A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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domingo, 22 de agosto de 2010

A IMPORTÂNCIA DE FERNANDO PESSOA NA CULTURA PORTUGUESA


DA MEMÓRIA… JOSÉ LANÇA-COELHO

Na biblioteca que tenho aqui no monte alentejano, vim encontrar, escrito numa agenda, o seguinte texto que, por nunca ter sido publicado, faço-o agora, tendo em vista a importância de Pessoa na Cultura Portuguesa.

A pequena entrevista dada por José Blanco ao J.L. nº 980, onde o investigador pessoano anunciava o seu livro sobre os artigos retirados dos media (jornais e revistas) e, posteriormente, a compra e o manuseamento da sua Pessoana, levou-me a fazer uma investigação sobre as referências a Fernando Pessoa e seus heterónimos no nº 983 do J.L., de que passo a apresentar os resultados.

Na p. 2, existem duas referências ao poeta da Mensagem , intitulando-se a primeira, ‘120 anos de Pessoa’, relativa às diversas comemorações a realizar na data, 13 de Junho de 2008, em que se comemoram os cento e vinte anos do nascimento do escritor, e a segunda, ‘Cleonice Berardinelli homenageada’, uma investigadora que tem dedicado a sua vida ao poeta dos heterónimos e cujo cinquentenário do seu doutoramento, se comemora a 17 e 18 de Junho, na Universidade estadual do Rio de Janeiro. Atente-se, então, no nome do colóquio, Meio Século em Pessoa, que comportará quatro mesas-redondas, cujos nomes evocam algumas facetas do poeta: Sou um espalhamento de Cacos; Lisboa e Tejo e Tudo; Deus quer, o homem sonha, a obra nasce; Escrevo meu livro à beira-mágoa.

Na rubrica ‘Destaque’, pp.8-9, dedicada a Bartolomeu Cid Santos (1931-2008), fazem-se duas alusões a Pessoa na introdução ao artigo, a primeira, quando se focam as suas paixões, “a omnipresença de Fernando Pessoa e a poesia”(p.8), e a segunda quando se refere o gosto pela literatura de Cid Santos, “com especial admiração por Álvaro de Campos/Fernando Pessoa”.(p.8). O artigo chama-se ‘Bartolomeu Marinheiro’ e é da autoria de Hélder Macedo. Este, em determinado momento, escreve acerca de Barto, “E fez um retrato de Fernando Pessoa - «Fernando Pessoa Antes de Ser Grande» - como um menino (de nove anos?) com camisa de marujo (emprestada pelo Bartolomeu?)”(p.8), retrato esse que encima a primeira coluna da p.9, onde podemos ver o poeta dos heterónimos pedalando num triciclo.

Das pp. 16 à 23 desenvolve-se o ‘Tema’ deste nº 983 do J.L. que é dedicado a Vieira da Silva. No artigo «Bicho, entre azul e silêncio» da autoria de Maria Leonor Nunes, há a seguinte referência ao autor d’ O Livro do Desassossego, “Gostava particularmente de poesia. Tinha uma enorme admiração por René Char (…) e também por Pessoa e Sophia, (…)”. (p. 17) O ‘Tema’, além de artigos de diversa índole, reproduz inúmeras cartas inéditas. Numa delas, escrita pelo crítico literário João Gaspar Simões e, endereçada a Vieira e ao seu marido Arpad, surge nova referência ao Poeta, “Vou publicar dentro de alguns meses um volumoso livro – Fernando Pessoa – o homem, a época e a obra – estudo biográfico e crítico sobre o grande poeta e o movimento «modernista» em Portugal.” (p. 20)

Na p. 24, inicia-se a rubrica ‘Letras’ e, também nela, vamos encontrar referências a Pessoa. A primeira é da autoria de António Carlos Cortez que, em artigo sobre Bénédicte Houart, intitulado «Desacertar palavras», escreve: “Drummond, mas também Pessoa, que a autora também glosa, promovem um discurso sobre a existência, partindo-se da observação de certos aspectos triviais do quotidiano para reinterpretar, à luz duma metafísica pessoana e duma ironia drummondiana, o mundo que irrompe, misterioso” (p. 24) A segunda pertence a Miguel Real que, em «Três tipos de romance histórico», ao analisar o romance Escola de Validos de Maria João Martins, escreve que esta autora, “polvilha a sua narrativa de «à partes» anacrónicos (citações de ou menções a Haendel, Alexandre O’Neill, Fernando Pessoa, Agustina Bessa-Luís …)”.(p. 26)

Na rubrica “Estante”, a propósito do seu livro Já Não Se Escrevem Cartas de Amor, Mário Zambujal, quando lhe perguntam a razão do título do livro, responde:” Quando se escreviam cartas de amor (…) havia um certo romantismo que desapareceu. (…) A certa altura o narrador diz que (…) hoje podemos conhecer a letra de Eça ou de Pessoa, o que nos dá mais um dado sobre eles.” (p. 29)

Na rubrica “Ideias”, Guilherme D’Oliveira Martins no seu artigo “A sombra de Montaigne” (pp.38-9), onde analisa a obra de Miguel Real, Eduardo Lourenço e a Cultura Portuguesa (1949-1997), depois de uma referência à revista Orpheu (p. 38), em que Pessoa e os seus Outros colaboraram, cita explicitamente o poeta dos heterónimos, quando afirma que Real situa o pensamento de Lourenço entre nove balizas do universo cultural e filosófico português, uma das quais leva, “ ao modernismo do Orpheu e à decisiva marca de Sá-Carneiro e de Pessoa”. (p. 39)

A última referência a Pessoa, no nº 983 do J.L., surge no artigo “Acordo Ortográfico e ambiguidades” da autoria de Fernando Cristóvão, quando este membro da Comissão Negociadora do Acordo afirma que, “( nem Gil Vicente, nem Camões, nem Vieira, nem Camilo, nem Eça, nem Pessoa…) escreveu nesta «intangível» ortografia que, aliás, sucedeu a outras, e teve uma guerrilha semelhante à de 1990.” (p. 40)

A acompanhar este número do J.L., encontramos o suplemento nº 126, de 4 – 17 de Junho de 2008, do Instituto Camões, onde no artigo “Exposição no Centro Cultural Português do Luxemburgo – Pomar Gráfico”, surge nova referência a Pessoa, quando se escreve que Pomar, “Pintou ainda painéis de azulejo com desenhos de grandes poetas portugueses, como Camões, Bocage, Fernando Pessoa e Almada Negreiros.” (p. 2) Finalmente, no artigo “Parfums de Lisbonne vão ao cinema”, Pessoa é implicitamente tratado quando é referida a revista Orpheu que, como já referimos, foi uma das em que Pessoa colaborou activamente. Assim, pode ler-se: “O cinema continuará a marcar o evento na sessão La poésie fait son cinema: rimes et sons (Dos poetas de Orpheu à nova poesia portuguesa) (…)”. (p. 2)