A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

AGOSTINHO DA SILVA: PARA ALÉM DA ESQUERDA E DA DIREITA, UMA VISÃO DE FUTURO

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo.

Agostinho da Silva, Cortina 1 [inédito]


Se há alguém que, no século XX português, transcendeu a fronteira entre “esquerda” e “direita”, esse alguém foi, mais do que qualquer outro, Agostinho da Silva. Decerto, não foi o único. Muito longe disso. Poderia apontar o exemplo de (quase) todos os outros grandes filósofos portugueses, dado de que todas as mentes minimamente complexas – como são, em geral, as dos filósofos – nunca encaixam nessas etiquetas de “esquerda” e de “direita”.

Só, ao invés, as mentes mais simples, mais incipientes, são apenas de “direita” ou de “esquerda”. As mentes mais simples e aquelas mais complexas que, por razões nalguns casos intangíveis, sucumbem ao complexo de parecerem apenas de “esquerda” ou de “direita”. Poderia dar aqui também, decerto, múltiplos exemplos – de um lado e do outro. Mas é um facto que dada a hegemonia cultural da “esquerda”, ou do que se convencionou chamar de “esquerda”, no século passado – em particular, na segunda metade, – há bastantes mais exemplos de “complexados de esquerda”. Noutros tempos terá acontecido o inverso – a História, como se sabe, tem uma estrutura pendular.

Qualquer pessoa, minimamente isenta, pode atestá-lo: há pessoas que, com o horror de assumir posições identificáveis como de “direita”, assumem, nalguns casos de forma particularmente hilariante, posições mais identificáveis como de “esquerda”, não se coibindo até de denunciar publicamente como de “direita” algumas posições de outros, algumas posições de outros que eles, em privado, reconhecem ser também as suas. Eu, pelo menos, conheço algumas pessoas assim. Só não me peçam para dar exemplos.

Em Agostinho da Silva, pelo contrário, o que encontramos é uma completa ausência de complexos nesse campo. E por isso podemos vê-lo assumir, por vezes em imediata sequência, posições tidas como mais “esquerda” e de “direita”. E isto, saliente-se, sem qualquer incoerência. Agostinho da Silva foi decerto um filósofo paradoxal – fazendo, nalguns casos, gala disso –, mas não foi, de todo, um filósofo incoerente. O que aqui procuraremos será, precisamente, dar exemplos disso.

(excerto)