A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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sábado, 9 de março de 2013

De António Carlos Carvalho, para a NOVA ÁGUIA 11

AQUI À ESCUTA COM O MAR AO FUNDO 

Costumo dizer, sem arrogância, apenas confessionalmente, que aprendi a escrever e a pensar lendo Vergílio Ferreira, desde Aparição ao resto das suas obras. Por isso mesmo me surpreendeu muito essa frase dele, agora tantas vezes citada, «Da minha língua vê-se o mar.» Frase, essa, refira-se, proferida em Bruxelas, a 1 de Outubro de 1991, quando lhe foi entregue o prémio Europália. Até então, pelo menos para mim, «da língua de Vergílio Ferreira» via-se mais o labirinto das ruas e das casas de Évora, da cidade cenário da descoberta da existência, assim como as vozes da terra, das pedras (penedos e granitos) da sua Beira natal. Mas eis que, chegado a esse momento da sua vida, e perante esse palco europeu de Bruxelas (onde Portugal espantou os belgas e outros europeus com as imagens da sua grandeza passada e da sua profunda diferença), Vergílio Ferreira veio dizer, ou lembrar, que «a alma do meu país teve o tamanho do mundo» e que «Uma língua é o lugar de onde se vê o mundo e de ser nela pensamento e sensibilidade. Da minha língua vê-se o mar. Na minha língua ouve-se o seu rumor como na de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi em nós a da nossa inquietação. Assim o apelo que vinha dele foi o apelo que ia de nós. E foi nessa consubstanciação que um novo espírito se formou.» E ainda: «E do meu país vislumbrava-se o infinito que nos acenava de além do mar.» De repente, no coração da Europa e num momento, raríssimo, de exaltação da História e da Cultura portuguesa, o velho mestre, detestado (incompreendido) por quase todos à direita e à esquerda, eterno exilado em Lisboa, vinha sublinhar o essencial da nossa razão de ser enquanto povo e nação e falantes da «minha doce língua portuguesa». E também de repente, nessa alocução, Vergílio Ferreira parecia subitamente (estranhamente…) próximo de alguém que ele não amava muito mas que admirava muitíssimo: Fernando Pessoa

(excerto)