No ano em que se assinala o 120.º aniversário do nascimento de Almada Negreiros, o Círculo António Telmo revisita O Bateleur (Lisboa, Átrio, 1992), um dos títulos mais fascinantes de António Telmo, obra em que o filósofo da razão poética desoculta o retrato célebre que o pintor fez de Fernando Pessoa, num admirável exercício narrativo e hermenêutico. Na sessão, a realizar em 5 de Outubro, a partir das 15:30, na Casa do Bispo, em Sesimbra, serão oradores dois amigos de António Telmo que vêm dedicando particular atenção ao estudo da obra do poeta: António Carlos Carvalho e Pedro Sinde, ambos autores de notáveis prefácios apostos a edições de Mensagem publicadas em 2007 (Caixotim e Porto Editora, respectivamente). O primeiro falará de “Almada e Pessoa vistos por António Telmo”, ao passo que o segundo irá centrar a sua atenção no livro télmico de 1992, com uma comunicação intitulada “Na mesa do Bateleur: os quatro elementos e a demanda do Absoluto”.
Surgido há 21 anos, o livro de Telmo foi então apresentado por Afonso Botelho, seu amigo e condiscípulo, numa sessão de lançamento em que igualmente saíram a lume livros de António Quadros e António Cândido Franco, todos com a chancela da Átrio. O registo escrito que então serviu de suporte a essa apresentação encontra-se, ainda inédito, no espólio de António Telmo. Será, por isso, relido na sessão de Outubro próximo, e posteriormente publicado em Confluências, quinto volume dos Cadernos de Filosofia Extravagante, num começo de homenagem ao autor da Teoria do Amor e da Morte para o qual, em 2014, se perspectivam novos desenvolvimentos.
Esta será também uma boa oportunidade para adquirir O Bateleur (entretanto republicado noutros volumes de António Telmo), uma vez que da primeira edição existem ainda exemplares disponíveis, bem assim como outros títulos do catálogo da editora Átrio.