A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
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Donde vimos, para onde vamos...

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domingo, 10 de fevereiro de 2008

Monarquia, República e socialização política

Tive nas últimas semanas o privilégio de participar num debate muito estimulante neste blogue sobre os méritos e defeitos da Monarquia e República.

A conclusão a que se chegou é que não é a forma do regime que está em causa, mas sim a forma como líderes e cidadãos são socializados politicamente. Socialização política esta que depende da socialização que é feita na família e a escola.

Um dos comentadores que participou neste debate citou Agostinho da Silva afirmando que "a verdadeira república é monárquica e a verdadeira monarquia republicana". Que um@ chefe de estado deve estar realmente isent@ de faccionalismos políticos e de governar de forma simbólica e cerimonial, extraindo legitimidade da sua virtude enquanto cidadã@ e líder.

Desta forma, em vez de se discutir eternamente qual é o melhor regime, não seria melhor ideia promover uma reforma constitucional que transformasse o actual sistema semi-presidencialista num sistema realmente parlamentar, deste modo criando espaço para que @ Presidente da República exerça as funções simbólicas e moderadoras que caberiam a um@ "presidente rei/rainha"?

Ao mesmo tempo, seria uma excelente ideia começar a investir na criação de mecanismos que permitam o desenvolvimento da capacidade interventiva das cidadãos. Isso deve começar nas escolas: Há liceus e universidades que têm "incubadoras de empresas", nas quais apoiam materialmente os primeiros passos das inciativas empresariais dos alunos. Que tal criar programas através dos quais as escolas pudessem incubar iniciativas cidadãs, como associações de moradores, ONGs e movimentos cívicos destinados a resolver problemas locais.

Além disso, valeria a pena investir do desenvolvimento da capacidade cívica de adultos no âmbito da "educação ao longo da vida". Um bom exemplo são as "escolas populares" que existem há quase um século na Dinamarca, através das quais adultos têm a possibilidade de seguir cursos que desenvolvem competências de liderança e organização que lhes permitem ser cidadãos mais interventivos. Em alguns casos o próprio estado confere subsídios que permite aos cidadãos fazerem uma pausa na sua carreira profissional para seguir estes cursos.

Valeria a pena estudar casos como este para ver de que forma podemos desenvolver um sistema de educação e "incubação" de iniciativas cidadãs que esteja adaptado ao contexto do nosso país.

6 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

The educational system is not the point. If you want to have righteous leaders and good citizens, you should first choose a God-fearing man embued with Christian values as president. Look at the example of the United States ... Still, it's a shame Romney left the Presidential race and Huckabee is having such weak results ...

Second, if you want to promote good citizenship, you should promote prayer and Bible study in schools ... That is what makes good citizens, not proto-communist stuff such as "incubators" of social movements and that kind of stuff!

Al Cardoso disse...

Temos que reconhecer que de facto o nosso regime politico esta a ficar ultrapassado, pois so tem conseguido criar corrupcao e compadrio, que nada fica a dever aos piores anos do regime monarquico.
Sim porque nao um regime parlamentar puro? Nem que para isso tivessemos que voltar a ter duas Camaras!

Um abraco monarquico dalgodrense.

Lord of Erewhon disse...

Ó minha senhora, deixem então os republicanos de macaquear a Monarquia e abulam a figura do «presidente». Façam uma república!

Mas sabe, ninguém quer isso. Isso cheira a Justiça! Vá ver os nomes de família, perceba de quem descende quem manda na política e na economia.
«Respublica»?? não brinquem comigo! Um saque a pretensos privilégios que mudaram de dono!!

Lord of Erewhon disse...

P. S. Amigo Al Cardoso, é um prazer vê-lo já por aqui... ;)

Paz e sabedoria!
Viva a Monarquia!

Ana Margarida Esteves disse...

Sim, o Lord of Erewhon tem razão no facto de que os chulos que sobrevivem á custa de mamar na teta do estado são descendentes dos mesmos chulos que construiram o parimónio familiar da mesma maneira durante a monarquia absoluta e constitucional.

Não seria muito melhor, de modo a evitar a reprodução deste esquema podre, se primeiro investíssemos com força na socialização política dos cidadãos e depois então pensássemos se realmente vale a pena mudar a forma de regime?