A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A BOA E A MÁ ÁRVORE

RUI BARBOSA


Ruy Barbosa de Oliveira (Salvador, 5 /11/ 1849 — Petrópolis, 1 /03 /1923) . Jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador brasileiro.


A BOA E A MÁ ÁRVORE


Árvores há, de boa semente, boa terra e bons ares, que se criaram, para encantar os olhos com a formosura de sua grandeza, e proteger as criaturas com o benefício do seu abrigo. Um chão de bênção lhes recebeu as raízes. Medraram, enrijando contra as intempéries e os ventos. Filhas de um solo generoso, o tronco lhes cresceu, avultou e subiu, engrossando com os anos, que se lhe enrugam na corcha vigorosa. Da profunda cortiça, atrás da qual lhes circula a exuberância da seiva, bracejam os ramos, carregados de flores, frutos e sombra. As tormentas não as assustam: não lhes atravessam a basta frondescência os aguaceiros da invernia. Dir-se-ia que o tempo repoisa debaixo da sua copa, e a sua majestade se estende por sôbre a natureza que as cerca.


Outras, pelo contrário, como se trouxessem maldição desde a semente, vêm à luz mesquinhas e amofinadas, logo a assomar do primeiro rebento à flor da terra esmarrida. O caule, magro e torturado, se lhes esgalga, definhando. As vergônteas enfezadas se agüentam a custo, parecendo rever tristezas e cansaço. Desflorida, estéril, calva de folhagem, a ramaria agita contra a luz o espetro da sua nudez, que os musgos, os fetos, as parasitas, as lianas do mal envolvem nos restos de um sudário esgarçado e rôto. Os dias a vão mirrando, em vez de a reviçarem; do lenho esgrouviado e sêco se lhe extingue a vida; as últimas sementes da sua inanição lhe juncam por baixo o raizame descoberto, enquanto, pelos galhos, que estalam de aridez, raro se avista ainda um ou outro pomo a cair de carcomido e pêco.



*Discurso proferido na cidade de Alagoinhas, na Bahia, em 3 de dezembro de 1919. Transcrição do livro Antologia de Rui Barbosa ( Luís Viana Filho).

2 comentários:

Ana Beatriz Frusca disse...

Belo Sam!
Meu mano sempre diz que conhece-se uma árvore pelo seu fruto.A ser ou não verdade, o fato é que Rui Barbosa foi um grande expoente cultural do nosso Brasil, além de jurista,político, diplomata,escritor, filólogo, tradutor e orador brasileiro.Enfim, ele era o cara!
Gostei imenso do texto que trouxestes cá.

Beijinhos.

SAM disse...

Obrigada Biazinha! Partindo de você, fico feliz! Tenho sincera admiração por voce! Bjs