A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Cadernos de Agostinho da Silva (excertos)


FREI LUIZ DE SOUSA

Manuel de Sousa Coutinho nasceu em Santarém, por volta de 1555 e, feitos os estudos preparatórios, frequentou, segundo parece, a Universidade de Coimbra, não tendo, no entanto, concluído o seu curso de Direito. Em 1576, entrou como noviço na Ordem de Malta em que não chegou a pro­fessar porque, quando se dirigia da Sardenha para a ilha, foi aprisionado por um corsário argelino; é possível que, durante o seu tempo de cativeiro, tivesse entrado em relações com Cervantes, mas o facto não está averiguado; quando o resgataram, veio por Valência onde se tornou amigo do poeta e matemático Jaime Falcó e só depois de 1578 entrou em Portugal, casando, uns sete anos depois, com D. Madalena de Vilhena que, em primeiras núpcias, se consorciara com D. João de Portugal, companheiro de D. Sebas­tião em Alcácer Quibir e morto com ele na batalha. Manuel de Sousa pas­sou a viver em Almada e aceitou do rei D. Filipe o comando de forças do exército; foi em Almada que Manuel de Sousa incendiou o próprio palácio para não alojar os governadores do reino, mais por motivos particulares do que patrióticos, ao contrário do que se vê no Frei Luiz de Sousa de Garrett. Depois dum exílio em Espanha e duma breve estada em Portugal, seguiu para o Panamá, navegando mais tarde pelos mares da Índia e só voltando ao pais por 1604; nove anos depois, separou-se da mulher, ingressando ele no convento de S. Domingos com o nome de Luiz, ela no do Sacramento com o nome de Madalena das Chagas; desconhecem-se as causas da separação, parecendo lendária a versão aproveitada por Garrett: todas as notícias dão como segura a morte de D. João de Portugal e não é de aceitar que só 35 anos depois da batalha o fidalgo desse novas suas; é mais provável que tivessem agido como determinantes o gosto do estudo, o cansaço de uma vida bastante agitada, a morte da filha, ocorrida entre 1604 e 1613 (não como Garrett o faz — e com mau teatro — na ocasião de professarem os pais) e ainda o divórcio do seu muito amigo D. Luiz de Portugal. Manuel de Sousa levou como frade uma vida exemplar que muito se aproximava da do seu biografado D. Frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo de Braga, o que não quer dizer que tivesse quebrado todo o contacto com o mundo; veio a falecer em Benfica em Maio de 1632. Por encargo dos seus superiores, escreveu Frei Luiz de Sousa a Vida do Arcebispo e a História de S. Domin­gos que o seu antecessor Frei Luiz de Cácegas deixara em apontamentos, esses mesmo a completar em muitos pontos; a Vida foi publicada em 1619, à custa da cidade de Viana; dos seis livros em que está dividida, ocupam-se os cinco primeiros da vida e carácter de D. Frei Bartolomeu e o último, que é uma espécie de apêndice, da cerimónia da trasladação e enterramento. Da História de S. Domingos publicou-se a primeira parte em 1623, as outras duas, já morto o autor, em 1662 e 1678: é, depois da narrativa da vida de S. Domingos, uma série de monografias de conventos, um registo dos acon­tecimentos mais notáveis, descrições dos edifícios, biografias de religiosos ilustres. Em 1844, publicou Herculano nos Anais de D. João III, cujo manuscrito se julgava perdido e que Frei Luiz de Sousa compôs, por ordem de Filipe IV, em 1630; os Anais não têm grande valor literário. Frei Luiz de Sousa é um dos melhores escritores portugueses e, porventura, dos nossos clássicos, aquele que soube ser mais simples, nem uma única vez se deixando arrastar pela moda do gongorismo; jamais se turva o seu claro dizer e em­bora tenha, como todos os verdadeiros artistas, a plena consciência de o ser, o que o faz, por vezes, entrar em páginas que são, deliberadamente, páginas de antologia, certo é que para ele o principal foi sempre o assunto, nunca a maneira de o narrar; há na prosa de Frei Luiz de Sousa um sossego, uma sincera candidez, uma delicadeza que são um puro reflexo da sua alma tran­quila, indulgente, e que estão de acordo com os traços fundamentais do seu tema; tudo nos aparece cheio de religiosa gravidade, de compassado movimento, de finura, de modéstia, por vezes de graciosa ironia, mesmo em cer­tos passos — e é talvez este o seu único defeito — em que se requeria um estilo mais nervoso e enérgico.

2 comentários:

Daniel disse...

Caros,

Para quando a edição completa de todos os Cadernos do Agostinho?

Renato Epifânio disse...

Estou pessoalmente a tratar disso...

Abraço MIL