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TRILEMA TRIDENTINO
Carlos Manuel Pona Pinto Carreira,
Doutoramento em Ciências Sociais na Especialidade de Relações Internacionais,
Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, Portugal
INTRODUÇÃO
Sobre a questão de Portugal ser um país atlântico ou um país europeu
A questão de se saber se Portugal é um país atlântico ou um país europeu tem incorporada uma pendenga mais aguda e mais profunda que transcende a nossa geografia e tresanda a memento mori (Moreira, 2003, p. 45).
Este dilema acerca do sentido das nossas alianças e das nossas lealdades, tem por base fundamentalmente as nossas capacidades, e sobre ele muita tinta já foi derramada, juntando alguns ao dilema uma terceira premissa, a do iberismo, que ipso facto o transforma em trilema.
Tem havido um esgrimir de razões para defender cada uma das posições, que têm subliminarmente implícitas opções ideológicas, as tais “escolhas de valores a valores e de prioridades a prioridades” de que nos fala António de Sousa Lara (Lara, 2004, p. 62 e passim; ver tb. Lara 2000 e 1998; e Carreira, 2007, pp. 26-37), fruto de uma “indução exógena [à] mudança” (Santos, 2005, p. 75; ver tb. Carreira, 2007, pp. 101-107) e caracterizadas por uma “conceptualidade evolutiva e por uma dinâmica operatória” (Santos, 2001), que para se darem a conhecer precisam de ser lidas utilizando o método metafórico da casca da laranja que se deve ler ao contrário, para assim se poder descortinar a realidade.
Tendo presente que sobre estas questões já foram feitas reflexões e análises várias e em areópagos de reconhecido valor científico e intelectual impõem-se-nos as prevenções de Adriano Moreira sobre os “novos filósofos, [aqueles] que dizem de novo coisas muito antigas” (1980, p. 89) e de Almerindo Lessa (1909-1997) que nos alerta para “não inventar o que já está inventado nem descobrir o que já está descoberto” (apud Maltez, 2002, p. 55).
Nesse sentido só podemos, com a humildade directamente proporcional ao número de leituras que nos instam, única e simplesmente, sempre a mais leituras, parafrasear, hic et nunc, D. Frei Amador Arrais (1530-1600) que no século XVI já dizia que os ingredientes não são novos, o cozinhado é que é meu, “[c]onfesso que as mais das iguarias com que vos convido são alheias, mas o guisamento delas é da minha casa” (apud, Maltez, 1996, p. 6).
Tal como o maior truque do diabo, que é fazer-nos crer que não existe, este trilema tridentino tem a montante, quanto a nós, como nó górdio o rumo, a direcção e o caminho a ser trilhado por Portugal, que ao estabelecer as suas coordenadas não tem tido a clareza de Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage (1765-1805), que quando mandado parar por um agente da autoridade de então às perguntas: quem és? donde vens? e para onde vais? respondeu:
Sou o Bocage, venho do Nicola, e vou para o outro mundo se disparas a pistola.
O Objecto de Estudo e a Problemática em Análise
Destarte, Portugal, a ditosa pátria minha amada, parece andar perdida à procura de si mesma numa “espera de Godot” (Samuel Beckett (1906-1989)) que não termina nunca, considerando nós, como diz o Padre António Vieira (1608-1697) que “[e]ntre o ver, olhando ou sem olhar, há muito grande diferença, o ver é a acção do sentido e o olhar é a atenção do cuidado (…)” (1959, p. 51) ou parafraseando Ludwig Wittgenstein (1889-1951) “tudo o que se deixa dizer deixa-se dizer claramente” (apud Santos, 2002, p. 57), ou seja, in claris non fit interpretatio, para afirmar que por detrás das escolhas entre o yankee destino manifesto, a solução para a Alsácia Lorena, ou entre nem bom vento nem bom casamento, está a nossa capacidade, o nosso potencial mítico e de projecto como povo, porque como alguém nos dizia há já muito tempo, não se casa com quem se quer, mas com quem se pode, levando-nos entre lucubrações familiares a Carlos Queirós (1907-1949), o irmão da Ofélia amada de Fernando Nogueira Pessoa (1888-1935), que dizia que “[v]er só com os olhos é fácil e vão, mas por dentro das coisas é que as coisas são”.
Assim, o nosso objecto de estudo é o “Encoberto” (Pessoa, 2000), cuja penumbra etérea se esconde por detrás das escolhas de contingência temporal, que se começaram a insinuar com o fim da segunda guerra civil europeia, “conhecida como mundial pelos efeitos, mas exclusivamente europeia pelas causas” (Moreira, 2004, p. 17), que originou a mudança na qualidade e quantidade dos nossos vizinhos, “[o]s nossos vizinhos eram a Espanha, a França, a Bélgica, a Inglaterra, a Holanda e a China. (…) Actualmente [infelizmente, também já não], o número dos nossos vizinhos duplicou, e ocidental, no sentido de então, só o é a Espanha” (Moreira, 2004, p. 317) , e consequentemente nas nossas possibilidades de alianças.
Numa conjuntura, por definição maquiavélica e não humanista ou personalista, em que a comunhão de interesses materializada nas alianças se sobrepôs ao dar razão a quem a tem, objectivo do direito internacional (Moreira, 2004, pp. 306-311 e 1999, p. 114; ver tb. Aron, pp. 739 e ss.), fomos exogenamente condicionados a alterar o Conceito Estratégico Nacional da Constituição de 1933, e ter que nos inserir defensivamente num Atlântico mais a norte do outro que era “Mar Português” (Pessoa, 2000), “o velho projecto do Atlântico mare nostrum” (Moreira, 2004, p. 313), e economicamente na comunidade que nasceu da resolução possível dos problemas europeus da gestão e divisão do carvão e do aço.
A tripla escolha com que nos deparámos, a nossa problemática em análise, entre o atlantismo, o europeísmo e o iberismo consubstancia o nosso “ponto arquimediano” (Ferreira, M., 2007, p. 55), o “point Oméga” teilhardiano (Chardin, 1959, p. 140 e 1955, pp. 269-274) da nossa existência como Nação, que é o da capacidade ou incapacidade de nos opormos aos factores exógenos que tem ciclicamente determinado o nosso futuro como povo e a que “os senhores do mundo nos consider[e]m e trat[e]m, naquilo a que estamos reduzidos, como um epifenómeno das suas controvérsias” (Moreira, 2003, p. 95).
Da soberania funcional ou de serviço (Moreira, 2008, p. 190; 2003, p. 29; ver tb. 2005, pp. 135 e 143 e 1999, passim) ao Estado exíguo (Moreira, 2005, pp. 123-125 e p. 143 e 1999, passim) vai um passo que a Lei da Complexidade Crescente (Moreira, 2004, pp. 125-126 e pp. 308-309 e 1999, passim; ver tb. Carreira, 2007, pp. 107-118) exponencia, só ultrapassável se houver um sincretismo na análise e uma resolução eivada da “questão da unitasmultiplex” de Edgar Morin (Morin, 2003, p. 155; ver tb. Maltez, 2002, p. 98), em que a nossa escolha, tal como a do comandante perante o seu estado-maior obrigado a apresentar-lhe 3 propostas de solução para um problema, possa ser uma das três ou nenhuma das apresentadas.
Numa óptica dualista entre a moral de responsabilidade e a moral de convicção do príncipe que vendia a alma para salvar a cidade ou entregava a cidade para salvar a alma (apud Moreira, 2001, p. 38 e Weber, 2005, pp. 15, 107 e 113) acreditamos em que “a salvação da cidade só pode ser obra de cidadãos” (Moreira, 2004, p. 319).
E, assim a escolha que projectamos é a que traduza a nossa identidade marítima e herança histórica e não dê razão a José Maria de Eça de Queiroz (1845-1900) referindo-se a Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque (1855-1902) e a Antero Tarquínio de Quental (1842-1891) quando disse “que a vida lhe[s] não convinha” (Moreira, 2005, p. 118), fazendo nós, para Portugal, à maneira de Vieira, uso da prevenção bíblica contida em (Mt 10,16) “Eis que Eu vos envio como ovelhas para o meio dos lobos. Portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas”.
Metodologia e Parâmetros Epistemológicos de Análise
Este estudo pretende fazer jus ao legado metodológico do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, cuja essência é marcada pela interdisciplinaridade “(…) procurando assegurar uma formação consistente a partir da convergência de especialistas com formações perfeitamente diferenciadas, tal como historiadores, sociólogos, economistas, geógrafos, estrategas, juristas, filósofos e politólogos” (Moreira, 1999, p. 20).
De acordo com António de Sousa Lara, “[e]sta convergência de enquadramentos parece ser, em si mesma, uma metodologia, que, por sua vez determina, se não uma síntese de métodos das diversas ciências referidas, alguns deles já tão próximos de si, pelo menos um ajustamento, de tipo simbiótico, de todo este instrumental” (1987, p. 16).
Destarte, subscrevemos a afirmação de Victor Marques dos Santos “[e]m Relações Internacionais, as próprias características do objecto determinam que o seu estudo se desenvolva com base numa complexidade analítica interdisciplinar própria e num método essencialmente transdisciplinar” (2007, p. 97).
Não querendo fazer juízos valorativos sobre as metodologias qualitativas e quantitativas, na linha de Carlos Diogo Moreira (1994, p. 93), “decidimos adoptar a metodologia qualitativa e a perspectiva teórica para tratar a nossa questão de fundo, de forma a obter um sistema conceptual coerente e apropriado, suscitando os problemas nocionais e metodológicos que eventualmente tenham sido encontrados em investigações anteriores” (Carreira, 2007, p. 13).
A nossa escolha é reforçada por Adriano Moreira quando afirma que “(…) no sentido de esclarecer o equívoco estatístico do behaviorismo, ao invocar a necessidade de distinguir as perspectivas filosóficas, históricas e jurídicas que se debruçaram sobre as relações internacionais, das relações internacionais como ciência social, tributária de um pluralismo metodológico não absorvido pelas técnicas estatísticas e quantitativas. Esta pretensão reduzia-se afinal a compatibilizar o método comparativo histórico clássico e o método estatístico, sem excluir nenhum, porque finalmente é o objecto que determina o método” (1999, p. 41).
O método utilizado será “[o] método hipotético-dedutivo, que constrói conceitos sistémicos, hipóteses deduzidas e um modelo teórico no verdadeiro sentido do termo. Modelo que, para Pierre Bourdieu (1930-2002), é o único que, por efeito da construção, possui um poder explicativo” (Quivy e Van Campenhoudt, 2003, pp. 138-139).
Organização do Trabalho e Bibliografia
O artigo está dividido em duas partes em que será feita a exposição do nosso raciocínio. Na primeira, abordamos a questão da tripla escolha que nos é imposta exogenamente e que tem por base a nossa capacidade como país. Na segunda, fazemos uma reflexão sobre Portugal e o seu Futuro, de forma a podermos traçar as linhas de rumo que o possam recolocar no lugar do mundo a que, entendemos, tem direito.
Recorremos, basicamente, a bibliografia temática, procurando ser subsidiários de autores consagrados com o intuito de através da interpretação e reflexão da e sobre a sua produção, para além do prazer daí retirado, tentarmos construir uma estrutura epistemológica e racional que nos permita, de uma forma abalizada, teorizar sobre o tema em epígrafe, teorização que constitui um esquisso de uma investigação mais aprofundada intitulada Portugal e o Império. O legado ontológico, epistemológico, e metodológico do ISCSP e a ideologia que lhe é subliminar.
A TRIPLA ESCOLHA OU A PERTENÇA IMPOSTA
Amartya Sen, Prémio Nobel da economia em 1998, no seu livro O Desenvolvimento como Liberdade relaciona as potencialidades das pessoas com o seu desenvolvimento e, consequentemente, com a sua liberdade, “considera que o desenvolvimento requer a eliminação das principais fontes de restrições” (2003, p. 20). A questão, à guisa do estudo das modalidades de acção, está relacionada com a análise das nossas potencialidades e das nossas vulnerabilidades (Carreira, 2007, pp. 269-275).
Desta análise podemos inferir uma estratégia para aumentar o nosso potencial através da diminuição das últimas e do aumento ou exploração das primeiras, de molde a melhorar a nossa posição no ranking gizado pela Equação de Cline (Almeida, 1990, pp. 291-324 e p. 383; ver tb. Bessa, 2001, pp. 151-174), pois, como refere Políbio Valente de Almeida “[n]ão podemos eliminar totalmente os nossos receios e inseguranças. Sempre os tivemos e sempre os soubemos vencer com coragem, com segurança e com fé. (…) [Pretendemos], apenas, dar mais força a essa nobre herança que define um povo” (1990, p. 383).
É o funil das escolhas, metáfora para a conjunção do tempo que passa com o (des) ou aproveitamento das oportunidades, que nos alerta para a perda de liberdade consequente do desperdício daquelas.
Nesta linha de raciocínio podemos concluir que a nossa capacidade de escolha e o leque das possibilidades que ela pode cobrir é directamente proporcional às nossas potencialidades e indirectamente proporcional às nossas vulnerabilidades.
Assim, põe-se a questão de saber se a escolha entre o iberismo, o atlantismo e o europeísmo é uma escolha ou se é uma imposição face à nossa condição de poder (apud Moreira, 2005, p. 122).
É nossa convicção que os factores exógenos têm assumido uma preponderância crescente desde o tempo da gestação da nossa mais antiga aliança, cuja génese teve o seu culminar com a passagem de John de Gaunt (1340-1399) a sogro de D. João I (1357-1433) (Magalhães, 1991, pp. 35-40).
A aliança inglesa garantia-nos a protecção nos mares e isso foi-nos bastando até à ruptura mapeada de rosa, a que se seguiu a participação na primeira guerra civil europeia para salvaguardar as margens do tal mapa, última paragem fronteiriça das mudanças da Índia para o Brasil e deste para África.
É com o governo da Constituição de 1933 que se assume o estatuto de orgulhosamente sós, implementado por quem afirmou que sabia muito bem o que queria e para onde ia (Saraiva, 2001, p. 357; Pinto, 2007, p. 73) e onde as alianças, a coberto de uma neutralidade colaborante, nos foram favoráveis, porque “não é neutral quem o deseja, apenas é neutral quem pode” (Moreira, 1999, pp. 435, 436 e 439), só tendo pecado pela não aplicação do conceito da sucessão cíclica das formas de governo de Aristóteles (384-322 a.C.) (Moreira, 2003, p. 90; Amaral, 1999, pp. 129-130; ver tb. Prélot e Lescuyer, 2000, pp. 101-104) e do ensinamento do músico ao aprendiz interiorizado por Buda “nem tão laço que não toque, nem tão esticado que parta”.
Com a Revolução de 25 de Abril de 1974, que queimou as caravelas e desmobilizou o Império, feita para acabar com a guerra, que aguentámos doze anos, cuja “linha de acção militar (…) foi talvez a mais extensa do mundo” (Moreira, 2003, p. 40), por quem não teve um projecto nem um conceito para Portugal, “sem plano de descolonização” e “sem um modelo predeterminado para além da invocação do ideal democrático”, que ao alcançar o poder não descansou enquanto não se livrou dele, a vulnerabilidade aos factores exógenos acentuou-se, “[o] triângulo atlântico não mudou, (…) o predomínio dos factores exógenos parece indiscutível” (Moreira, 2003, pp. 11, 14, 20 e 28).
Com o Regresso das Legiões a Roma (Moreira, 2005 p. 16 e pp. 13-102), tal como em antanho, a nossa política externa virou-se da África para a Europa, pondo fim a um Portugal do Minho a Timor (Pinto, 2007, p. 192) onde fomos senhores, para uma Europa onde fomos escravos, situação que cantamos em hinos de saudade ao contrário da outra, de que pedimos desculpa e de que ainda não fizemos nem a catarse nem a fagocitose à guisa de António Vasconcelos Saldanha quando escreve “sem que se esconjurem totalmente os demónios outrora imprudentemente invocados” (2005, p. 86; ver tb. pp. 83-89).
Chegando alguns profetas da desgraça a alardear a solução ibérica, a que D. Jerónimo Osório (1506-1580) não via alternativa (Moreira, 2008, p. 145 e 2003, p. 46), como a panaceia para os nossos males. Para descanso de D. Nuno Álvares Pereira, essa aleivosia parece ter desaparecido da Ágora onde deambulam as cabeças pensantes de tendência oposta à da vizinha Galiza, com dificuldade em defender “uma via própria de pensar o mundo e a vida de acordo com raízes e tradições nacionais” (Bessa, 1993, pp. 31-32), pedindo nós, ao agora santo, o milagre da sua extinção e/ou envio para o quinto dos infernos.
O Conceito Estratégico de Defesa Nacional promulgado em 2003 não faz referência a tal tendência, facto por que nos regozijamos, definindo três geografias para Portugal: a económica, a de defesa e a de identidade (Portugal, 2003, p. 283), consubstanciando uma soberania de serviço (Moreira, 2005, p. 135), como consequência da impossibilidade da escolha em face das crescentes dependências que nos fazem necessitar de todas as alianças e nos impedem de cantar “I did it, but I did it may way".
Da escolha entre, involuiu-se para a necessidade de todos, mudando a adjectivação de Portugal, consoante a finalidade das alianças, de país marítimo de acordo com o pensamento do Infante D. Henrique (1394-1460), para país periférico em termos económicos, a país de fronteira em termos de segurança (Moreira, 2005, pp. 134 e 158).
Falar do europeísmo de Antero e do atlantismo de Mouzinho (Moreira, 2005, p. 118) ou da Opção Europeia e da Vertente Atlântica (Moreira, 2005, pp. 139-159) e da putativa oposição entre ambos parece-nos assunto esgotado quando Robert Kagan diz que “os norte-americanos são de Marte e os europeus são de Vénus” (2003, p. 11; apud Moreira, 2004, p. 10) ou quando Timothy Garton Ash refere as duas faces de Jano (2006, p. 32).
Este antagonismo é das tais falsas ideias claras (Lara, 2004, pp. 67, 599 e 630 e Murteira, 2003, p. 22) que maxime cai pela base quando, por um lado, na senda da II GM tiveram que ser os dos costume a vir resolver o problema da Bósnia apesar de desta vez as mães americanas virem a público dizer que gostam tanto dos filhos como as europeias, e por outro, a interdependência económica ser crescente, fruto de uma globalização e comércio de matriz gâmica (Saldanha, 2005, p. 85), considerando nós, que a luta deve ser travada contra a pobreza e o subdesenvolvimento, cumprindo o calendário e os objectivos traçados para 2015, e que se querem do milénio, (ver Carreira, 2007, pp. 276-306) pela sede da legitimidade mundial, necessitada de reformas é certo, mas onde todos continuam a falar com todos, relembrando Paulo VI quando diz que “o desenvolvimento é o novo nome da paz” (1980, p. 432; João Paulo II, 1988, p. 21).
José Manuel Durão Barroso, que já esteve nos dois lados da paliçada como Chefe de um Governo Transatlântico e agora como Presidente da Comissão Europeia, afirma que não há motivos para oposição, mas para a unidade, que se quer cada vez maior e mais profunda entre as duas margens do atlântico. “Já o disse e repito: Portugal não tem de escolher entre a União Europeia e o vínculo transatlântico” (2003, p. 248).
Resolvida a questão do antagonismo que não deve antagonizar, resta-nos a geografia da identidade, a que nos faz vibrar e pensar na semântica da palavra Portugal, que queríamos independente, mátria vieirina “[s]e a pátria se derivara da Terra, que é a mãe que nos cria, havia de chamar-se mátria” (apud Maltez, 2002, p. 7), do nobre povo e da nação valente e imortal, mas também e por isso, nas nossas vulnerabilidades e potencialidades, no nosso passivo descrito n’O Soldado Prático de Diogo do Couto (1542-1616) e no nosso activo cantado n’Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões (1524-1580) (Moreira, 2004, p. 18) que o Padre da nossa mátria, “nação peregrina em terra alheia”, em que “a única alternativa é amá-la ou renegá-la” (Moreira, 2003, p. 40), continua quando diz:
“Mas ponde os olhos em [Santo] António, vosso pregador, e vereis nele o mais puro exemplar da candura, da sinceridade e da verdade, onde nunca houve dolo, fingimento ou engano. E sabei também que, para haver tudo isto em cada um de nós, bastava antigamente ser português, não era necessário ser santo” (Vieira, 1994, p. 56),
e que nos incita, com a ajuda do espírito dos nossos egrégios avós, à maneira de Péricles (495/492-429 a.C.) (Moreira, 2005, p. 17), porque uma sociedade que não respeita os seus velhos não se respeita a si mesma, a contra os canhões marchar.
PORTUGAL
A questão da identidade portuguesa tão bem descrita por Adriano Moreira no discurso de inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, em 15 de Janeiro de 1994:
“(…) Mas sempre o combatente: que executou a reconquista, que assegurou a independência, que salgou o mar com lágrimas de Portugal, que ancorou na Índia e definiu as fronteiras do Brasil, que cantou o Hino da República com os imperativos de firmar as fronteiras dos territórios de África, que morreu em La Lys para evitar a espoliação colonial pelas grandes potências, que não desertou, nem traiu, que muito legitimamente considera que Os Lusíadas são o seu livro, frequentemente mal com os homens por amor d’El-Rei, e mal com El-Rei por amor dos homens” (2005, p. 18),
representa o culminar de todo um passado de lutas e conquistas com 900 anos de história, que não nos deixa indiferentes, nem com melindre porque como dizia o Padre Silva Rego “Portugal foi mal visto enquanto foi ignorado” (apud Saldanha, 2005, p. 88), nem com o provincianismo daqueles, para quem, por oposição ao que é nacional, tudo o que vem de fora é bom. Não é!
Temos uma herança histórica, verbi gratia no que ao Oriente diz respeito, Afonso de Albuquerque (1462-1515) apodou de “a maior empresa que nunca nenhum príncipe cristão teve nas suas mãos” (apud Saldanha, 2005, pp. 83 e 723), que não envergonha, mesmo os mais pessimistas, os descendentes dos velhos do Restelo e dos que ficaram, diferentes dos que foram, os verdadeiros portugueses, segundo Cecília Benevides de Carvalho Meirelles (1901-1964),
Há portugueses espalhados pelos quatro cantos do mundo fruto do nosso espírito aventureiro, mas não só aventureiros, também atletas, artistas e académicos, podendo-se dizer que, coevamente exportamos qualidade, e que, face ao inventário do nosso desempenho fora de portas, não nos assustamos e tornamos num incentivo a declaração de Winston Leonard Spencer Churchill (1874-1965) nos Comuns, quando assumia o governo do Reino Unido, “não tenho nada para vos propor, para além da dor, sangue, suor e lágrimas”. (apud Moreira, 2005, p. 117).
O que é um facto é que os “ventos da história” de Maurice Harold MacMillan (1894-1986) (Moreira, 2003, p. 21; ver tb. Ferreira, 2006, p. 1073; Maltez, 2002, p. 90; e Nogueira, 2000, p. 353) não sopram sempre no mesmo sentido, fazendo jus ao lema “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe”.
A questão do tempo é determinante, seja ele demorado, acelerado, tríbio, tribulo, dos Outros, de Vésperas, Perdido ou só Espuma, desde que a História a contar seja a do Futuro, “porque a única coisa que verdadeiramente podemos fazer com o tempo é não o perder” (Moreira, 2005, 29).
História do Futuro que não renega o passado, que não o rescreve à medida das conveniências enganosas das necessidades do presente, mas que aprende com os erros e se exalta com os acertos, porque como dizia o Padre António Vieira “(…) todos na tinta de escrever misturam as cores do seu afecto” (apud Moreira, 2005, p. 22), sabendo que na História das Guerras do Peloponeso de Tucidides (460/455-400? a.C.), na Odisseia e na Ilíada de Homero estão muitas das respostas a algumas questões, que alguns, no presente, julgam inéditas.
Então o que nos falta? Talvez a Bandeira e o Hino, a Cruz de Cristo e as Quinas tenham que voltar a ser desfraldadas com orgulho, como, paradoxalmente ou não, um brasileiro conseguiu com a nossa bandeira.
Talvez um pouco de “presunção e água benta”, talvez o tal projecto subordinado a uma teoria de valores, aglutinador, objectivo, pragmático, mas também mítico e carismático (Moreira, 2003, pp. 51-53 e 2005, p. 116), “salvaguardando a leitura do tempo tríbulo, abrindo o caminho para o regresso dos homens à autenticidade” (Moreira, 2005, p. 24), que junte o “pragmatismo da Aventura e o realismo do Sonho” (Maltez, 2002, p. 341), o tal Conceito Estratégico Nacional em que insiste Adriano Moreira (2008, p. 431), porque “o valor a todos superior se chama Portugal” (Moreira, 2003, p. 150).
CONCLUSÕES
Há que visitar o Passado, ter consciência do Presente e olhar o Futuro com “[o] pessimismo do intelecto, [mas com o] optimismo da vontade”, palavras usadas por Antonio Gramsci (1891-1937), mas cunhadas por Romain Rolland (1866-1944) (apud Ash, 2006, p. 319), sempre cientes da fábula do “velho do rapaz e do burro” de molde a refundar Portugal no seu espaço natural e de identidade no Atlântico Sul, Oceano Moreno (Moreira, 2004, p. 47 e pp. 311-314) ou Mar Lusotropical.
Mais importante do que os parceiros que nos são impostos, mais importante do que as escolhas e os antagonismos, qual drama de Antígona, é o desenvolvimento das capacidades que nos permitam evitar a imposição exógena das decisões dos outros em função da nossa condição de subalternidade, sendo imperativo exponenciar as nossas potencialidades individualmente e em sinergia com os povos “sangue do nosso sangue”, com a área em que já esteve a nossa Bandeira, área lusíada do globo, explorando o Poder Cultural que os amarrou à maneira portuguesa de estar no mundo (Moreira, 1981, p. 51; ver tb. Santos, 1990, pp. 177-178) de molde a poder dizer-se:
À nossa maneira!
Não é Passado, é Presente e Futuro porque ao contrário do que muitos querem fazer passar, há Valores Universais, “posição assumida por autores como Samuel Pufendorf (1632-1694), que defenderam a existência de uma ordem superior ao direito estabelecido, marcada por princípios válidos para todos os lugares e todos os tempos” (Maltez, 2002, p. 243), que nos fazem caminhar para a unidade do género humano no sentido de uma Pátria Planetária, ponto ómega terrestre da nossa existência, na senda do Padre Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955) (Moreira, 2005, p. 27; 2003, p. 148 e 1999, pp. 31, 128 e 264), tão certo como os rios correrem para o mar…
Tal como o Verbo que é o princípio de todas as coisas (Jo 1,1-14), quando a poeira assentar são estas insurgências e ressurgências que hão-de voltar, tendo presente como dizia Fernando Pessoa na Mensagem de orgulho e esperança que nos deixou:
“Senhor, falta cumprir-se Portugal!” (Pessoa, 2000, p. 49).
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A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
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