The Lady of Shalott, J. W. Waterhouse, 1888
Em recolhido agradecimento a Lord of Erewhon, pela sublime invocação à Senhora de Shalott que nos deu AQUI.
Vinte mundos a arder: estranho fardo
depositou o abismo em meu regaço.
Inteiro nos meus olhos todo o aço
- nas minhas mãos de neve a rosa e o cardo.
Não há outro hoje que este que em mim faço,
mas eu não abandono e nunca tardo.
No silêncio das águas guardo e aguardo.
Ao longe o dia escorre o seu cansaço.
Fez-se barca o meu trono antigo e forte,
fez-se caixão a barca - e não há morte
senão a que dou ao mundo, e ao corpo, e à luz...
Panos bordados de oiro e pedraria,
ribeira negra de núpcias; e é tão fria
a mão do anjo que a barca conduz.
[Antes publicado no meu blog]
1 comentário:
Muito obrigado, Casimiro.
Um estreito abraço!
P. S. Depois respondo aos mails.
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