A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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terça-feira, 1 de janeiro de 2008

A SAUDADE E O SER PORTUGUÊS

Diz Confúcio "A nossa maior glória não reside no facto de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda”.

Interpretada à luz do mito sebastianista do regresso, a saudade é o anelo de algo que foi perdido, e cuja lembrança tem a faculdade de dar satisfação, uma satisfação dorida a quem nela (saudade) fica. A sau­dade é o passado transposto em memória ou visão para o presente, aspirando etereamente a reproduzir-se no futuro. No entanto, o seu lado negativo poderá nos subtrair forças para viver, na realidade presente, de cara vira­da para o futuro, uma construção feita de alicerces pragmáticos; dis­persão, instabilidade, devaneio são aspectos negativos da saudade, que geram coisas mal feitas, imperfeições, desilusões e abusos. Este factor tem ocasionado o mau hábito de se dizer sempre mal de Portugal, de criticar tudo e todos. Isto não é, afinal de contas, senão a crítica incon­fessável que nos fazemos a nós mesmos pela nossa incapacidade – que se reflecte nos outros como num espelho –, de sermos aquilo que quereríamos ser, tal como nos dita a saudade. Porém, devido a essa mesma instabilidade e dispersão, não alcançamos a ser, através dessa forma particular de nostalgia, senão um presente frustrado que se ali­menta de utopias. O lado positivo da saudade provém da força aními­ca do povo, capaz de ir buscar aí a vontade de regeneração, a herança mítica dos Antepassados. A saudade, nos momentos críticos, converte­-se na força da esperança reassumida plenamente, capaz de galvanizar o povo disperso e marcadamente individualista, numa obra que o trans­cende. Essa obra tem de ser irracional, tanto como a saudade, para o povo a poder e saber assumir plenamente. Aqui há união, aqui há força, aqui há transcendência.
O Português é um povo imprevisível porque contraditório e parado­xal. Não é racional, mas é genial. Da mediocridade passa ao génio, e se não há uma força superior que o mantenha neste estado, logo decai e volta nova­mente à mediocridade. Não conhece o meio termo, mas, paradoxal­mente, não é extremista; é um povo de brandos costumes, pacífico, hospitaleiro, algo indolente. Porém, ainda o paradoxo, é um povo de pioneiros. O seu maior defeito é saber fazer as coisas, mas não saber conservá-Ias. É inconstante por natureza e, recorrendo à sua natural capacidade de desenrascar-se, consegue encontrar em momentos de extrema dificuldade soluções "impossíveis"; porém, ao longo da História tem sido facilmente levado e enganado (actualmente menos) por aque­les que sabem explorar as suas fraquezas sentimentais. É um povo em que o coração fala mais do que a cabeça. É um nobre povo e um povo de génio quando o coração encontra a cabeça que o comande.

Termino com uma citação de Teixeira de Pascoaes da sua obra que mais admiro A Arte de Ser Português “É preciso que o povo encontre o culto religioso dos seus avós – ­daquela Alma primitiva que, de entre a confusão das raças da Ibéria, ergueu bem alto a sua presença livre e inconfundível – primeiro na figura homérica de Viriato e depois em Afonso Henriques, esse rude estatuário de uma Pátria que as últimas gerações têm mutilado”.
Acredito que a actual e as futuras gerações honrem a história de que são herdeiras e sejam o testemunho vivo para todos os povos do mundo, lusófono ou não, da arte de ser português.

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