Eurico Ribeiro
O reconhecimento da mudança de paradigma CEE-CE-UE
Não podemos ocultar o facto de que a adesão à CEE, cuja designação passou por CE e hoje é EU, tem sido uma falácia se fizermos um exercício de memória sobre as vantagens e expectativas de Portugal quando em 1986 assina o pacto comunitário. A adesão ao organismo europeu além de se reduzir ao paradigma económico, consubstanciado em regras políticas conjunturais, traduz-se na pratica e por essa via, no princípio do fim das soberanias Europeias, concomitantemente a nossa, com a ratificação do recente Tratado de Lisboa. A mudança da designação acompanhou a alteração de paradigma dado que inicialmente de comunidade de países soberanos, passámos a uma união onde se perfilam já os contornos de regiões e relações económicas interregionais fronteiriças. O sistema de regiões, promovido estrategicamente pelos interesses estruturais da UE, irá surgir no plano territorial a partir do provável fraccionamento de alguns países pelas suas idiossincrasias étnico-culturais latentes. As regiões desta feita irão imergir, como último reduto, lutando na defesa da identidade comunitária, no sentido da sua autodeterminação cuja força é agora acrescida face ao enfraquecimento das soberanias nacionais, e o distanciamento de poderes transferidos para Estrasburgo. Mais, a livre circulação de pessoas, no espaço comunitário, com a atracção das melhores inteligências nos locais mais desenvolvidos do ponto de vista económico, irá provocar a médio prazo a miscigenação dos povos com a perda total de identidade e o empobrecimento regional mais acentuado ao nível do valor humano. As regiões mais pobres ficarão ainda mais pobres, e na dependência total dos subsídios, que virão em troca de mais empobrecimento e dependência.
Neste aspecto é relevante a unidade do povo português continental e insular, de modo a que as fronteiras do berço da portugalidade se mantenham inalteráveis em todo o processo que se venha a desenhar. É necessário que se tomem medidas de manutenção e fixação dos melhores indivíduos, na prestação de serviços à sua comunidade, bem como políticas culturais baseadas na história e na missão Portuguesa, a fim da tradição ser de tal modo demolidora que quem decidir ficar entre nós, terá não só que aprender o português, como ter acesso aos nossos costumes e respeitar os nossos valores, tal como acontece nos países nórdicos. Essa unidade só será possível através de um líder natural que se torne o símbolo de união e alianças económico-culturais aos restantes países da lusofonia, relembrando o conhecimento prático da nossa história, adaptando-a à actualidade e projectando-a no futuro.
Quem é o Povo Português
O povo português sofre de atavismos próprios de quem já foi grande… a queda no abismo leva à melancolia e à depressão, esse saudosismo que o Pessoa refere como sendo do Futuro, reflexo de um passado incompleto! Este é o nosso Fado…
Contrariamente ao que é referido commumente, o povo Português não é ingovernável nem se pode dizer que não se pode esperar muito dele. Quando o povo português se torna ingovernável e contrário às políticas vigentes, significa que estas são naturalmente desajustadas ou insustentáveis, emergindo o princípio paradigmático de auto-preservação e de auto-regulação, subjacente a uma sabedoria ancestral gregária que funciona como um corpo só através do seu subconsciente colectivo, tal como um cardume de milhares de peixes que se movimenta num todo e quase por instinto face a um qualquer perigo externo!
Há um dizer em Sintra que expressa: “Nascer em Portugal ou por missão ou por castigo!” É um facto que o povo Português não nasceu para seguir os outros e cumprir as suas regras, mas para “andar à frente do mundo”, para dar “novos mundos ao mundo” – não é um povo de terra mas um povo de mar... Dêem uma missão impossível ao Português e ele é eficiente, dêem-lhe uma rotina e ele desinteressa-se e torna-se improdutivo. Falando de produtividade, ela não pode ser um objectivo principal para o povo português, mas secundário: falem de missão, tracem um rota e mostrem um destino por mais impossível que seja, que o português saberá lançar mãos à obra e a produtividade aparecerá consequentemente como por milagre! Gostaria de pedir aos governantes e gestores para que conheçam o povo que governam ou os trabalhadores que dirigem antes de implantarem as técnicas e métodos desenvolvidos noutros quadrantes pelos gurus da moda, que são efémeros, que se têm mostrado ser comprovadamente ineficazes quando aplicados a um povo sobranceiro e milenar como o nosso! E não é com repressão ou pela força ou ainda pela intimidação que se tira o melhor de cada um – medidas aliás que têm conduzido sempre no limite a convulsões revolucionárias, como que se de um tumor maligno o povo se quisesse ver livre. Tira-se partido desta gente conhecendo e potenciando tão-somente a corda sensível que a projecta e a transcende: a sua ambição pelo impossível! Tal foi a visão estratégica de São Bernardo de Claraval, levada a cabo pela Ordem do Templo / Cristo, única potência estratégica que soube como nenhuma outra até hoje, levar o povo Português às suas reais potencialidades.
Certo é ainda que o português gosta de conhecer as novidades porque se posicionam numa perspectiva de descoberta, porque é um povo aberto para o mundo: é descendente do fenício, filho da original casta Lusitana, mas também do celta, é constituido pelo árabe, pelo judeu e pelo cristão! Na sua globalização, cruzou-se com o africano, com o índio americano, com os asiáticos e com os indianos. Criou ou ajudou a criar países com idiossincrasias muito próprias e de certo modo ligadas à nossa causa que é deles também. A nossa Globalização, o Port+Graal emergiu de pequenas colónias ou feitorias para províncias ultramarinas espalhadas por todo o mundo. O que se conclui que a filosofia era tornar Portugal não numa metrópole contida no pequeno rectângulo original com colónias subjugadas de povos inferiores, mas “dilatar a Fé, o Império, e as terras viciosas”, tornando Portugal todo e uno em qualquer lugar por onde se estabelecesse o gene português.
Deste modo ele é aberto às novidades, expansivo e tolerante mas odeia ser obrigado a viver pelas regras dos outros, porque criou a sua própria paidéia triplamente transmitida pela terra onde nasce, pelos genes dos seus antepassados e pela oralidade dos poetas. O português tem tanto de Vasco da Gama, quanto de D. Henrique quanto de Velho do Restelo. E todos são úteis: o aventureiro que quer dar novos mundos ao mundo, o sonhador e estratega que concebe e planeia, e o ponderado que embora refractário e reactivo o faz por defesa da sua terra natal face aos perigos do caminho. No entanto sendo constituídos conceptualmente pelos três, tornamo-nos seres inquietos, pelo paradoxo de que somos reflexo.
O português sendo aventureiro e missionário, não pode ser materialista no seu íntimo, porque o risco de uma epopeia ou missão, implica a espiritualidade, o desapego completo, para além do limite da sua própria vida! O espírito de desapego do português é tal que nas épocas de governação estrangeirada, desconhecendo a sua ancestral missão ligada à do país onde nasceu, substimando a sua “raça”, o leva a raiar a traição, tal se encontra motivado a ser um cidadão do mundo. Desse mal padecem as classes governativas e intelectuais infectadas pelo jacobinismo e positivismo da revolução francesa de 1800 cuja continuidade atravessou dois séculos até ao europeísmo actual com as filosofias neoliberais e niilistas, de cariz desagregador da nossa paideia.
Do “ser português original” excluo obviamente o indivíduo mesquinho e de visão curta de que muitos se tornaram, o que se alimenta da corrupção, porque parasitas os há em todos os quadrantes e latitudes e não respeitam nenhuma terra que pisam. Excluo o novo-rico com as suas manias e preconceitos que o manterá para sempre tão pobre e desligado interiormente como nasceu: tem vergonha da sua condição, projectando a sua inferioridade no povo de que faz parte, mas que não lhe reconhece pertença. Refiro-me sim aqui ao português de alma e coração: desde o inovador cosmopolita mas conhecedor da sua missão, ao português profundo enraizado na terra dos seus antepassados, o indivíduo estreitamente ligado à terra, ao ser autêntico, granítico, rude de mãos e caras fendidas temperado pelo sofrimento, pelas alegrias e pelos elementos, mas com um conhecimento empírico tal, que muitas vezes mancha o manto sobranceiro do académico.
O Português é um Homem livre, preparado para a incógnita, para o desconhecido que o empolga, que o agiganta e que em suma o liberta, não para a rotina, para o conhecido, para as regras dos outros que o aprisionam, o asfixiam e o condenam a uma morte lenta… A sua reacção no presente é claramente de renúncia às regras impostas, ao sentimento de saudosismo, na esperança de ver renascida das cinzas, projectada no futuro a missão vanguardista de quinhentos que foi somente sua.
O Português genuíno é o povo que primeiro se dispõe a abandonar a Caverna de Platão e as suas sombras materiais sedutoras...
O reconhecimento da mudança de paradigma CEE-CE-UE
Não podemos ocultar o facto de que a adesão à CEE, cuja designação passou por CE e hoje é EU, tem sido uma falácia se fizermos um exercício de memória sobre as vantagens e expectativas de Portugal quando em 1986 assina o pacto comunitário. A adesão ao organismo europeu além de se reduzir ao paradigma económico, consubstanciado em regras políticas conjunturais, traduz-se na pratica e por essa via, no princípio do fim das soberanias Europeias, concomitantemente a nossa, com a ratificação do recente Tratado de Lisboa. A mudança da designação acompanhou a alteração de paradigma dado que inicialmente de comunidade de países soberanos, passámos a uma união onde se perfilam já os contornos de regiões e relações económicas interregionais fronteiriças. O sistema de regiões, promovido estrategicamente pelos interesses estruturais da UE, irá surgir no plano territorial a partir do provável fraccionamento de alguns países pelas suas idiossincrasias étnico-culturais latentes. As regiões desta feita irão imergir, como último reduto, lutando na defesa da identidade comunitária, no sentido da sua autodeterminação cuja força é agora acrescida face ao enfraquecimento das soberanias nacionais, e o distanciamento de poderes transferidos para Estrasburgo. Mais, a livre circulação de pessoas, no espaço comunitário, com a atracção das melhores inteligências nos locais mais desenvolvidos do ponto de vista económico, irá provocar a médio prazo a miscigenação dos povos com a perda total de identidade e o empobrecimento regional mais acentuado ao nível do valor humano. As regiões mais pobres ficarão ainda mais pobres, e na dependência total dos subsídios, que virão em troca de mais empobrecimento e dependência.
Neste aspecto é relevante a unidade do povo português continental e insular, de modo a que as fronteiras do berço da portugalidade se mantenham inalteráveis em todo o processo que se venha a desenhar. É necessário que se tomem medidas de manutenção e fixação dos melhores indivíduos, na prestação de serviços à sua comunidade, bem como políticas culturais baseadas na história e na missão Portuguesa, a fim da tradição ser de tal modo demolidora que quem decidir ficar entre nós, terá não só que aprender o português, como ter acesso aos nossos costumes e respeitar os nossos valores, tal como acontece nos países nórdicos. Essa unidade só será possível através de um líder natural que se torne o símbolo de união e alianças económico-culturais aos restantes países da lusofonia, relembrando o conhecimento prático da nossa história, adaptando-a à actualidade e projectando-a no futuro.
Quem é o Povo Português
O povo português sofre de atavismos próprios de quem já foi grande… a queda no abismo leva à melancolia e à depressão, esse saudosismo que o Pessoa refere como sendo do Futuro, reflexo de um passado incompleto! Este é o nosso Fado…
Contrariamente ao que é referido commumente, o povo Português não é ingovernável nem se pode dizer que não se pode esperar muito dele. Quando o povo português se torna ingovernável e contrário às políticas vigentes, significa que estas são naturalmente desajustadas ou insustentáveis, emergindo o princípio paradigmático de auto-preservação e de auto-regulação, subjacente a uma sabedoria ancestral gregária que funciona como um corpo só através do seu subconsciente colectivo, tal como um cardume de milhares de peixes que se movimenta num todo e quase por instinto face a um qualquer perigo externo!
Há um dizer em Sintra que expressa: “Nascer em Portugal ou por missão ou por castigo!” É um facto que o povo Português não nasceu para seguir os outros e cumprir as suas regras, mas para “andar à frente do mundo”, para dar “novos mundos ao mundo” – não é um povo de terra mas um povo de mar... Dêem uma missão impossível ao Português e ele é eficiente, dêem-lhe uma rotina e ele desinteressa-se e torna-se improdutivo. Falando de produtividade, ela não pode ser um objectivo principal para o povo português, mas secundário: falem de missão, tracem um rota e mostrem um destino por mais impossível que seja, que o português saberá lançar mãos à obra e a produtividade aparecerá consequentemente como por milagre! Gostaria de pedir aos governantes e gestores para que conheçam o povo que governam ou os trabalhadores que dirigem antes de implantarem as técnicas e métodos desenvolvidos noutros quadrantes pelos gurus da moda, que são efémeros, que se têm mostrado ser comprovadamente ineficazes quando aplicados a um povo sobranceiro e milenar como o nosso! E não é com repressão ou pela força ou ainda pela intimidação que se tira o melhor de cada um – medidas aliás que têm conduzido sempre no limite a convulsões revolucionárias, como que se de um tumor maligno o povo se quisesse ver livre. Tira-se partido desta gente conhecendo e potenciando tão-somente a corda sensível que a projecta e a transcende: a sua ambição pelo impossível! Tal foi a visão estratégica de São Bernardo de Claraval, levada a cabo pela Ordem do Templo / Cristo, única potência estratégica que soube como nenhuma outra até hoje, levar o povo Português às suas reais potencialidades.
Certo é ainda que o português gosta de conhecer as novidades porque se posicionam numa perspectiva de descoberta, porque é um povo aberto para o mundo: é descendente do fenício, filho da original casta Lusitana, mas também do celta, é constituido pelo árabe, pelo judeu e pelo cristão! Na sua globalização, cruzou-se com o africano, com o índio americano, com os asiáticos e com os indianos. Criou ou ajudou a criar países com idiossincrasias muito próprias e de certo modo ligadas à nossa causa que é deles também. A nossa Globalização, o Port+Graal emergiu de pequenas colónias ou feitorias para províncias ultramarinas espalhadas por todo o mundo. O que se conclui que a filosofia era tornar Portugal não numa metrópole contida no pequeno rectângulo original com colónias subjugadas de povos inferiores, mas “dilatar a Fé, o Império, e as terras viciosas”, tornando Portugal todo e uno em qualquer lugar por onde se estabelecesse o gene português.
Deste modo ele é aberto às novidades, expansivo e tolerante mas odeia ser obrigado a viver pelas regras dos outros, porque criou a sua própria paidéia triplamente transmitida pela terra onde nasce, pelos genes dos seus antepassados e pela oralidade dos poetas. O português tem tanto de Vasco da Gama, quanto de D. Henrique quanto de Velho do Restelo. E todos são úteis: o aventureiro que quer dar novos mundos ao mundo, o sonhador e estratega que concebe e planeia, e o ponderado que embora refractário e reactivo o faz por defesa da sua terra natal face aos perigos do caminho. No entanto sendo constituídos conceptualmente pelos três, tornamo-nos seres inquietos, pelo paradoxo de que somos reflexo.
O português sendo aventureiro e missionário, não pode ser materialista no seu íntimo, porque o risco de uma epopeia ou missão, implica a espiritualidade, o desapego completo, para além do limite da sua própria vida! O espírito de desapego do português é tal que nas épocas de governação estrangeirada, desconhecendo a sua ancestral missão ligada à do país onde nasceu, substimando a sua “raça”, o leva a raiar a traição, tal se encontra motivado a ser um cidadão do mundo. Desse mal padecem as classes governativas e intelectuais infectadas pelo jacobinismo e positivismo da revolução francesa de 1800 cuja continuidade atravessou dois séculos até ao europeísmo actual com as filosofias neoliberais e niilistas, de cariz desagregador da nossa paideia.
Do “ser português original” excluo obviamente o indivíduo mesquinho e de visão curta de que muitos se tornaram, o que se alimenta da corrupção, porque parasitas os há em todos os quadrantes e latitudes e não respeitam nenhuma terra que pisam. Excluo o novo-rico com as suas manias e preconceitos que o manterá para sempre tão pobre e desligado interiormente como nasceu: tem vergonha da sua condição, projectando a sua inferioridade no povo de que faz parte, mas que não lhe reconhece pertença. Refiro-me sim aqui ao português de alma e coração: desde o inovador cosmopolita mas conhecedor da sua missão, ao português profundo enraizado na terra dos seus antepassados, o indivíduo estreitamente ligado à terra, ao ser autêntico, granítico, rude de mãos e caras fendidas temperado pelo sofrimento, pelas alegrias e pelos elementos, mas com um conhecimento empírico tal, que muitas vezes mancha o manto sobranceiro do académico.
O Português é um Homem livre, preparado para a incógnita, para o desconhecido que o empolga, que o agiganta e que em suma o liberta, não para a rotina, para o conhecido, para as regras dos outros que o aprisionam, o asfixiam e o condenam a uma morte lenta… A sua reacção no presente é claramente de renúncia às regras impostas, ao sentimento de saudosismo, na esperança de ver renascida das cinzas, projectada no futuro a missão vanguardista de quinhentos que foi somente sua.
O Português genuíno é o povo que primeiro se dispõe a abandonar a Caverna de Platão e as suas sombras materiais sedutoras...
1 comentário:
Eu sou português e gosto de mim no entanto já conheci tanto português e só sofrivelmente posso dizer que gosto de algum...ora se deles sou filho e transporto a semente para gostar de mim só me resta em abono da verdade reinventar-me na minha forma de ser português....TORNA-TE NAQUELE QUE ÉS...eis a minha devisa..vai ao blog de André Mesquita (TOK" ART) e lá verás ser dançado o futuro dos portugueses...também podes ler sobre o AMOR (kiekegaard 2007 em semana do amor) josé Amado
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