Um dia perguntei-me, porque querem os Mestres que eu fique sozinho? E nenhuma resposta chegou, por isso eu sentei-me e escrevi para não enlouquecer.
Estou farto e aborrecido. A minha única companhia é um gato farto e aborrecido. Uma casa que arrumei uma e outra vez e em poucas horas está um caos, porque é como me sinto: não há como evitar.
A TV religiosamente desligada.
A Internet flutuando nos seus gritos de revolta e lá fora gritam golo, e uma onda de ferrugem de festejos em massa ressoa com o eco vil de milhares de TV’s sintonizadas na mesma ausência e tudo se dissipa no silêncio, fica o som da minha caneta a martelar palavras sem sentido. Que irás tu pensar quando me leres? Pergunto-me, serás tu percorrida pelo mesmo desgosto que me infecta?
Trarei eu à tua visão a nuvem poluída da realidade?
E quererás tu como eu rasgá-la louca num segundo, destituí-la de todas as suas estranhas comodidades, expô-la abruptamente ao seu ridículo canceroso, incitar uma revolução dentro de ti mesma e desistir de uma vez desta farsa? Cada um de nós, confiantes que o plano divino há-de estar lá, onde nós não estamos.
E essa crença leva-nos pela mão através da insatisfação intervalada com as distracções desesperantes dos nossos conflitos amorosos, dividas financeiras, discussões fúteis e passageiras, opiniões e tomadas de posição virtuais, jogadas de poder e “auto-realização”. Quem somos nós para condenar o homem por detrás da cortina… não é ele um mero reflexo do nosso cancro?
Estou farto e aborrecido. A minha única companhia é um gato farto e aborrecido. Uma casa que arrumei uma e outra vez e em poucas horas está um caos, porque é como me sinto: não há como evitar.
A TV religiosamente desligada.
A Internet flutuando nos seus gritos de revolta e lá fora gritam golo, e uma onda de ferrugem de festejos em massa ressoa com o eco vil de milhares de TV’s sintonizadas na mesma ausência e tudo se dissipa no silêncio, fica o som da minha caneta a martelar palavras sem sentido. Que irás tu pensar quando me leres? Pergunto-me, serás tu percorrida pelo mesmo desgosto que me infecta?
Trarei eu à tua visão a nuvem poluída da realidade?
E quererás tu como eu rasgá-la louca num segundo, destituí-la de todas as suas estranhas comodidades, expô-la abruptamente ao seu ridículo canceroso, incitar uma revolução dentro de ti mesma e desistir de uma vez desta farsa? Cada um de nós, confiantes que o plano divino há-de estar lá, onde nós não estamos.
E essa crença leva-nos pela mão através da insatisfação intervalada com as distracções desesperantes dos nossos conflitos amorosos, dividas financeiras, discussões fúteis e passageiras, opiniões e tomadas de posição virtuais, jogadas de poder e “auto-realização”. Quem somos nós para condenar o homem por detrás da cortina… não é ele um mero reflexo do nosso cancro?
From the Fire, Fields of the Nephilim
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