A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 6 de julho de 2008

O futuro somos nós

Ao Klatuu Niktos


Nas terras onde os sinos andam pelas ruas
há horas surdas sós e sem cuidados
há mar condicionado ao possível verão
e vendem-se manhãs e mães pelas três ideias
Nas terras onde a música é o fogo de artifício
a camioneta curva a carga sob os plátanos
e à sombra de lacrimejantes carros
o gato dorme a trepadeira sobe
o soba grita nunca ninguém sabe
a erva cresce e as crianças morrem
O mar aceita chão a mão do sol
Que plural deplorável o da magna agência mogno
E nas tílias há riscos de vestidos de retintas raparigas
e o dente resistente número quarenta cheira a pepsodent.

Ruy Belo



Os sonhos dos homens nascem do sono dos mortos.

Brotam em memórias de antanho, inspirados naqueles que tomaram a barca, atravessaram o Hades e desapareceram na bruma além da margem. É a névoa que paira e nos tolda a vontade, molda o pensamento, nos escorre nos dedos e semeia as palavras, alienígenas do passado, grafando o futuro.

E o futuro somos nós, erguidos e firmes, voando em formação, mantendo a rota, herança atávica de gerações, mau grado as tempestades, as convulsões do planeta.

Nada é feito ao acaso. Tudo é natural, até um sismo é o acertar da Terra. As guerras, a fome, as religiões, a desertificação, a globalização, a multiplicação dos credos, a capitulação dos impérios. Como sobre as ruínas se constrói o ninho dos párias recobrindo as paredes, enleando-as de hera, tapando-as de musgo, derramando sobre elas a patine do tempo, cumpre refazer a vida a cada instante.

Serve o cantar da rola ao entardecer, é doce e tranquilo.

Mas é ao melro negro, vibrante, luzido, madrugador, jovial – principalmente jovial! – que compete entoar melopeias do alto dos pinheiros, esgravatar o cascalho do jardim com aquele ar vivo e atento, com aquele bico irreverente, cor do milho maduro…

E construir um mundo novo.


4 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado pela justiça que me faz. Também já vi pessoas que cantam ao esgravatar os caixotes do lixo -- mas que desafinadas são!

andorinha disse...

"...cumpre refazer a vida a cada instante."

Sempre e apesar dos obstáculos.

Beijinho.

Ana Beatriz Frusca disse...

"Os sonhos dos homens nascem do sono dos mortos...".
São sempre uma referência de luta pra que se cumpra os objetivos em meta.
Merecida homenagem ao Klatuu.

Beijos pra todos.

Klatuu o embuçado disse...

O menino agradece-te, muito.

Beijinhos.
P. S. Os teus contributos têm sido de grande valor; traduzem sabedoria, temperança, bondade e a riqueza da experiência das pessoas da tua geração.
O resto são gralhas e cucos, que ninguém enganam com algumas penas de melro, corvo e mocho que enfiam no penacho!