­nado Diderot ou Voltaire. Ao serviço das suas ideias punha Guizot uma coragem inflexível, uma certeza que nunca abria a menor brecha, uma con­vicção estrutural e cândida de que ordem do mundo e ordem burguesa eram idênticas, de que toda a história tendia a um regime moderadamente liberal e de que nada mais havia a fazer senão bater-se com todas as forças por que se realizassem tão altos desígnios da Providência. A inteireza de Guizot é absoluta: é um homem que defende os privilégios do dinheiro e da posição, que está contra todos os que ousam ser diferentes, que nada vê mais elevado do que a burguesia, e que o faz desinteressadamente porque está apenas exprimindo as suas tendências mais profundas, porque está procurando que vingue o que julga ser um bem universal. A queda do Império deu-lhe possibilidade de entrar na política: Royer-Collard nomeou-o para uma direcção geral do Ministério do Interior; depois dos Cem Dias e de Wa­terloo foi secretário geral do Ministério da Justiça, em 1818 conselheiro de estado e director da administração. Em 1820, voltou à Sorbonne, mas dois anos depois o ministério Villèle fechou-lhe o curso, por causa da oposição vigorosa de Guizot à politica do governo; é então que escreve os seus me­lhores livros de história da França e da Inglaterra — Essai sur l'histoire de France, Histoire de la Révolution d'Angleterre — em que se mostra como tudo concorreu para a elevação da classe média e se eliminam todos os que tiveram a audácia de se mostrar indivíduos: a história perde assim em pito­resco e em variedade, mas ganha em solidez e força demonstrativa. Em 1828 regressou à Universidade e fez os cursos depois reproduzidos na Histoire générale de la civilisation en Europe, donde se extrai o presente caderno, e na Histoire générale de la civilisation em France. Eleito deputado em 1830, tomou parte importante na revolução que chamou ao trono Luiz Filipe e que estabeleceu a monarquia ideal do «justo-meio»; foi ministro do Interior no governo Sault, ministro e embaixador em Londres, ministro dos Estrangeiros, lugar em que teve ocasião de se mostrar contrário ao movimento unificador da Itália. Em 1848, com a revolução republicana, tornou-se impo­pular e refugiou-se em Inglaterra, donde voltou três anos depois, com von­tade de reentrar na vida pública, mas sem oportunidade de o fazer; dedi­ca-se a trabalhos literários e morre a 12 de Outubro de 1854.

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