A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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segunda-feira, 23 de junho de 2008

A LINHAGEM DOS SILVA


Chega-lhe a cidreira no serviço a uso, branco com orla dourada, pelas mãos da Henriqueta, criada de fora, rapariga da sua leva. Tinham brincado juntas, uma ornada de rendas e laçarotes, outra de chita desmaiada e fome escondida. O tempo trouxe a distância que a posição exigia, agora é «Senhora», a outra responde por «Queta».
Nem o chá aquieta o burburinho que lhe vai no peito. Levanta-se, compõe um livro na estante, ajeita o monóculo ao franzir do sobrolho por aquelas desgraçadas almas que desconhecem o lugar de cada coisa. Encomendou-os de Lisboa, os melhores que por lá havia, não fizessem conta a gastos, haveria de ter a biblioteca mais catita das redondezas. Foi um doutor que lhos arranjou, alguns escritos em língua estrangeira, aos outros também não os entendia, eram muito arrevesados na escrita, desculpava-se para consigo. Mas certo era que visita que por lá parasse a encontrava embrenhada na leitura, o seu maior passatempo, como se desculpava pela momentânea desatenção.
Ora não querem lá ver, não há gato pintado que não tenha linhagem. Será o doutor, esse mesmo, pois concerteza, haverá de me desencantar um qualquer trisavô que dê história aos Silva.


Excerto de «Senhoras de Braga e Morcelas Alentejanas», obra que o Google desconhece por ainda não ter sido escrita.

13 comentários:

andorinha disse...

Esta obra é fenomenal, Anabela.
Visualizei o cenário, os personagens, tudo. Senti-me transportada para um outro tempo que ainda hoje existe.
Um dia vou querer ter a obra completa:)

Beijinhos.

P.S. Gosto MUITO do que escreves.

Jo disse...

Fico, gulosamente, à espera do resto da obra que o Google desconhece por ainda não ter sido escrita...

Deliciosa!

:)
beijo*

Klatuu o embuçado disse...

Uma morcelinha já ia... só precisamos é que o Casimiro não pare com o abastecimento do divino néctar... :)

Olha, rica, famílias do chouriço.

Klatuu o embuçado disse...

P. S. Esta moça aí em cima também é uma gulosa e é do Porto... e a outra até já anda pelo telhado armada em Viriato com penas. Nã... vocês não bebem mais nada hoje.

Frankie disse...

Bem, eu vinha comentar o texto porque o achei um máximo (aliás, tal como o primeiro dessa "tal" obra que o Google desconhece por ainda não ter sido escrita...

Mas confesso que depois dessas descrições que o meu "vizinho" de cima fez das outras "comentadoras", até fiquei com medo do que ele pudesse dizer de mim ;)

Beijinho e parabéns*

Jo disse...

ahahahaha

é verdade, é verdade, confesso: o primeiro - pecado - e a segunda - qualidade.

Iss'agora de não beber mais nada hoje, ó carrasco, és mau, então e a noitada de São João?! A sardinha já está a assar lá fora, não sentes o cheirinho?

Plim! (isto foi uma martelada de São João com um martelinho virtual, que os de plástico acho-os insuportáveis)

Anabela.R disse...

Andorinha, Mariazinha, Klatuu e Frankie, pois é, esperemos que o tio Casimiro do Casimiro (abençoado seja), continue a inspirar-me :)
Quanto aos festejos de S.João, parece-me bem, divirtam-se. Eu sou mais sardinhas e menos confusão, por isso quedo-me por casa.

Beijinhos a todos

Ana Beatriz Frusca disse...

Também estou à espera!
Bjos

Casimiro Ceivães disse...

O tio Casimiro preferiria (salvo seja) senhoras a morcelas, de que geralmente se encarregava o padrinho abade de Labrujões, o tal que numa ceia natalícia em casa dos Andrades da Portelinha (depois de despachar sozinho um inteiro perú, que a dona da casa discretamente lhe reservara), puxou para trás a vergadíssima cadeira, repuxou a vasta batina e murmurou às orelhas da enteada do notário: "estava de truz, o passarinho..."

Oh Anabela, isto vai ser o diabo.

andorinha disse...

Não beber mais nada hoje?????!!!
Estás-te a passar?:)))) Loooooool
E não me fales no pecado da gula. Acho que o cometo todos os dias:)

Anabela,
Eu não sou do Porto, vivo em Guimarães e aqui não ligam muito ao S.João.
De qualquer modo sou como tu, mais sardinhas e menos confusão.

Beijinhos "martelados":)

Anabela.R disse...

Casimiro, de facto, isto vai mesmo ser o diabo, é que eu tenho que ter tempo para a vida a sério, aquela fora do computador, mas o tio Casimiro vai de vento em popa e agora esta do padrinho abade de Labrujões,agora melhorou ainda mais :)
Aliás, se não estou em erro, esse abade de labrujões não é aquele que gostava de abrilhantar os serões, depois de uns cálices de Porto, com umas historietas de freiras que ele jurava a pés juntos serem suas conhecidas? Se a memória não me atraiçoa deve ser este mesmo que eu descobri nas minhas investigações por bibliotecas perdidas por este Portugal.

Casimiro, um brinde ao velho abade.

Anabela.R disse...

Andorinha, por esta hora eu já brindo com um Porto :)

Beijinho

Klatuu o embuçado disse...

Olhe, caríssima Valquíria Anabela, só lhe digo isto: Ainda bem que Viriato acampa no Alentejo e não estamos no Natal!

Ósculo, vindo do Jardim do Meio, como quem, na Ponte, contempla Asgard sem acreditar já que os deuses amem os homens.