A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Razões profundas das crises democráticas - II

Já vimos que a falta de transitividade da escolha “coletiva” faz com que faça inglório qualquer sistema de eleição para mais do que duas alternativas. Vimos também que é muito natural que independentemente da alternativa que um sistema eleitoral eleja, haja outra alternativa com uma maioria absoluta a favor dela, quando comparada com a eleita.

Provavelmente o leitor esteja a pensar nas virtudes do bipartidarismo ou do parlamentarismo para contornar esta situação. No entanto as coisas não são tão simples, pois vamos cair no mesmo problema mais tarde ou mais cedo, em maior ou menor grau.

Sempre encontramos sérios problemas, se não apostarmos no diálogo e na cedência. A manifestação da ideia do nosso pensamento, por si só, é impotente para a eleição. Só diálogo, a diplomacia e a vontade na confluência podem chegar a uma acordo pacífico sobre uma escolha. Por outras palavras, na grande maioria dos casos, se cada um escrevesse a ordem de preferência de uma escolha entre alternativas num papel, e se fossem colocados os dados num computador, era impossível determinar pacificamente um programa que elegesse, sem objeções, a alternativa mais de acordo com a vontade das pessoas. Para haver escolha tem de haver dialética, cedência, confluência e não estático individualismo.

Devemos ter em atenção de que isto não se aplica só a eleições nacionais, mas também a simples escolhas a serem efetuadas por um conselho, uma assembleia, etc. Quantos de nós, não ficamos já frustrados, por ter participado em reuniões ou assembleias onde parece que o presidente ou a mesa manipula o andamento das conversações e eleições? E quando só parece que se vota como se há de votar? E quando se adia a reunião no momento em que parecia que tudo estava inclinado para a nossa alternativa ser escolhida? Por vezes isto pode ser efeito de real manipulação, mas muitas vezes é pura manifestação da não transitividade da escolha ‘coletiva’. E é bom que saibamos disso para não nos sentirmos frustrados ou injustiçados.

Para justificar processos eleitorais, muitos afirmam que a democracia não é perfeita, mas que é o melhor sistema que se conhece, e que por isso inerentemente os sistemas eleitorais não têm de ser perfeitos, têm de ser regras de um jogo transparente e igual para todos. No entanto as coisas não são tão simples. Há sistemas que acabam por ser admitidos como mais perfeitos, mas nem sempre viáveis em todas as circunstâncias. Por que é que a eleição da cidade dos jogos olímpicos não é feita à maneira do presidente da república, como se faz na maior parte dos países? Bem, a resposta é simples, quando estão grandes interesses em jogo, num eleitorado de pessoas inteligentes e restrito, ninguém ficaria satisfeito com um processo desse gênero, que todos veriam altamente arbitrário e falível. Isto para não falar de eleições do tipo papal, por exemplo. Se repararem, todos os sistemas tidos como mais perfeitos exigem mais tempo, mais negociação, mais evolução individual. Este é o segredo de fato da democracia.
Bem no próximo artigo vamos ver como isto tem muito ver comas as discussões que costumamos ver por aí acerca da república, monarquia, presidencialismo, parlamentarismo, bipartidarismo, partidocracia, etc.

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