A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

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Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

TEXTO DE ANTÓNIO TELMO PARA O 4º NÚMERO DA NOVA ÁGUIA...

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O passeio que ficou por contar

O Duplo Passeio é o livro de Teixeira de Pascoaes mais apreciado pelos surrealistas, por lhes parecer que, nele, é celebrado o satanismo, onde vêem, como tantos outros (Baudelaire, por exemplo) o mais eficaz refúgio contra a Tirania do Céu.
Todavia, aquilo que Teixeira de Pascoaes terá pretendido com o Duplo Passeio foi mostrar que o mundo do sonho é tanto aquele em que, dormindo, vemos tudo em fantasia, como aquele (este em que escrevo) em que julgamos estar acordados, e que os dois são o inverso um do outro, são as duas faces do mesmo, porquanto há ainda um outro mundo que é onde estes dois vão buscar uma luz emprestada, que é, enfim, aquele mundo verdadeiramente real “cujo segredo só a Deus pertence”.
E graças a Deus que Deus se esconde e transcendentaliza; todos sabemos o que aconteceu quando manifestou o que de humano poderá haver na sua essência.
Até a natureza, como viu Heraclito, gosta de esconder-se. Há um terceiro mundo por sobre o nosso mundo grosseiro e por sobre o mundo imaginal que o satanismo não alcança, até porque o ignora.
Não fui bem aconselhado pelo meu anjo quando, na Arte Poética, meu primeiro livro, julguei, num falso clarão do meu espírito, que as “descidas aos infernos” das várias narrativas poéticas superiores (Homero, Virgílio, Dante, Camões) seriam assim como uma descida ao subconsciente, tal como vem descrita pela psicanálise. Hoje vejo quanto me deixei iludir então, como se o psicanalista e o neurótico tivessem alguma coisa que ver com o mestre e o discípulo, o guia e o neófito, este herói d’A Divina Comédia, herói da Odisseia, ou da Eneida ou d’Os Lusíadas. É impossível qualquer comparação com as infelizes vítimas dos distúrbios mentais.
Todavia, os surrealistas não pensam assim. Acham que, dividindo-se eles, surrealistas, naqueles que não se deixaram ficar nos infernos por onde andaram, regressando dali lúcidos a ver as estrelas, e naqueles que se sujaram até à abjecção e aí definitivamente permaneceram, só os primeiros devem ser identificados com os poetas e filósofos portugueses da linha iniciada por Sampaio Bruno e Guerra Junqueiro.
Teixeira de Pascoaes terá sido descoberto simultaneamente por Marinho, filósofo da filosofia portuguesa, e pelo discípulo de André Breton, Mário Cesariny de Vasconcelos. Este não é um abjeccionista, dizem eles, emergiu das latrinas por onde deambulou largos anos, não ficando por lá como os seus camaradas que se comprazem no abjeccionismo.
Confirmando tudo quanto atrás foi dito na interpretação do Duplo Passeio, só resta referir um dos últimos parágrafos deste livro: “Acordei de um sonho e entrei noutro sonho. É muito difícil ser vigilante” (estar acordado). A terceira, superior parte do livro ficou por escrever. Deve ser procurada, por exemplo, no Maranos ou no Regresso ao Paraíso. Conforme tem sido ensinado ao povo culto português pelos noveis filósofos Pedro Sinde e Pedro Martins [i].

[i] Em livros como A Montanha Mística ou O Anjo e a Sombra, respectivamente.

6 comentários:

Renato Epifânio disse...

Se acha que é um texto demasiado curto, leia outra vez. Verá que é bem longo...

Casimiro Ceivães disse...

Uma sho(r)t story...

Oestrímnia disse...

Mais um guruzinho a fabricar discípulos e a reproduzir a sua linhagem de fantasia...

Renato Epifânio disse...

A ignorância é, de facto, atrevida...

Oestrímnia disse...

Ignorância e atrevimento são os juízos que este senhor faz, para promover o seu minúsculo galinheiro.

Renato Epifânio disse...

A ignorância e a má-educação...