A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 30 de agosto de 2008

5:45

A Persistência da Memória, Salvdor Dali, 1931


(Para Márcia e para meus editores Silvana e Albano)

Então a vida segue
Depois da noite grande e da travessia
Segue a vida
Planta morta que renasce de si mesma
Orvalho solto que se junta na folha
Até virar gota e correr deitar na terra
Destino de tudo.
Segue sempre a vida
Ainda que seja grande o número de mortos e destruídos
Ainda que os homens levem gaiolas na luz das cabeças
Ainda que as orquídeas sejam defuntas
E os corvos de parafuso e eletricidade destrocem o trigal
Quando menos esperamos...
Quando tudo é dor e dor e dor...
Quando casa já não há...
Uma criança solta no ar seu pipa* fluorescente
E este pipa grita por outro
Que grita por outro
Que grita por outro
Que espalha o grito
Então é tempo de pipa outra vez
E o céu tem a cor de todo menino.
A vida, segue sempre a vida
Construtora de si mesma
Operária do próprio corpo
Noiva pobre maquiando o rosto sozinha
Diante do espelho e do rosto quebrado.
Ontem ainda éramos zumbis
Ontem ainda éramos alcoólatras
Prostitutas... parasitas... proxenetas... pederastas... presidiários
Agora somos gente
Sempre fomos gente.

A vida se renova
Da mesma forma que o amor
Da mesma forma que a vontade
Ninguém nos disse que seria fácil
E de fato não foi
Mas agora o passado já não dói
É hora de você me dar a sua mão e caminharmos juntos
Como quando éramos criança
Na missa de domingo.
A chuva fez enchente é certo
Agora
Depois do temporal
Crianças brincam com barquinhos de papel
No lago do fundo do quintal.
Nosso corpo tem estrelas
Contudo não quero ser herói
Só quero estar contigo
Sempre
A esta hora todos os asilos tramam a Revolução.

* imita a fala da periferia de São Paulo, por isto o substantivo está no masculino.


Daniel Lopes é o pianista boxeador.

2 comentários:

Ana Beatriz Frusca disse...

Em primeiro lugar quero parabenizá-lo por desta vez ter seguido todas as normas de post e foto. LOLLL!
E o poemma, como era de se esperar, excelente!
A vida é um eterno vôo da fenix.Gilberto Gil já disse quetem que morrer pra germinar.
O tempo passa e nos reciclamos a favor ou à revelia da roda viva.

Beijos.

Luciano Fraga disse...

Uma maravilha de poesia, estupenda e estúpida, agressiva. Gostei da esperança e do caos misturados, bom como sempre velho pianista, abraço.