A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 6 de setembro de 2008

Para um patriotismo trans-patriótico e universalista. Sete considerações para uma refundação do MIL


1. A milenar tradição da introspecção meditativa e os progressos contemporâneos da microfísica e das neurociências (que hoje se juntam numa convergência histórica, como nas experiências realizadas no MIT, em Massachusetts, e nos encontros Mind and Life, o último dos quais de 6 a 12 de Junho deste ano, em Nova Iorque) parecem indicar não ser possível encontrar, quer na constituição da chamada matéria, quer na da chamada mente, ou seja, nisso cujo conjunto designamos por realidade, uma mínima entidade que exista em si e por si e que permaneça idêntica a si mesma, ou seja, que tenha características próprias. Todas as dimensões da chamada realidade parecem obedecer assim a duas leis fundamentais, a de interdependência e a de impermanência, que se resumem na sua ausência de características ou qualidades intrínsecas. Como se pode constatar na mínima experiência perceptiva e como a observação científica confirma, sujeito e objecto constituem-se mutuamente e interagem num dinamismo e numa metamorfose constantes, como meros fenómenos recíprocos, sem essência própria. O conceito de identidade parece ser assim uma abstracção desadequada para expressar o real, sem outro fundamento senão o de ser uma ficção convencional e funcional, que serve o reproduzir de uma tradição fortemente entranhada nos hábitos culturais, psicológicos e sociais do senso comum humano.

2. O conceito de identidade nasce, como o seu correlato, o de alteridade, de uma experiência ingénua e irreflectida, na qual, devido a hábitos inconscientes, o sujeito se crê distinto do objecto, o eu do não-eu, o mesmo do outro, o idêntico do diferente, ao mesmo tempo que esses termos da experiência se crêem reais e existentes em si e por si, com características e qualidades próprias, positivas, negativas ou neutras, que nunca são mais do que projecção da percepção inconscientemente condicionada. Este estado, que se pode chamar de ignorância dualista, origina três tendências da experiência mental-emocional na relação sujeito-objecto: 1 – o fascínio e o desejo-apego, caso o objecto seja percepcionado como atraente e positivo; 2 – o medo e a aversão, caso o objecto seja percepcionado como repulsivo e negativo; 3 – a indiferença, caso o objecto seja percepcionado como neutro. Qualquer destas experiências resulta em conflito e sofrimento, primeiro interno e depois externo, indissociável de uma extrema vulnerabilidade perante todas as vicissitudes da vida, pois a mente dominada pelo apego e pela aversão não pode assegurar de modo algum a posse do que deseja nem a exclusão do que rejeita, devido à lei da impermanência e metamorfose constantes de tudo, sujeitando-se assim constantemente à carência do que deseja ou ao medo de o perder, bem como à ameaça do que rejeita ou ao medo de o não evitar. Por outro lado, a indiferença é uma falsa alternativa, que apenas gera a experiência de solidão, de entorpecimento mental e de despotenciamento vital.
Da ignorância dualista e da combinação das três tendências referidas resultam as pulsões emocionais inerentes a todos os actos e omissões, mentais, verbais e físicos, que as tradições ético-espirituais, teístas ou não-teístas, religiosas ou laicas, designam como actos negativos, faltas, pecados ou toxinas mentais, como hoje alguns preferem: desejo possessivo, ódio e cólera, inveja e ciúme, orgulho e arrogância, avidez e avareza, torpor mental e tristeza, entre muitas outras. Em qualquer dos casos, antes de lesarem os outros, estas pulsões lesam a mente do próprio sujeito a partir do primeiro instante em que nela surgem, distorcendo a percepção da realidade, gerando ignorância, insensibilidade e tormento interior. Por isso são objectivamente negativas, independentemente de qualquer doutrina moral ou revelação religiosa.

3. Um olhar desapaixonado e realista sobre o processo e a história da civilização humana, desde os seus primórdios até hoje, não pode deixar de constatar que tudo – a organização social, a ciência, a técnica, a política, a economia, a cultura, a educação e a religião - tem sido predominantemente movido pela ignorância dualista, o apego, a aversão e a indiferença, bem como por todas as suas combinações possíveis, com o resultado evidente, em termos gerais, de a humanidade até hoje sempre ter obtido precisamente o que mais rejeita, o sofrimento, e sempre haver falhado o que mais deseja, a felicidade: prova evidente de que o desejo-apego e a aversão resultam precisamente no contrário do que buscam. As únicas excepções a esta monumental ilusão e fracasso colectivo, habitualmente camuflado com os nomes de “progresso”, “evolução”, etc., são os seres que despertam e se libertam da ignorância dualista e das suas consequências mentais e emocionais: aqueles que nas várias tradições se designam como sábios, santos, etc., e que se consideram mestres espirituais quando à libertação individual acrescentam o amor e a compaixão de continuarem a agir para disso libertarem os outros.

4. Aplicada à questão das sociedades, das culturas, das nações e das pátrias, esta visão constata que nenhuma delas existe em si e por si, com uma identidade e características irredutivelmente próprias. Todas, pelo contrário, apesar de apresentarem singularidades em devir, nascem, vivem e morrem ou metamorfoseiam-se de acordo com as leis fundamentais de interdependência e impermanência que abrangem todas as dimensões do real. Com efeito, quem pode, por exemplo, pensar o que é Portugal separando a sua história e cultura das de todos (ou quase) os povos europeus, africanos, sul-americanos e orientais ? O conceito de identidade nacional é pois, tal como o de identidade pessoal - e sobretudo se pensado de forma essencialista ou substancialista - , uma mera abstracção que em última instância apenas funciona na lógica da ignorância dualista que predomina na mente humana.

5. Tal como acontece quando se extrema a bipolarização eu-outro, o extremar da suposta identidade cultural ou nacional como uma essência única, permanente e independente das demais, leva ao nacionalismo ou patriotismo que potenciam essa ignorância dualista e esses complexos de apego ao que parece ser próprio e de indiferença ou aversão ao que parece ser alheio que já vimos serem as causas fundamentais de insensibilidade, sofrimento e conflito para quem por elas se deixa dominar e para os demais. O nacionalismo ou patriotismo, levando a amar a sua cultura, nação ou pátria acima das demais, é pois injustificável e condenável em termos sapienciais e éticos, sendo incompatível com qualquer projecto de emancipação da consciência e de serviço do bem comum a todos os homens e a todos os seres.

6. Há todavia a possibilidade de se conceber e praticar uma outra forma, não de nacionalismo, mas de patriotismo, o patriotismo trans-patriótico e universalista, que apenas preze, cultive e promova, numa determinada tradição cultural e numa determinada pátria, aquilo que nela houver de melhor, ou seja, de aspiração ao bem comum universal, não só dos homens, mas de todos os seres. O patriotismo trans-patriótico e universalista é o que em última instância aspira a orientar as energias de uma dada nação para que progressivamente se superem todas as fronteiras e barreiras, primeiro mentais e afectivas, e depois institucionais e territoriais, entre todos os povos e culturas, de modo a que a comunidade humana possa expressar o mais possível a estrutura e as leis fundamentais da própria realidade: ausência de id-entidades com características intrínsecas, interdependência, impermanência. O patriotismo trans-patriótico e universalista é o que aspira a romper o círculo vicioso e infernal em que tem decorrido e decorre a história da civilização humana e a devolver humanidade e mundo ao Paraíso que em si intimamente encobrem. O patriotismo trans-patriótico e universalista é o único que está de acordo com a milenar tradição sapiencial da humanidade e com a ciência contemporânea, convergindo para a verdadeira evolução que é a da consciência e para o verdadeiro progresso que é o espiritual, entendendo por tal o despertar da dualidade que permita ver e sentir o outro como a si mesmo e assim visar a emancipação mental, cultural, social, política e económica de todos os homens e o respeito por todas as formas de vida.

7. Este patriotismo trans-patriótico e universalista é o que encontro no melhor da ideia de Portugal e da comunidade lusófona que – depurada do lastro de muitos condicionantes - interpreto em Luís de Camões, Padre António Vieira, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva, para apenas referir os mais destacados. Foi ele, embora ainda informulado e sem a fundamentação aqui apresentada, que inspirou o Manifesto da Nova Águia e a Declaração de Princípios e Objectivos do MIL – Movimento Internacional Lusófono - , cujos textos iniciais redigi e dos quais oitenta por cento ou mais permaneceu nas versões finais. É apenas à luz do patriotismo trans-patriótico e universalista, como projecto fundamentalmente ético-espiritual e só a partir daí cultural, cívico e social, que considero fazer sentido a existência do MIL. Por isso, aliás, propus e foi aceite que as reuniões da Comissão Coordenadora do MIL começassem com alguns minutos de silêncio meditativo, em que cada um se comprometesse consigo ou com o que considerasse mais sagrado a não ter outro objectivo senão o bem comum de todos os seres. Não acredito, aliás, noutra possibilidade de transformação do mundo – a nível cultural, social ou político - que não se enraíze primeiro numa profunda transformação da mente que percepciona o mundo. A grande revolução futura e já presente, em todo o planeta, é a união inseparável da meditação e de todas as esferas da actividade humana, incluindo a económica e a política. Quando digo meditação refiro-me ao simples treino da mente para ver as coisas como são, para além da dualidade, do apego e da aversão, para além do medo e da expectativa, para além do passado e do futuro, no aqui e agora presente. Nada de místico, esotérico ou exótico e que não vem do Oriente porque a mais profunda cultura ocidental, clássica ou cristã, sempre o conheceu. É a redescoberta disso, mais do que qualquer ideologia laica ou religiosa, a grande novidade que cresce hoje como bola de neve em todo o mundo.
Digo e publico isto, no momento em que se prepara uma refundação do MIL, porque tenho hoje fortes suspeitas de que muitos ou a maior parte dos que aderiram a este movimento e nele têm responsabilidades não tenham percebido toda a dimensão do que nele é proposto. A começar por mim próprio.

38 comentários:

Klatuu o embuçado disse...

Onde é que se encontra o desígnio de uma «refundação do MIL»?? Que eu tenha entendido parece-me que há uma forte vontade de alguns MILitantes com maior responsabilidade em encontrar uma Comissão Coordenadora mais activa e funcional. Estou engripado e sem grande cabeça para coisas fundas... e também decerto será o caso de que muito se passa que desconheço - e pouco tenho vindo ao blogue, excepto por serviço. Mas só leio por aqui exageros e o tornar público muita coisa que a ninguém aproveita e só nos diminui.

Nunca coloquei a tua liderança em causa, mesmo se não concordo contigo em tudo. Cada vez noto mais a expressão de muita coisa que me desagrada profundamente. E isso chateia-me, sou um gajo frontal, não tenho jeito para corredores palacianos, conversas a meia voz e indirectas. Estou farto de dar no duro por isto, até em sacrifício da minha vida pessoal, não admito a sacana nenhum que ponha em causa a minha lealdade e boa vontade e ultimamente - e só há duas hipóteses: ou estou a ficar paranóico ou a ter a intuição certa - só leio aqui pelos comentários insinuações e piscar de olhos remelosos!
Eu existo - e se há por aqui gente que tem algo para me dizer... há sempre a possibilidade de um encontro - e levarem com a minha má disposição ao vivo.

Abraço!

Anabela.R disse...

Uma refundação do MIL é algo muito diferente do que aqui tenho visto ser proposto, além de que, na minha opinião, talvez este não seja o lugar para o senhor estar a fazer muitas destas afirmações, dado que em nada aproveitam ao MIL.

Um abraço

Klatuu o embuçado disse...

P. S. Nunca ninguém me leu neste blogue a perorar acerca das minhas convicções religiosas, tão legítimas e nobres como quaisquer outras, e que sei defender melhor que muitos - não sou nenhum neófito apatetado. Mas ultimamente só noto que há aqui um lobby religioso, um «empurrar», um quase «apelo à conversão». Ou há moral ou comem todos. Não estou nada interessado (enquanto membro do MIL, entenda-se) na religião de cada um, no que cada um come (que parvoíces são estas de entrecostos, vegetais e mais não sei o quê??), etc - não aderi a um templo nem a uma confraria de gastrónomos!

Paulo Borges disse...

Caro Klatuu, não fazes um comentário ao que publiquei e o que dizes é fruto da tua percepção subjectiva. Podes ter a certeza que não há intrigas palacianas e isto parte apenas da minha vontade de esclarecer publicamente, enquanto seu principal responsável, a visão que tenho do MIL e o sentido daquilo a que as pessoas estão a aderir.
Se alguma coisa te desagrada no blogue, o problema é teu, mas arrisco dizer que, além da paranóia de veres em tudo ataques pessoais, só te sentes desagradado porque desde há algum tempo te sentes dono deste espaço, invocando o que tens feito por ele. Decerto tens trazido muita gente, e de qualidade, mas também tens afastado muita e impedido outra de entrar, devido aos teus comentários insultuosos, ao patrioteirismo de viva isto/morra aquilo e à omnipresença de um carrasco de machado na mão no blogue de um movimento que visa promover a Lusofonia e o bem universal... Em nome da verdade e da sinceridade, repito o que já te disse várias vezes e em pessoa, com a frontalidade que é a minha. Se não o fiz mais cedo é porque não tenho tido tempo para frequentar diariamente o blogue, como tu. Agora, ao ver o que por aqui anda, e embora tenha melhorado muito, também há muito que me desagrada e que não honra o MIL, nomeadamente a exaltação de Portugal acima de todas as coisas e a ideia de que somos os melhores em tudo, idolatria com a qual não alinho absolutamente e que só afasta gente séria!

Espero que este comentário não afaste as pessoas do essencial, que é o que se discute no post, e não venha o habitual coro de prós e contras. Desde já advirto: não me interessa em absoluto que estejam a favor ou contra mim ou que concordem ou discordem do que digo. A única coisa que me interessa é que leiam e pensem sobre o que é ou gostariam que fosse o MIL.

Abraços

Clarissa disse...

Sr Paulo Borges, o Klatuu não está sozinho, ele tem feito mais por este movimento e pelo Blogue do que aquilo que o senhor está a querer admitir e talvez seja isso mesmo que o está a incomodar.

Anónimo disse...

Caros integrantes do MIL,

As questões que o Paulo Borges levanta merecem toda a nossa atenção e consideração. Convinha que tentássemos fazer um debate pautado pela franqueza, mas sem perder a serenidade.

Há que se ter bem claro que o princípio que anima este post do Paulo Borges é promover uma reflexão conjunta sobre o que tem sido este movimento cívico e cultural. Algo que me parece salutar em todos os sentidos.

Será que não o conseguiremos fazer de maneira desapaixonada e respeitosa?

Klatuu o embuçado disse...

P. P. S. E já agora, que o antibiótico está de feição.

Ofereci-me a uma tarefa que me considerei melhor qualificado, e a Direcção concordou. Por causa disso levo aqui diariamente (diariamente, repito) com toda a sorte de patetas, vaidosos, idiotas políticos, complicados sexuais, poetas borra-botas e sei lá mais o quê - para não falar continuamente da má vontade e má-fé contra a minha pessoa, de quem nem me conhece mas se excita com um manequim com um machado. Gente que canta loas ao desapego e à humildade, mas depois vai moer o Renato por mail porque eu mudei uma cor, uma etiqueta, um negrito, etc, pela única razão que eram seus! E tudo no exclusivo intuito de dar nas vistas e nos ouvidos e num total desprezo pelas etiquetas já existentes e a harmonia gráfica deste espaço!

O lucro que terei disto será dois balões de sabão, não tenho nem nunca tive ambições políticas, passei a minha vida a recusar pertencer a grupos, passei as últimas duas décadas dentro de um saco voluntário - simplesmente não sou surdo a certos chamamentos e jamais fujo à Pátria, nem admito a ninguém que se pronuncie sobre o meu patriotismo; não é ideologia, é Sacrifício e Ser!

Klatuu o embuçado disse...

Paulo, não centres tudo em ti - nem 5% do que escrevi te é dirigido; mas considero-o verdadeiro, é a minha verdade pessoal, e isso basta-me. Nem pode haver outra ética: a não ser o que sou, os reais motivos pelos quais faço o que faço e aquilo em que acredito.

E não é preciso viajares... para perceberes que terei razão em muito - mas isso é o mais irrelevante; o que não é... é saberes que isto é quem sou!

Klatuu o embuçado disse...

... E já te disse que deveríamos falar pessoalmente os dois, porque se há aqui gajo que sempre se esteve a cagar para protagonismos políticos, literários ou outros: sou eu!

Klatuu o embuçado disse...

... E desaconselho vivamente tiradas de terceiros ao que aqui escrevi: estou a conversar com um amigo.

Klatuu o embuçado disse...

«Agora, ao ver o que por aqui anda, e embora tenha melhorado muito, também há muito que me desagrada e que não honra o MIL, nomeadamente a exaltação de Portugal acima de todas as coisas e a ideia de que somos os melhores em tudo, idolatria com a qual não alinho absolutamente e que só afasta gente séria!»

Isto não se me aplica, em nada e em absoluto - realmente não lês o blogue... Mas aplica-se a muita gente! E ninguém aqui é mais «sério» do que eu; tanto, é sempre possível.

Klatuu o embuçado disse...

... Quanto ao «dono» - olha, isso é «percepção subjectiva» tua, bem tua. Porque a minha principal preocupação neste espaço tem sido promover outros e dar-lhes uma oportunidade, principalmente aos que os diversos poderios e vaidades do mundo calam a voz. A segunda tem sido defender esta Casa.

Klatuu o embuçado disse...

... E mais - agora ouves tudo -, se não fosse a insistência do Renato nem nada da minha autoria apareceria publicado no 2º número da Revista Nova Águia, mas estamos sempre a tempo de rever isso!

Klatuu o embuçado disse...

Terei que me converter ao Budismo?? Se há aqui intolerância, não é minha! Se há aqui preconceitos, não são meus! E se há aqui gente politicamente passadista, não sou eu; de cegueta político nada tenho ou alguma vez tive, e todos os meus combates políticos neste espaço - fosse com que heterónimo - sempre foram contra a intolerância, a opressão, a injustiça, a estupidez, o racismo, o patriotismo serôdio, o neo-colonialismo e as «cassettes falantes».

Klatuu o embuçado disse...

Desde quando: «Viva Portugal!» - passou a ser ofensa e vergonha?????

«Viva o Rei!» - há muito percebi que sim, ainda nem sequer colaborava neste blogue e apenas comentava, já levava com republicanismo alarve, preconceituoso e classista!

Nem peço desculpa por nunca gritar:

«Viva o entrecosto!»
«Viva a couve-de-bruxelas!»

Paulo Borges disse...

Klatuu, será possível concentrares a tua inteligência e energia no texto que publiquei, se assim o quiseres, em vez de deixares a tua mente entregue a todos os devaneios e suposições fictícias, sempre em torno da tua pessoa!?... Já estou arrependido de te ter respondido no comentário. Discutamos ideias e não pessoas, pelo menos por agora. Discutamos se queremos ou não contribuir, e de que modo, para um Portugal, uma comunidade lusófona e um mundo melhores. Que raio, quem somos nós, estes duzentos ou trezentos bloguistas que por aqui andam, ou os setecentos aderentes do MIL!?... Portugal tem onze milhões de habitantes, há 243 milhões de lusófonos e 6,6 mil milhões de seres humanos!... Quem somos nós!? "Nonada", como começa o genial romance do João Guimarães Rosa, "Grande Sertão: Veredas"... Uma ninharia!... Mas que se pode tornar preciosa, se colocar como seu objectivo fazer algo de bom para o mundo, não só para os amigos, os portugueses e os lusófonos, embora começando naturalmente por esses e por nós mesmos!... Discuta-se o texto, discuta-se o que queremos fazer do MIL, por favor!

Anónimo disse...

De facto, quem é o professor Paulo Borges para querer "refundar o MIL" à revelia de todos aqueles que já aderiram? E o que se faz às pessoas que aderiram entretanto? Se afundam!?

Ana Beatriz Frusca disse...

Sr. Paulo Borges:
Subscrevo a Clarissa integralmente. Todos nós que o conhecemos somos testemunhas de que ele está sacrificando inclusive aos dois blogues dele. Quem pediu? Ninguém, entretanto ele o faz por acreditar no projeto e é visível a qualidade do blogue em face de sua dedicação, tanto no que se refere q quem escreve como também em formatação de textos.

Klatuu o embuçado disse...

Quando quiseres falar comigo, olhos nos olhos e não de cima para baixo - e comigo, não é com um boneco com um machado - estou disponível.

Anónimo disse...

«Por isso, aliás, propus e foi aceite que as reuniões da Comissão Coordenadora do MIL começassem com alguns minutos de silêncio meditativo»
Mas o MIL é alguma Igreja?????

Ana Beatriz Frusca disse...

ERRATA:.. tanto no que se refere a quem escreve como também em formatação de textos.

Anónimo disse...

Paulo Borges, estás a gastar o latim com quem não tem a mínima doisponibilidade para tentar sequer compreender a tua perspectiva... Nem os que julgam que aderiram percebem ao que aderiram... Não conseguem discutir ideias... Isto está minado... É terra estéril... É melhor ires pregar aos peixes!

Anónimo disse...

De facto, isto é tudo gente idiota que nem sequer percebeu ao que aderiu. Só o Paulo Borges para trazer a luz

Klatuu o embuçado disse...

Vou dedicar-me a algo mais útil: lanchar! - não tenho pachorra para «anonimatos».

Anabela.R disse...

Sr Paulo Borges, parece-me que alguém que ajudou a escrever a Declaração de Princípios e Objectivos do MIL está agora de ânimo leve a querer reformular princípios a que as pessoas aderiram. Este movimento cresceu, tem vida e querer ignorar isso é ignorar 700 membros.
O senhor fala em «silêncio meditativo» e quer que o levem a sério?!
É que, concordando mais ou menos, antes deste post havia propostas sérias e práticas. O Klatuu, o Renato,o Casimiro, o Clavis, todos eles fizeram reflexões imprescindíveis para o MIL, e ao senhor ouço-o falar repetidamente em «introspecção meditativa», «silêncio meditativo»! Será esta a conversa que vai apresentar aos órgãos de comunicação aquando de uma intervenção do MIL?!
Estou inteiramente de acordo com a proposta do Renato:«todas as alterações a essa “Declaração” só possam ser aceites desde que aprovadas favoravelmente por dois terços dos votos expressos em Assembleia Geral »

Anónimo disse...

Paulo, acabei agora de ler o precioso texto com que nos presenteaste. Faz absoluto sentido cada linha que estes olhos viram. Fico feliz por não me ter enganado quando aderi ao MIL e quando aceitei integrar a Comissão Coordenadora. É, sem dúvida, a este MIL que eu pertenço.

Renato Epifânio disse...

Pela minha parte, não tenho nenhuma objecção de fundo a fazer ao texto do Paulo. Apenas acho o termo "refundação do MIL" excessivo e até equívoco - como se pode ver aliás por algumas reacções que aqui apareceram... Há quem se sinta ludibriado, no sentido que aderiu a um movimento que agora está a ser "refundado" à sua revelia. Daí a meu ver a necessidade cada vez maior de uma Assembleia Geral: nada pode ser feito à revelia das pessoas que entretanto ao MIL aderiram...

Abraço MIL

Paulo Borges disse...

Cara Anabela, a refundação de que falo é a refundação do MIL naquilo que já é e que está implícito na sua Declaração de Princípios e Objectivos. Se falo de refundação é porque não me parece que haja uma plena compreensão do que nela está implícito e até explícito, que é a proposta de colocar Portugal e a Lusofonia ao serviço do bem comum e universal e de não nos fecharmos na retórica patrioteira.
Se não leva a sério o silêncio meditativo, lamento por si, mas se falo disso é porque supus que falava para pessoas informadas e sensíveis... Não se preocupe, contudo, que tenho já alguma experiência e sei o que dizer aos media em função das situações e dos contextos, mas acredite que sou mais solicitado por eles, a começar pela TV, para falar do silêncio meditativo do que da pátria ou do MIL. Pelos vistos há mais interessados no conhecimento da própria mente do que naquilo que ela inventa, por mais interessante que seja: o que é um óptimo sinal.
Se quiser aproveitar, observe agora a sua própria mente: aquilo que você, o Klatuu e muitos outros estão neste momento a sentir, ao lerem tudo isto, chama-se aversão e está descrito no texto que publiquei como uma das causas do sofrimento humano. O que proponho é que o MIL utilize as energias da nossa cultura portuguesa e lusófona para reduzir isso e não para o aumentar, compreende? Mas para se conseguir observar a nossa própria mente é imprescindível o silêncio e a introspecção meditativos, que permitem identificar e dissipar as nossas emoções negativas, que apenas nos retiram capacidade de compreensão e energia e só geram conflito... Será que dá agora para entender porque considero isto uma proposta séria e prática, tanto ou mais do que todas as outras?

Agradeço-lhe sinceramente a oportunidade que me deu de clarificar as minhas ideias. Já era tempo, após vinte e tal comentários!...

Anabela.R disse...

Paulo, considero-me uma pessoa sensivel e informada, e o «silêncio meditativo» será importante, concerteza, mas noutro contexto, não no MIL, talvez no seu Blogue pessoal.( Louvo a paciência da Comissão Coordenadora nesses momentos de silêncio.) Também sei que é muito requisitado pelos meios de comunicação e talvez um dia o seja ainda mais pelo MIL que pela sua vida profissional e pessoal, é para isso que muitos dos membros estão a trabalhar. Em relação à aversão de que fala está enganado, chama-se «discordar», até porque «refundar» não implica, como afirma, « que está implícito na sua Declaração de Princípios e Objectivos»; mas até admito que a sua escolha do termo não tenha sido a melhor e não pretendesse de facto refundar e sim clarificar.
Fico feliz por ter ajudado na clarificação de ideias, e já o teria percebido se se «misturasse» mais com os membros do MIL, se nos honrasse mais com os seus comentários e os seus textos, é que, mesmo não concordando com eles, parece-me imperioso que um fundador do MIl o faça com mais regularidade.

Paulo Borges disse...

Anabela, em primeiro lugar peço desculpa pelo tom arrogante e marcado por algum desprezo com que me dirigi a si: não observei devidamente a minha mente nesse momento. Em segundo lugar, deveria ter tido que a aversão era uma mera possibilidade, a supor pelo tom de alguns comentários. Finalmente, estou de acordo consigo em tudo, menos no essencial: estou na verdade profundamente e cada vez mais convicto de que o silêncio meditativo é fundamental, seja qual a esfera da nossa actividade, sobretudo na política, que é onde mais se sente a sua carência. Mas, obviamente, não é coisa que se imponha ou possa impor a ninguém!

P.S. - Se não me "misturo" mais não é por achar que estou acima de alguém, é por manifesta falta de tempo. Como vê, estou a fazer um esforço no sentido oposto, enquanto me é possível.

Anabela.R disse...

Paulo, eu não digo que o silêncio meditativo não seja fundamental (afinal o Paulo foi capaz de observar a sua mente e pedir desculpa), simplesmente me parece que deve aparecer mais como uma opção pessoal, ou uma actividade de bastidores, se assim quiser, um acto de «preparação» e não uma expressa orientação política.
Em relação ao tempo, Paulo, todos temos os nossos afazeres, porém quando assumimos um compromisso público deixamos de ter desculpa para o seu não cumprimento. Fico satisfeita por verificar este seu empenho, pelo que mais oportunidades teremos para a troca de opiniões.

Um abraço

andorinha disse...

Não me venho juntar ao coro de prós e contras, fiquem descansados.
Li o post e todos os comentários e resumo o meu pensamento subscrevendo o que disse o Renato:

"Há quem se sinta ludibriado, no sentido que aderiu a um movimento que agora está a ser "refundado" à sua revelia. Daí a meu ver a necessidade cada vez maior de uma Assembleia Geral: nada pode ser feito à revelia das pessoas que entretanto ao MIL aderiram..."

Exacto. Aderi porque li a Declaração de Princípios e estou de acordo com ela. E como eu a maior parte das pessoas, provavelmente. Razão pela qual devem ser tidas em conta.

Quanto a divergências de opinião, elas até são muitas vezes salutares, o unanimismo dá origem a águas estagnadas em que nada de construtivo floresce.

Por isso deixo aqui a sugestão aos elementos da Direcção e staff envolvente: juntem-se e discutam ideias cara a cara tal como já foi sugerido pelo Klatuu.
Há melhor forma de contribuir para o fortalecimento deste projecto?

Abraço.

Klatuu o embuçado disse...

Além da confraria gastronómico-religiosa, Paulo, o que aqui cada vez mais me desgosta, não é apenas o teu tom, é a distinção que fazes entre «sérios» - quem tu conheces, todo um rol de áulicos que não consegue ter uma voz própria sem se acobertar na tua sombra -, e os outros, que não têm um «nome no mundo», não publicaram livros, ou outra inconsequência do género!

Mas o que mais me desgosta é já não saberes quem são os teus Amigos - e sabes bem que não falo das pessoas a quem dispensamos afecto no mundo (nunca fui de me meter na vida alheia e não é agora que vou começar), sabes bem do que falo!

Muita gente que para aqui anda, há perto de duas décadas, tinha um «patriotismo» que confundia Portugal com chouriços, e há até outros que, assim tivessem a oportunidade, nos espancariam nas ruas pelo que defendemos.

Não preciso de líderes religiosos, respeito as tuas convicções, mas se o MIL que queres é para ser um movimento de religiosidade qualquer, não é o MIL que quero. Não me interessa nenhum pensamento religioso travestido de política, dispenso conselhos alimentares e de higiene da alma, já encontrei o meu deus e não lhe pedi nenhuma salvação, nem do mundo nem de coisa nenhuma, nem de mim mesmo.

Como eu, como todos, és um gajo que arreia o calhau todos os dias, és cheio de defeitos, como eu, como todos, e tens até aqueles dias em que és irremediavelmente estúpido, como eu, como todos. Não acredito em teocracias, nem em lideranças de iluminados, respeito o papel de cada um, sigo a quem reconheço valor, mas de ombro no ombro, não adoro ídolos, nem de pau, nem de pedra, nem de pano, nem de ouro, nem de ideias ou de carne. Além de que a ética que muita gente vem para aqui apregoar, tu incluído, é uma treta evidente, porque aqui tenho detectado a difamação, o boato, a inveja, a engraxadoria mesquinha, a intolerância, a prepotência, a vaidade e um sem número de defeitos e vícios, mas o pior é mesmo a sobranceria de quem se acha mais que os outros, porque tem mais uma pós-graduação, mais um livro publicado, a profissão X ou Y, os amigos X ou Y, ou um ego do tamanho de um penedo.

Klatuu o embuçado disse...

P. S. Não faças de «guru» da minha alma, mente, emoções ou seja o que for - não te reconheço autoridade teológica para isso, nem a ti nem a nenhum dos teus «místicos» seguidores. A nenhum de vocês reconheço valor religioso para me dar lições de misticismo ou de ética, tenho duas décadas de verdadeira demanda religiosa (em sacrifício da minha vida social e afectiva), saber esotérico e comunhão com o divino.

Anónimo disse...

Paulo Borges, politicamente o seu texto vale zero. Politicamente você vale um voto.
Forme uma religião, abra uma igreja, não se meta na política, deixe isso para quem já não acredita no Pai Natal. Não invoque Agostinho da Silva, está morto, não era santo e a bruxaria é para domésticas.

Anónimo disse...

A paz reinava neste blogue enquanto o Sr Paulo estava distante, seu regresso só trouxe discórdia ao movimento.

Anónimo disse...

Quantos zen-budistas são necessários para trocar uma lâmpada?

R: Vários. Um para distorcer, outro para torcer, outro para distorcer, outro para torcer, outro para distorcer, outro para torcer...

jm disse...

Pode não parecer mas é ciência da mais fina o que se tem feito neste blog. Pérolas (como esta), poesia e provocações.
Obrigado a Todos!