A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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segunda-feira, 21 de julho de 2008

Vidas Portuguesas: António Braz Teixeira (1936)



“Para a generalidade dos intérpretes, exegetas ou hermeneutas do pensamento português dos dois últimos séculos constitui clara e indisputada evidência que o problema ou interrogação em torno do qual aquele se desenvolve é o respeitante à ideia de Deus, no qual se encontra indissociavelmente implicada a essencial ou crucial relação entre razão e fé, pensamento e crença, filosofia e religião, em regra considerada, analisada ou discutida no horizonte do cristianismo e seus dogmas, quando não também, através da decisiva importância atribuída ao problema ou mistério do mal, da ética que deles decorre”.
António Braz Teixeira, Ética, Filosofia e Religião. Estudos sobre o Pensamento Português, Galego e Brasileiro

Apontamento Biográfico
António Manuel de Assunção Braz Teixeira nasceu, em Lisboa, no dia 21 de Julho de 1936. Faz hoje 72 anos.
Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa, em 1958, e desempenhou ainda funções de assistente na mesma instituição entre os anos de 1977 a 1991.Contudo, começou a sua carreira profissional como Técnico da Inspecção Superior do Plano de Fomento (1959-1961). Desde aí tem-se dedicado quase sempre a cargos administrativos, tais como Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros (1980-1981), Secretário de Estado da Cultura (1981), Director do Teatro Nacional D. Maria II (1982-1985), Vice-Presidente do Conselho de Gerência da RTP (1985-1992) e Presidente do Conselho de Administração da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (1992-2008). Durante todos esses anos, e muitas vezes em paralelo, foi professor na Universidade Autónoma, na Universidade Internacional, na Universidade de Évora e na Universidade Lusófona. Dirigiu, entre 1986 e 1989, a revista Nomos – Revista Portuguesa de Filosofia do Direito e do Estado.
Além de todas estas funções, António Braz Teixeira é ainda membro efectivo da Academia das Ciências de Lisboa, sócio-fundador do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, sócio honorário da Academia Portuguesa da História, membro correspondente da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filosofia,...
Acima de todos os outros interesses que, ao longo da sua vida profissional e intelectual, lhe foram naturalmente surgindo, tem-se dedicado, com ênfase maior, ao estudo da Filosofia do Direito e do pensamento português dos séculos XIX e XX.

Apontamento Crítico
Se António Braz Teixeira, pelo simples motivo de se ter formado em Direito, começou muito cedo a interessar-se pelas questões jurídicas e pela Filosofia do Direito (primeiro a portuguesa e depois a brasileira), também é verdade que a história da cultura portuguesa desde sempre o motivou. Membro do grupo da Filosofia Portuguesa e discípulo do seu fundador - Álvaro Ribeiro (1905-1981) -, Braz Teixeira reflecte sobre as questões que animaram (e animam) os filósofos e os literatos portugueses (sobretudo os dos últimos dois séculos) há muito tempo. Mas não só. A obra deste autor constitui-se ela própria como projecto cultural. Afinal, os dois propósitos que orientam a sua especulação (mas também a sua acção) prendem-se, em primeiro lugar, com a discussão da originalidade / especificidade do pensamento filosófico português e, em segundo lugar, com a reflexão acerca das relações entre Portugal e o Brasil no que diz respeito às concepções jurídicas e filosóficas.
Dizemos que se trata de um projecto pela simples razão de que, inspirado pelos postulados do seu mestre Álvaro Ribeiro e dos seus amigos António Quadros (1923-1993) e Afonso Botelho (1919-1996), António Braz Teixeira tem estudado a evolução do pensamento português, ao longo dos séculos, com o objectivo de compreender o viés que ele acabou por assumir com mais veemência. Neste sentido, preocupou-se em analisar as correntes filosóficas que dominavam na Europa e os ecos que delas chegavam a Portugal, com o intuito de traçar os perfis filosóficos dominantes no país. É, pois, um projecto porque, no fim de contas, visa uma historiografia das ideias. Deste modo, Braz Teixeira chega à conclusão de que a proposta criacionista de Leonardo Coimbra (1883-1936), por mais que, antes dele, a obra de Sampaio Bruno (1857-1915) seja inovadora e inquietante, inicia um novo ciclo no pensamento filosófico em Portugal e contribuirá para o adensamento do tal viés que acima mencionámos. Historiografia das ideias é também o trabalho que tem vindo a desenvolver no âmbito dos seus estudos dos pensadores brasileiros. Ainda assim, tem tentado estabelecer relações, nesse domínio, entre Portugal e Brasil, sugerindo um conceito de Razão Atlântica.
António Braz Teixeira discute ainda a especificidade do pensamento português num contexto de uma filosofia da saudade. Ou seja, para o autor, desde há muito, que portugueses e galegos se deixam fascinar pela saudade enquanto sentimento e sentido de uma origem primordial, detendo-se antropológica e ontologicamente sobre ela. Nesse sentido, para além de se ater à apreciação historiográfica do conceito de saudade, em Portugal e na Galiza, e àquilo que os autores sobre ela pensaram, questiona, de igual modo, a intransigência de muitos em lhe negarem um estatuto ontológico. A bem da verdade, se é possível concedê-lo à angústia, ao amor, ao desespero, à esperança e ao sentimento trágico, como fazem muitos dos grandes pensadores europeus, porque não reconhecê-lo à saudade? É tendo esta interrogação em mente, mas não valorizando-a em demasia, já que, em si, a saudade tem uma subsistência metafísica e ontológica incontestável, que Braz Teixeira problematiza a reflexão sobre o sentimento saudoso em Portugal. Contudo, o autor vai mais longe, no seu livro mais recente sobre tal temática - A Filosofia da Saudade (2006) -, não se limita a analisar a expressão da saudade na finisterra ibérica, apresenta ainda estudos sobre a acentuação que ganhou no Brasil (especificamente em Miguel Reale (1910-2006)), na poesia angolana e no pensamento de Ortega y Gasset (1883-1955). Ora, tais reflexões não deixam de ser uma novidade no contexto actual dos estudos sobre a saudade, em Portugal e no Brasil.

Bibliografia Indicativa
A Guerra Justa em Portugal (1955)
A Filosofia Jurídica Portuguesa Actual (1959)
O Pensamento Filosófico-Jurídico Português (1983)
Filosofia da Saudade (org. com Afonso Botelho, 1986)
Caminhos e Figuras da Filosofia do Direito Luso-Brasileiro (1991)
Deus, o Mal e a Saudade: Estudos Sobre o Pensamento Português e Luso-Brasileiro Contemporâneo (1993)
O Pensamento Filosófico de Gonçalves de Magalhães (1994)
Espelho da Razão: Estudos Sobre o Pensamento Filosófico Brasileiro (1997)
Ética, Filosofia e Religião. Estudos sobre o Pensamento Português, Galego e Brasileiro (1997)
Formas e Percursos da Razão Atlântica. Estudos de Filosofia Luso-Brasileira (2001)
História da Filosofia do Direito Portuguesa (2005)
A Filosofia da Saudade (2006)
Diálogos e Perfis (2006)
Conceito e Formas de Democracia em Portugal e Outros Estudos de Historia das Ideias (2008)

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