“Ó sórdidos Galegos, duro bando”:
Que sentido deu Camões a este verso d' Os Lusíadas, ele que tem o seu solar originário na freguesia de Camos, Gondomar, na Galiza ao norte do Minho, donde era o seu pai?
Penso que não tem sentido nenhum negativo. Simplesmente denuncia que os galegos ao norte do Minho, por infelicidade deles e também nossa (permiti-me que fale também como português que sou), os galegos do norte não formaram parte do projeto de Portugal do que é um bom resultado a presente multicontinentalidade do nosso verbo.
A Galiza que ficou na Espanha, melhor dito, sob a bota de ferro de Espanha, em verdade que tinha que se ter somado ao projeto de Portugal. Não o fez e em grande medida pelo agir errado e parvo da sua liderança galega. Eis a sordidez galega pela que brada e denuncia Camões, dizendo-nos com esse verso, mas algum dia deixareis de serdes assim e tendes de estar no projeto comum da Lusofonia.
É por isso que hoje eu estou aqui, feliz e emocionado, como galego, reivindicando o nosso Camões, e é que a Lusofonia não pode estar completa sem nós, como não está sem o território roubado e bem português de Olivença.
Poucos dias há melhores para festejar todo o que une aos lusófonos de todos os cantos do mundo que o dia 10 de junho, nenhum outro dia teria sido acaído para reunir em si tanta informação e tanta comunhão lusófona – Venturoso dia que te expandes por toda a Lusofonia por cima do sentido muito português e fechado para o resto que tinha na sua origem esta data quando foi instituída.
Alexandre Banhos Campo
Fonte:
http://pglingua.org/index.php?option=com_content&view=article&id=2516:participacao-galega-no-jantar-lusofono-do-dia-de-portugal-celebrado-em-lisboa-no-passado-10-de-junho&catid=8:cronicas&Itemid=69