Leitor, o
capítulo que ides ler é o corolário de uma perplexidade, que perdurou dormente
durante cerca de três décadas.
O seu despertar
ocorreu quando fui abordado por uma ex-aluna que se preparava para encetar os
seus estudos de mestrado, no sentido de me tornar seu orientador.
Disse-me ela que
tencionava focar-se num dos tipismos da terra da sua naturalidade, isto é, as
rendas de Nisa.
- Ah! As rendas
de Nisa?! Terei respondido, algo surpreso. Precisa, então – continuei – de
começar por interrogar-se sobre o motivo porque existem rendas nessa região
interior de Portugal!
- Professor,
estou a perceber que o tema é mais complexo do que eu suspeitava…
- Nem mais, nem
menos. Apenas necessita de averiguar os motivos porque as rendas, um património
característico das regiões ribeirinhas e piscatórias, terão ido parar ao Alto
Alentejo profundo! (excerto)