A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ainda sobre Ética e Política

1. Toda a Política deve estar, decerto, fundada numa procura do bem-comum, mas a Ética não chega para definir a Política.

2. Prova disso é, desde logo, o multipartidarismo. Não sendo faccioso, acredito que a maior parte das pessoas dos diversos partidos, da extrema-esquerda à extrema-direita, procuram o bem-comum. E, contudo, divergem politicamente.

3. Daí que, de facto, apelar ao bem-comum não seja, de longe, suficiente.

7 comentários:

David Nunes disse...

A Ética não chega para definir a Política... mas tem que ser a base desta. Claro que a esta convém estar aliada a competência e o profissionalismo de quem a pratica.

Paulo Borges disse...

Surpreende-me este raciocínio pela falência do segundo ponto em provar o primeiro e por ir contra a Declaração de Princípios e Objectivos do MIL.
Com efeito, não parece evidente que a divergência político-partidária aconteça apesar de uma comum busca do bem comum. Podemos antes colocar como hipótese, bastante provável, que essa divergência aconteça quer devido a interpretações parciais e pouco esclarecidas do que seja o bem comum, quer por um assumido sacrifício dele em prol dos interesses dos indivíduos e dos grupos, nacionais e internacionais, na luta pelo poder.
Daí a minha insistência, não só na necessidade de subordinação da política à ética do bem comum, mas também, como condição desta ser possível, à cultura de uma consciência desegoízada, livre de interesses particulares e grupais, e por isso apta a agir, com amor e sensibilidade, em prol do interesse supremo dos seres, humanos ou não humanos, que é serem felizes e não sofrer. Esta é a revolução que falta à política, para que se emancipe das paixões e poderes económicos em conflito e contribua para a evolução real da humanidade, em vez de ser, como acutalmente, um dos principais factores da sua decadência.
Creio ser para contribuir nesse sentido que surgiu o MIL. Como se lê na sua Declaração de Princípios e Objectivos:

"IV – Libertar a nossa vida mental, social e política da actual mediocridade, estagnação e submissão a interesses particularistas, partidários e dos grupos económicos, repondo-a ao serviço da cultura e de uma ética do bem comum".

Renato Epifânio disse...

Paulo

1. Relembro o que disse: “Toda a Política deve estar, decerto, fundada numa procura do bem-comum, mas a Ética não chega para definir a Política”. Nessa medida, subscrevo inteiramente o ponto da Declaração de Princípios e Objectivo do MIL que citaste.

2. Uma coisa, é contudo, defender que toda a Política deve estar fundada numa procura do bem-comum, outra, bem diferente, é confundir por inteiro os planos: o da Política e o da Ética. Ou reduzir uma à outra: no caso, a Política à Ética.

3. Caminho, aliás, bem perigoso: se formos por aí, ilegitimamos toda a divergência política, dado que, à luz dessa visão, se duas pessoas divergem politicamente, uma delas, pelo menos, não está realmente empenhada no “bem-comum”. E quem decide isso?

4. Escuso de te lembrar, a esse respeito, os diversos totalitarismos políticos que tiveram essa alegada sustentação ética: por exemplo, o da “superioridade ética” dos comunistas; quem não concordava com eles, só podia ser mal-formado; logo, ia para “campos de reeducação” para se libertar de todos os “interesses particulares e grupais”. Ainda hoje, por esse mundo fora, há muita gente a ser “reeducada”…

5. Bem sei que não é o teu caso (no mínimo, és tão avesso a esse tipo de regimes como eu). O problema é que, às vezes, sem disso nos darmos conta, os nossos argumentos levam-nos, de facto, por caminhos escorregadios. O actual Presidente da República, por exemplo, disse, na última campanha eleitoral, uma frase que me fez arrepiar a espinha: “duas pessoas com o mesmo nível de informação concordam necessariamente”. Imagina-te agora a teres um debate com ele. Sobre uma qualquer questão política, divergiam. Ele diria: “Se o senhor não concorda comigo, só pode estar mal informado”. E tu, o que dirias: “Se o senhor não concorda comigo, só pode ser mal-formado”?!

lara disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lara disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulo Borges disse...

Renato,

Em relação aos teus argumentos, o que posso dizer é que qualquer pretensão de ser eticamente superior ou possuir a definição exacta de bem comum, em detrimento dos outros, não é obviamente ética. Nesse sentido, embora sem presumir estar certo e não me considerar superior a quem pense o contrário, creio que ética do bem comum é a busca de satisfazer tanto quanto possível o que todos unanimente procuram, além de tudo o mais: a meu ver, a felicidade, desde o nível material ao espiritual. Embora também seja claro que esta ética do bem comum deva procurar levar os homens a reflectir sobre se o que mais imediatamente procuram é verdadeiramente aquilo de que necessitam e que os pode tornar mais felizes. Creio que o profundo divórcio entre os cidadãos e a política dos políticos deve-se a ela não se orientar desde há muito neste sentido. O que não quer dizer que reduza a política à ética, pois a meu ver a política será sempre mais limitada, devendo reduzir-se, com a economia, a procurar assegurar as melhores condições externas para um pleno desenvolvimento ético, intelectual e espiritual dos seres humanos, em função das condições histórico-culturais concretas de uma dada sociedade e nação, na interacção com as demais.
Isto no que respeita à macropolítica, pois também há uma micropolítica, o bom governo de cada um por si mesmo, onde se pode ir bem mais longe e rápido, pois se é mais livre de mediações e constrangimentos externos. Como sabes, isso já está em Platão ("República", 427d - 449a), quando relaciona o bom governo e justiça da polis com a boa orientação das potências da alma, segundo as quatro virtudes cardiais - temperança, coragem, sabedoria e a própria justiça - , que orientam a vida instintiva para a superior vida contemplativa por via da vida emocional e activa. Daí a minha insistência, também, na necessidade de um treino ou exercício (askésis, ascese) constante da mente - meleté, em grego, ou meditação, no sentido de uma atenção sempre presente a si - , ou seja, de uma espiritualidade, laica e não necessariamente religiosa, para se exercer um bom governo de si por si mesmo e assim se poder levar a cabo, a partir do interior, uma vida externa realmente ética e política. A isto chamou Platão "paideia", cultura, no sentido de uma formação integral de si.

O que falta então esclarecer, na tua perspectiva, é o que é para ti a ética e o que lhe deve acrescentar a política.

Um Abraço

Renato Epifânio disse...

Paulo, como sabes, eu sou um "republicano platónico". Por isso...

Abraço MIL