A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 15 de maio de 2024

29 de Maio, em Lisboa: Lançamento do Livro MIL : "Ortega y Gasset: a vida ao serviço de si mesma sob a forma de razão", de Joaquim António Pinto...

Ortega y Gasset: a vida ao serviço de si mesma sob a forma de razão 

ATCL/ MIL, 2024, 96 pp.

ISBN: 978-989-35154-6-4

Depois de lermos este livro de Joaquim António Pinto, imediatamente ocorre-nos corrigir o conhecido dito: “De Espanha, nem bom vento nem bom casamento – mas, por vezes, bom pensamento”. É verdade que esse pensamento não tem sido devidamente conhecido e reconhecido – tanto quanto merece. Historicamente, isso justificou-se por uma razão óbvia: foi desde logo e sobretudo contra Espanha que Portugal conseguiu afirmar a sua independência. Hoje, porém, não nos parece que essa “sombra” tenha ainda alguma razão de ser. A Espanha não é já uma ameaça para Portugal. Podemos e devemos pois, assim, conhecer e reconhecer, sem qualquer complexo, a grandeza da cultura do nosso país vizinho.

Um dos vultos maiores da cultura espanhola de século XX foi, inequivocamente, José Ortega y Gasset. Apesar de ter chegado a residir em Portugal nos anos quarenta, o seu conhecimento e reconhecimento entre nós ainda não faz jus à sua grandeza. Ainda assim, Ortega y Gasset tem sido, provavelmente, o filósofo espanhol mais conhecido e reconhecido em Portugal, por mais que, muitas vezes, apenas pelo seu célebre dito: ”eu sou eu e minha circunstância”. Em geral, citado apenas assim, de forma truncada, sem o seu (essencial) aditamento: “e se eu não a salvo a ela [a circunstância] não me salvo a mim” (Meditaciones del Quijote, 1914).

Uma das pessoas que entre nós mais, nas últimas décadas, conheceu e reconheceu a grandeza da cultura do nosso país vizinho e, em particular, a grandeza filosófico-cultural de Ortega y Gasset foi Manuel Ferreira Patrício. Falecido em 2021, ainda nos lembramos bem do orgulho que tinha na sua biblioteca, em Montargil, onde salientava sempre as edições que tinha da obra de Ortega, nas muitas visitas que lhe fizemos. Na edição das suas Obras Escolhidas, que organizámos com Samuel Dimas, ele recorda, aliás, com detalhe, a forma como foi conhecendo e reconhecendo a grandeza da cultura do nosso país vizinho e, em particular, a grandeza filosófico-cultural de Ortega y Gasset (nomeadamente, in “Nótulas sobre a recepção da filosofia de Ortega y Gasset em Portugal e no espaço luso-brasileiro”, vol. VI, 2021).

Nesse texto, aliás, Ortega surge com o vulto maior “do lado castelhanófono”: “…já publiquei na NOVA ÁGUIA mais do que um ensaio defendendo a ideia de que é a hora de concebermos e organizarmos um novo Tratado de Tordesilhas: orientado para a união e não para a divisão. Ou seja: um Tratado que consagre a vontade estratégica dos Países lusófonos aliada à dos Países castelhanófonos para o século XXI. Não para negarmos ninguém. Apenas para nos afirmarmos a nós. Ouço com atenção Agostinho da Silva do lado lusófono. Mas ouço com igual atenção José Ortega y Gasset do lado castelhanófono. Nesta hora planetária perigosa, é bom ouvirmos o filósofo da circunstância: Yo soy yo y mi circunstancia y si no la salvo a ella no me salvo yo. Ortega é um mestre indispensável para este projecto.”.

Na esteira de Manuel Ferreira Patrício, Joaquim António Pinto brinda-nos com este livro, onde, começando por nos falar sobre a vida de Ortega, se detém depois no seu pensamento, à luz dos seguintes tópicos, desenvolvidos na primeira parte da obra: realismo e idealismo; o conceito de vida como realidade radical; as categorias de vida na filosofia da razão-vital; a vida como perspectiva; razão vital e razão histórica. Já na segunda parte da obra, problematiza os seguintes itens: a filosofia e o problema da verdade; geração e tempo histórico; filosofia e ciência; a possibilidade do conhecimento do todo; evidência e intuição; a subjectividade; as crenças vitais; os dados radicais do universo; a análise da consciência; a fenomenologia; a consciência como intimidade; a vida; uma nova ideia de realidade; e, por fim, a realidade radical. Num tempo de crescente massificação (leia-se: abaixamento) filosófico-cultural, eis, em suma, um livro de relevo, por tudo aquilo que nos revela, com rara clareza e rigor.

Renato Epifânio

Para encomendar: info@movimentolusofono.org